Re-Pa
{{Info/futebol/clássico
|clássico = Re-Pa
|subtítulo = Remo versus Paysandu
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|time1 = Remo
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Re-Pa é o nome dado ao clássico de futebol entre Clube do Remo e Paysandu Sport Club, ambos sediados na cidade de Belém, capital do estado do Pará, confronto também conhecido como o Clássico Rei da Amazônia, já que envolve as duas maiores forças do futebol da Região Norte do Brasil. Provavelmente é o clássico mais disputado do futebol mundial, com mais de 700 partidas realizadas; para se ter uma ideia, o El Clásico, o tão prestigiado encontro entre Barcelona e Real Madrid, foi disputado menos de 300 vezes, contando-se partidas de exibição.
Além de terem as maiores torcidas da região, os jogos entre Remo e Paysandu são conhecidos e admirados pelos grandes públicos mesmo quando os times não atravessam boa fase. A imagem do Mangueirão lotado pelo Fenômeno Azul, como é conhecida a torcida do Remo, e Fiel Bicolor, denominação dada à torcida do Paysandu, demonstra o fanatismo do torcedor paraense pelo futebol.
No dia 4 de maio de 2016, o clássico foi declarado patrimônio cultural imaterial do Estado do Pará, sendo qualificado como uma expressão cultural do povo paraense.[1]
Índice
1 História
1.1 Gênese dos clubes
1.2 O primeiro jogo
1.3 O início da rivalidade
1.4 A maior goleada
1.5 O tabu
2 Estatísticas e recordes
3 Estádios
4 Torcidas
5 Maiores públicos
6 Confrontos em competições nacionais
6.1 Campeonato Brasileiro
7 Clássicos históricos
8 Bibliografia
9 Ligações externas
10 Ver também
11 Referências
História |
Gênese dos clubes |
O Clube do Remo foi fundado no dia 5 de fevereiro de 1905, originalmente com a denominação de Grupo do Remo. Como o próprio nome já diz, era um clube inicialmente voltado para as regatas. Em 1908 a agremiação foi extinta, precisando-se de mais três anos para que um conjunto de onze rapazes – o famoso Cordão dos Onze Rowers Remistas – sacramentasse a reorganização azulina. O departamento de futebol foi criado em 1913, ano do primeiro título estadual. A partir do dia 7 de agosto de 1914, passa a se chamar definitivamente pelo nome de Clube do Remo.
Já o Paysandu é fruto do inconformismo dos integrantes do Norte Clube com a decisão da Liga Paraense de Foot-Ball em não anular o empate de 1 a 1 com o Guarani, no dia 13 de novembro de 1913, acusando diversas irregularidades, resultado que beneficiou o Grupo do Remo. Liderados por Hugo de Abreu Leão, 42 desportistas decidiram extinguir o Norte Clube e fundar no dia 2 de fevereiro de 1914, o Paysandu Foot-Ball Club, que permaneceu com esse nome durante 17 dias, quando recebeu a denominação Paysandu Sport Club.
O primeiro jogo |
O primeiro jogo dos mais de 700 disputados entre Remo e Paysandu ao longo dos tempos foi realizado no dia 14 de junho de 1914, pelo Campeonato Paraense de Futebol. O Leão venceu por 2 a 1, gols de Rubilar (o primeiro da história do clássico) e Bayma (contra),[2] com Matthews,[3] um inglês,[4] marcando para os bicolores.[3] Os clubes tiveram as seguintes escalações:
- Remo: Corintho; Lulu, Mustard; Galdino, Aimée, Carlito; Macedo, Dudu, Antonico, Infante e Rubilar.[2]
- Paysandu: Romariz; Bayma, Silvio; Jaime, Moura Palha, Mitchell; Hugo Leão, Garcia, Guimarães,[2] Matthews e Arthur Moraes.[3]
O início da rivalidade |
Inicialmente, Remo e Paysandu mantinham uma relação até certo ponto amigável. Entretanto isso mudou no dia 23 de janeiro de 1915, quando o primeiro secretário azulino, Elzemann, enviou um ofício para Antônio Barros (presidente bicolor na época), tratando da realização de uma partida cuja renda seria utilizada para ajudar financeiramente as equipes. Os bicolores enviaram um ofício-resposta, cercado de termos insultuosos à proposta azulina. Em um segundo ofício, a Diretoria do Paysandu aceitou o desafio, sem que deixasse de lado os insultos e injúrias. No dia seguinte, o Clube do Remo mandou outro ofício dando término às relações amistosas entre os times. Era o início de uma das maiores rivalidades do futebol brasileiro.
A maior goleada |
Em 22 de julho de 1945 o Paysandu aplicou a maior goleada do clássico: 7 a 0 em pleno estádio Evandro Almeida.[5]
1º Turno do Campeonato Paraense de 1945
22 de julho de 1945 | Remo | 0 – 7 | Paysandu | Estádio da Travessa Antônio Baena, Belém |
Relatório | Soiá 4’ 2T' 9’ 2T' 20’ 2T' Hélio 37’ 1T' 24’ 2T' Farias 1’ 2T' Nascimento 44’ 2T' | Público: 5.000 Renda: CR$ 25.000,00 Árbitro: Alberto Monard da Gama Malcher Filho Auxiliares: Antônio Francisco Monteiro e Madson Leite Vasconcelos |
Remo: Tico Tico, Jesus, Expedito, Mariosinho, Rubens, Vicente, Monard, Jeju, Jango, Capi e Boró.
Paysandu: Palmério, Izan, Athenágoras, Mariano, Manoel Pedro, Nascimento, Arleto, Farias, Hélio, Guimarães e Soiá.
O tabu |
Entre janeiro de 1993 e junho de 1997, o Remo ficou 33 jogos sem perder para o Paysandu, impondo a maior invencibilidade do confronto. O Remo venceu vinte partidas e empatou treze.[5]
Lista de Jogos | ||||
1 | Remo 0 x 0 Paysandu | Mangueirão | 31/01/1993 | Torneio Pará-Ceará |
2 | Remo 1 x 0 Paysandu | Mangueirão | 07/02/1993 | Torneio Pará-Ceará |
3 | Remo 0 x 0 Paysandu | Baenão | 16/05/1993 | Campeonato Paraense |
4 | Remo 1 x 0 Paysandu | Curuzu | 20/05/1993 | Campeonato Paraense |
5 | Remo 3 x 1 Paysandu | Baenão | 23/05/1993 | Campeonato Paraense |
6 | Remo 1 x 0 Paysandu | Baenão | 05/07/1993 | Campeonato Paraense |
7 | Remo 1 x 1 Paysandu | Baenão | 26/07/1993 | Campeonato Paraense |
8 | Remo 1 x 0 Paysandu | Mangueirão | 29/07/1993 | Campeonato Paraense |
9 | Remo 1 x 0 Paysandu | Mangueirão | 04/08/1993 | Campeonato Paraense |
10 | Remo 2 x 1 Paysandu | Mangueirão | 07/09/1993 | Campeonato Brasileiro |
11 | Remo 1 x 1 Paysandu | Mangueirão | 06/10/1993 | Campeonato Brasileiro |
12 | Remo 1 x 0 Paysandu | Mangueirão | 23/01/1994 | Torneio Pará-Ceará |
13 | Remo 4 x 3 Paysandu | Mangueirão | 30/01/1994 | Torneio Pará-Ceará |
14 | Remo 0 x 0 Paysandu | Mangueirão | 10/04/1994 | Campeonato Paraense |
15 | Remo 0 x 0 Paysandu | Mangueirão | 24/04/1994 | Campeonato Paraense |
16 | Remo 0 x 0 Paysandu | Mangueirão | 08/05/1994 | Campeonato Paraense |
17 | Remo 2 x 1 Paysandu | Mangueirão | 04/06/1994 | Campeonato Paraense |
18 | Remo 1 x 1 Paysandu | Mangueirão | 26/06/1994 | Campeonato Paraense |
19 | Remo 2 x 2 Paysandu | Mangueirão | 11/07/1994 | Campeonato Paraense |
20 | Remo 1 x 1 Paysandu | Mangueirão | 19/07/1994 | Campeonato Paraense |
21 | Remo 2 x 0 Paysandu | Mangueirão | 21/07/1994 | Campeonato Paraense |
22 | Remo 1 x 0 Paysandu | Mangueirão | 02/04/1995 | Campeonato Paraense |
23 | Remo 1 x 0 Paysandu | Mangueirão | 11/06/1995 | Campeonato Paraense |
24 | Remo 0 x 0 Paysandu | Curuzu | 03/08/1995 | Amistoso |
25 | Remo 1 x 0 Paysandu | Baenão | 07/08/1995 | Amistoso |
26 | Remo 4 x 0 Paysandu | Mangueirão | 31/03/1996 | Campeonato Paraense |
27 | Remo 2 x 0 Paysandu | Mangueirão | 25/04/1996 | Campeonato Paraense |
28 | Remo 1 x 0 Paysandu | Mangueirão | 06/05/1996 | Campeonato Paraense |
29 | Remo 2 x 1 Paysandu | Mangueirão | 04/07/1996 | Campeonato Paraense |
30 | Remo 1 x 1 Paysandu | Mangueirão | 22/09/1996 | Campeonato Paraense |
31 | Remo 4 x 2 Paysandu | Mangueirão | 16/02/1997 | Seletivo à Copa Norte |
32 | Remo 2 x 1 Paysandu | Mangueirão | 13/04/1997 | Campeonato Paraense |
33 | Remo 3 x 1 Paysandu | Mangueirão | 07/05/1997 | Campeonato Paraense |
Estatísticas e recordes |
Segundo dados do jornalista Ferreira da Costa, autor dos livros "A História do Clássico Re x Pa" e "Remo x Paysandu - O Clássico mais disputado do futebol mundial - 700 jogos", fornecidos ao jornal O Liberal em 2012[6] e atualizados a partir de então, o clássico tem as suas estatísticas gerais descritas no quadro acima.[7][8]
Goleadas[9]
- Maior goleada do Paysandu: 7 a 0 em 22 de julho de 1945.
- Maior goleada do Remo: 7 a 2 em 5 de março de 1939.[10]
Artilheiros[11][12][13]
Hélio (Paysandu): 47 gols.
Itaguary (Remo/Paysandu): 30 gols.
Quarenta (Paysandu) e Cacetão (Paysandu): 28 gols
Bené (Paysandu): 26 gols.- Quiba (Remo): 24 gols.
Carlos Alberto Urubu (Paysandu): 23 gols.- Jaime (Remo|Paysandu): 22 gols.
- Farias (Paysandu) e Jeju (Remo/Paysandu): 21 gols.
- Santo Antônio (Remo): 19 gols
Maior artilheiro em um só jogo
- Jango, do Clube do Remo, que marcou cinco gols na goleada azulina de 7 a 2 sobre o Paysandu em 1939.
Jogador que mais atuou
Quarentinha, que disputou 135 clássicos pelo Papão entre 1955 e 1973.
Invencibilidades[14]
- Maior invencibilidade do Remo: 33 jogos, de 31 de janeiro de 1993 a 7 de maio de 1997.
- Maior invencibilidade do Paysandu: 13 jogos, de 29 de janeiro de 1970 a 9 de dezembro de 1970.
- Cidades
Belém, 737 jogos.
Paramaribo (Suriname), 3 jogos.
Macapá, Santarém e São Luís (Maranhão), 2 jogos.
Cametá, Bragança, Soure, Barcarena e Castanhal, 1 jogo.
Estádios |
O primeiro estádio de um clássico Re-Pa foi a atual Curuzu (Paysandu), em 14 de julho de 1914, na época pertencente à firma Ferreira & Comandita, com um público estimado em 2 mil pessoas. A Curuzu já recebeu 186 jogos.
Inaugurado em 15 de agosto de 1917, o Baenão foi durante vários anos, o principal estádio paraense. Ainda hoje é o estádio que mais vezes foi palco de um Clássico Rei da Amazônia, com um total de 201 confrontos.
Desde 1978, a maioria dos clássicos passou a ser disputada no Mangueirão, por ter maior capacidade, conforto e segurança para o torcedor. Prova disso é que apesar de mais novo, o Colosso do Benguí já recebeu 200 clássicos.
Há ainda o Souza, de propriedade da Tuna Luso Brasileira, palco de 46 partidas entre Remo e Paysandu.
Esses dados são atualizados a partir do livro Remo x Paysandu – O Clássico mais disputado do futebol mundial – 700 jogos (2009). No total, esses quatro estádios de Belém receberam 632 jogos, até então. Os mais de noventa clássicos restantes ou foram disputados em outras cidades, ou não foi possível saber o local da partida.
Torcidas |
Pesquisa do Instituto GPP, exclusiva sobre a distribuição de torcidas no Estado do Pará em 2013, apontou as torcidas de Remo (14,5%) e Paysandu (14%) empatadas tecnicamente (margem de erro de 3,4 p.p., o que explica a alternância entre elas em outras pesquisas realizadas) e ambas com mais de 1 000 000 de torcedores (1 170 719 e 1 130 399 respectivamente), considerando a população paraense de 8 073 924 habitantes em 2014.[15]
Maiores públicos |
Acima de 40 000[16]
- Remo 1 - 0 Paysandu, 65.000, 11 de julho de 1999
- Remo 1 - 1 Paysandu, 64 010, 29 de abril de 1979
- Remo 1 - 0 Paysandu, 52.973, 8 de abril de 1979
- Remo 1 - 0 Paysandu, 51 304, 26 de agosto de 1979
- Remo 1 - 0 Paysandu, 48 141, 13 de setembro de 1992
- Remo 0 - 2 Paysandu, 41 932, 23 de março de 2003
- Remo 0 - 1 Paysandu, 41 891, 16 de outubro de 2005
- Remo 1 - 0 Paysandu, 41 869, 20 de setembro de 1981
- Remo 0 - 2 Paysandu, 41 700, 16 de novembro de 1980
- Remo 2 - 1 Paysandu, 41 604, 27 de janeiro de 2013
- Remo 2 - 0 Paysandu, 41 409, 22 de janeiro de 2006
- Remo 1 - 2 Paysandu, 41 140, 30 de janeiro de 2005
Confrontos em competições nacionais |
Vitórias do Remo | Empate | Vitórias do Paysandu |
Campeonato Brasileiro |
- Série A[17]
Data | Estádio | Casa | Visitante | Placar | Gols (casa) | Gols (visitante) |
---|---|---|---|---|---|---|
18 de novembro de 1973 | Baenão | Remo | Paysandu | 1–1 | Roberto Diabo Louro 40' | Ivair 44' |
19 de maio de 1974 | Baenão | Remo | Paysandu | 0–0 | ||
7 de setembro de 1975 | Baenão | Remo | Paysandu | 2–0 | Alcino 67', 69' | |
7 de setembro de 1976 | Baenão | Remo | Paysandu | 5–2 | Amaral 10', 46', Feitosa 36', Mesquita 56', Zezinho 75' | Lula 41', 85' |
6 de novembro de 1977 | Baenão | Remo | Paysandu | 0–0 | ||
26 de março de 1978 | Mangueirão | Remo | Paysandu | 0–0 | ||
24 de fevereiro de 1985 | Mangueirão | Paysandu | Remo | 1–0 | Chico Spina 64' | |
7 de abril de 1985 | Mangueirão | Remo | Paysandu | 0–3 | Chico Spina 55', 86', Marcos Nogueira 64' | |
7 de setembro de 1993 | Mangueirão | Remo | Paysandu | 2–1 | Ageu Sabiá 31', Mário César 79' | Marcos Roberto 48' |
6 de outubro de 1993 | Mangueirão | Paysandu | Remo | 1–1 | Marcos Roberto 45' | Giovanni 37' |
- Série B
Data | Estádio | Casa | Visitante | Placar | Gols (casa) | Gols (visitante) |
---|---|---|---|---|---|---|
24 de outubro de 1971 | Baenão | Remo | Paysandu | 0-1 | Moreira ?' | |
17 de novembro de 1971 | Curuzu | Paysandu | Remo | 0-2 | Robilotta ?' e Jeremias ?' | |
30 de setembro de 1989 | Mangueirão | Remo | Paysandu | 0–2 | Mazinho ?' e Dadinho ?' | |
28 de outubro de 1989 | Mangueirão | Paysandu | Remo | 1–1 | Edmilson ?' | Eduardo ?' |
1 de setembro de 1996 | Mangueirão | Remo | Paysandu | 3–2 | Ageu Sabiá ?' ?' Zé Raimundo ?' | Osmar ?', Jean ?' |
22 de setembro de 1996 | Mangueirão | Paysandu | Remo | 1–1 | Zé Aleixo ?' | Edil Highlander ?' |
17 de outubro de 1999 | Mangueirão | Remo | Paysandu | 2–1 | Marcelo Passos ?' ?' | Ricardo ?' |
13 de setembro de 2000 | Paysandu | Remo | 0–0 | |||
12 de novembro de 2000 | Mangueirão | Remo | Paysandu | 3–2 | Robinho 6', 63' (pen), 77' | Richardson 1', Zé Augusto 53' |
19 de novembro de 2000 | Mangueirão | Paysandu | Remo | 1–1 | Sandro Goiano ?' | Jurinha ?' |
9 de setembro de 2001 | Curuzu | Paysandu | Remo | 3–1 | Jóbson ?', Vandick ?', Albertinho ?' | Ivo ?' |
27 de outubro de 2001 | Baenão | Remo | Paysandu | 1–1 | Gino ?' | Negretti ?' |
28 de julho de 2006 | Mangueirão | Remo | Paysandu | 0–2 | Balão 22', 42' | |
31 de outubro de 2006 | Mangueirão | Paysandu | Remo | 1–3 | Aldrovani 15' | Izaías 14', Alex Oliveira 65' (pen), 76' |
Clássicos históricos |
- O primeiro clássico ocorreu no dia 14 de junho de 1914, quando o ainda Grupo do Remo venceu o recém-fundado Paysandu Sport Club por 2 a 1, em jogo realizado no estádio da firma Ferreira & Comandita (atual Curuzu), que nesse dia celebrava a sua inauguração.
- A primeira vitória bicolor veio em 31 de janeiro de 1915, quando o Paysandu venceu o Clube do Remo por 2 a 0, em jogo que fez parte do Festival Esportivo. Essa partida marcou a estreia dos irmãos suíços (Abel Barros, autor dos gols, e Antônio), que deram mais consistência ao time.
- O primeiro gol da goleada de 5 a 1 que o Remo impôs ao Paysandu, no dia 15 de outubro de 1922, foi marcado por Santana (Remo) com 1 minuto de jogo, um recorde na história do clássico.
- No dia 26 de maio de 1935, o Remo reinaugurou o seu estádio, com uma emocionante vitória de 5 a 4 no Re-Pa.
- No dia 5 de março de 1939, o Clube do Remo impôs uma goleada no clássico: 7 a 2, em jogo válido pela taça Abelardo Conduru. O azulino Jango marcou 5 gols e tornou-se o maior recordista de gols em uma partida.
- Em 1939, surgia o “Esquadrão de Aço”, denominação pela qual ficou conhecida a poderosa equipe bicolor famosa por aplicar grandes goleadas aos seus adversários. Prova disso foi a vitória de 6 a 3 no Re-Pa, dia 15 de outubro.
- No dia 22 de julho de 1945, foi registrada a maior vitória do Clássico Rei da Amazônia: Paysandu 7 a 0 Remo, válido pelo 1º turno do Campeonato Paraense de Futebol. O curioso é que o primeiro tempo terminou com o placar de 1 a 0, gol de Hélio. A segunda etapa foi marcada pelo show do atacante Soiá, que marcou três gols. Completaram a goleada: Farias, Hélio e Nascimento.
- A vitória de 2 a 0 do Paysandu sobre o Remo em 21 de dezembro de 1947 foi o penúltima partida alviazul no Campeonato Paraense daquele ano, que garantiu o título do pentacampeonato ao Papão, maior feito do clube na história do Parzão, com uma rodada de antecedência.
- Em 8 de janeiro de 1950, o Remo venceu o Paysandu por 4 a 1, na segunda partida da série melhor-de-três, e sagrou-se supercampeão paraense de 1949, que acabou com um jejum de nove anos do clube sem títulos estaduais.
- No dia 9 de fevereiro de 1958, o Paysandu conseguiu sua 100ª vitória no Re-Pa, ao vencer o Remo por 2 a 1.
- A 100ª vitória azulina veio em 8 de dezembro de 1959, também com um placar de 2 a 1.
- Com o empate de 3 a 3 no dia 24 de abril de 1960, o Paysandu ficou com o título do Parazão de 1959. O árbitro José Gomes Sobrinho (RJ) denunciou o empresário Manuel Francisco (“Manu”) à direção da Federação Paraense de Desportos, acusando-o de CR$ 100 mil para uma das equipes, que ele não definiu.
- No terceiro jogo da decisão extra do campeonato de 1961, realizado no dia 8 de abril de 1962, o Paysandu sagrou-se campeão ganhando o clássico por 1 a 0, com um gol do ponteiro-esquerdo Ércio, em chute de longa distância que desviou em um “montinho artilheiro” que enganou o goleiro reserva azulino Édgar, substituto do titular Arlindo, e entrou para o fundo das redes sacramentando o título bicolor.
- No dia 25 de março de 1966, na Curuzu, o Paysandu deu um baile no Clube do Remo vencendo por 3 a 0, em jogo que marcou as estréias de Oberdan e Bené – o maior artilheiro bicolor de todos os tempos com 250 gols marcados –, acabando com uma invencibilidade de 27 partidas do Clube do Remo.
- Com Danilo Alvim no comando e Amoroso no ataque, o Clube do Remo conquistou o título de campeão paraense invicto de 1960, graças ao empate de 2 a 2 com o Paysandu, no dia 14 de julho de 1968. Quando o Papão vencia por 2 a 1, o atacante azulino de muita fama no Rio de Janeiro, onde foi ganhou o apelido de “Pé de coelho”, aproveitou a falha do zagueiro bicolor Abel, partiu em disparada e chutou no contra-pé do goleiro Omar, para a festa da torcida do Leão em plena Curuzu.
- No dia 13 de outubro de 1971, Remo e Paysandu decidiram o título do Campeonato Paraense na Curuzu. O Leão começou ganhando por 2 a 0, mas o Papão buscou o empate, forçando uma prorrogação de 30 minutos. Com gol de Moreira aos 12 minutos da segunda etapa, o Paysandu ganhou a partida por 3 a 2 e conquistou o título.
- A goleada de 5 a 2 do Clube do Remo sobre o Paysandu no dia 7 de setembro de 1976, válido pelo Campeonato Brasileiro, levou 33 487 torcedores ao Baenão, registrando o maior público da história do estádio. Com a vitória, o Leão quebrou uma invencibilidade de 31 jogos do rival na temporada.
- O empate de 1 a 1 do dia 3 de fevereiro de 1977 foi o primeiro clássico Re-Pa disputado fora do país. A partida ocorreu no Suriname Stadium, em Paramaribo (Suriname), válido pelo Torneio Internacional de Paramaribo.
- Em 1978 foi oficialmente inaugurado o Mangueirão, o maior estádio da Região Norte do Brasil. Contudo, o primeiro clássico realizado neste estádio foi disputado ainda em 1977 no dia 6 de novembro, um empate em 0 a 0. O primeiro gol do clássico foi marcado por Mego no dia 30 de agosto de 1978, na 3ª partida ali realizada, vitória azulina por 2 a 0.
- No ano de 1979, o Paysandu contratou o goleador Dadá Maravilha. A estreia do jogador foi justamente em um clássico, no dia 8 de abril, que prometeu marcar o gol “sossega Leão”. Entretanto, quem começou ganhando foi o Remo através de Bira, mas o folclórico atacante cumpriu a promessa e empatou o jogo para delírio da torcida.
- Em 1992, o Paysandu foi campeão paraense com quatro vitórias seguidas de 1 a 0 sobre o Remo. Na última partida, o Papão venceu graças ao gol de Mendonça, aos 34 minutos do 1º tempo, chutando do círculo central do gramado do Mangueirão. O golaço deu a vitória e o título ao Bicolor.
- O empate de 0 a 0 entre Remo e Paysandu no dia 31 de janeiro de 1993, deu início à maior invencibilidade entre os principais clássicos do futebol brasileiro, se considerado o número de jogos. Foram 33 partidas (21 vitórias e 12 empates) em 4 anos, 5 meses e 24 dias.
- No dia 29 de julho de 1993, quando o Remo vencia o Paysandu por 1 a 0 (gol de Biro-Biro, de cabeça), na Curuzu, aos 19 minutos do 1º tempo o alambrado do estádio ruiu devido à grande pressão exercida pela torcida azulina. A partida foi suspensa e repetida posteriormente no Mangueirão.
- O último jogo do tabu ocorreu no dia 7 de maio de 1997, em um jogo inesquecível para a torcida azulina. O Paysandu vencia o jogo por 1 a 0 e o Remo estava sendo comandado por Agnaldo e Belterra, que davam orientações aos companheiros ao mesmo tempo em que jogavam pelo Leão. Os jogadores/treinadores resolveram botar o time ainda mais ofensivo e em 11 minutos o Remo marcou 3 gols e virou o jogo para a festa da torcida azulina.
- No dia 11 de julho de 1999, o Mangueirão recebeu 65 mil torcedores (maior público da história do estádio e da região Norte) na final do Campeonato Paraense disputado entre Remo e Paysandu. Com gol de Aílton, aos 2 minutos do 2º tempo, o Leão venceu o jogo e conquistou o 38º título da sua história, ultrapassando o rival e tornando-se o maior campeão paraense do século XX.
- O mais longe que o Re-Pa já chegou foi a decisão do 3º lugar do Módulo Amarelo da Copa João Havelange de 2000, que dava direito ao vencedor de disputar o Módulo Azul (Primeira Divisão). Na primeira partida, dia 12 de novembro, o Remo venceu o Paysandu por 3 a 2. No segundo jogo, dia 19, Leão e Papão não passaram de um empate em 0 a 0. O resultado beneficiou o Clube do Remo que integrou o Módulo Azul.
- Em 3 de dezembro de 2000, o Paysandu aplicou uma sonora goleada de 4 a 1 sobre o Clube do Remo. Dois meses depois, no dia 22 de fevereiro de 2001, o Papão aplicou mais uma goleada, dessa vez por 4 a 0 em pleno estádio Baenão. Quatro meses depois, no dia 30 de junho de 2001, nova goleada por 4 a 0, de novo no estádio Baenão.
- Na data de 4 de abril de 2004, mais uma vez o Re-Pa decidia o Campeonato Paraense. Cerca de 50 mil pessoas viram os gols de Gian e Rodrigo, dar números finais ao jogo e o título de campeão com 100% de aproveitamento ao Clube do Remo, o único a conseguir esse feito na história do profissionalismo do futebol paraense (pós-1945).
- O jogo de número 700 do clássico mais disputado do futebol mundial ocorreu no dia 12 de abril de 2009. O Paysandu vinha melhor, tanto que o presidente Luis Omar Pinheiro afirmou que o Papão não deveria ter pena do miserável, no caso, o Clube do Remo. Contrariando as expectativas e reforçando a máxima de que em clássico não há favorito, o Leão venceu por 2 a 1, gols de Helinho e Beto, no jogo que ficou conhecido como a “Revolta dos Miseráveis”.
- No dia 16 de março de 2014, em partida válida pela semifinal da Copa Verde 2014, ocorreu a primeira transmissão do clássico em rede aberta nacional. A TV Esporte Interativo transmitiu a vitória do Paysandu por 1 a 0. Héverton foi o autor do gol bicolor.
- Em 18 de abril de 2015, pelo segundo jogo da semifinal da Copa Verde 2015, Remo e Paysandu decidiriam quem seria o finalista do torneio. Os bicolores haviam vencido o primeiro jogo por 2 a 0 e iam enfrentar um Remo mergulhado numa grande crise financeira. O favoritismo era total do Paysandu, mas não foi isso que se viu naquele dia. Com gols de Dadá e Sílvio, o Remo devolveu os 2 a 0 e levou a decisão para os pênaltis. Nas penalidades, o Leão venceu por 5 a 4 e avançou para a final, quando para muitos era uma possibilidade remota.
- Em 7 de maio de 2017, Remo e Paysandu decidiram o Campeonato Paraense. O primeiro jogo havia sido 1 a 1 e quem vencesse o jogo seguinte sairia campeão do certame. O Paysandu abriu o placar com Bérgson aos 30 minutos do primeiro tempo. O Remo empatou o jogo aos 4 minutos do segundo tempo com Rodrigo. O Paysandu estava há 3 jogos sem vencer o rival no ano, até que aos 45 minutos do segundo tempo, o predestinado Bérgson fez o gol da vitória bicolor levando a torcida alvi-azul ao delírio, devolvendo os 3 jogos de invencibilidade em cima do rival e sagrando o Paysandu bicampeão paraense, com 47 títulos.
Bibliografia |
A História do Clássico Re x Pa, por Ferreira da Costa, edição do autor (2003).
Remo x Paysandu - O Clássico mais disputado do futebol mundial - 700 jogos, por Ferreira da Costa (2009)
Re-Pa - Revolução Gloriosa, por Expedito Leal, edição do autor (2013).
Remo x Paysandu - Uma “Guerra” Centenária, por Ferreira da Costa, edição do autor (2015).
Ligações externas |
DA COSTA, Caio Brandão, 100 anos do Re-Pa, o clássico infinito, Site Impedimento, página editada em 10 de junho de 2014 e disponível em 9 de outubro de 2014
Ver também |
- Títulos do Clube do Remo
- Títulos do Paysandu Sport Club
Referências
↑ «Clássico Re-Pa é declarado patrimônio cultural imaterial do Estado do Pará». Consultado em 19 de setembro de 2016
↑ abc DA COSTA, Ferreira (2013). 1914 - Surge o Paysandu, mas o Remo conquista o bicampeonato. Parazão Centenário. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 19-20
↑ abc DA COSTA, Ferreira (2015). 1914. Remo x Paysandu - Uma "Guerra" Centenária. Belém: Valmik Câmara, pp. 11-14
↑ LIMA, Nildo (7 jan 2018). Bienvenidos al Paysandu!. Bola. Belém: Diário do Pará, pp. 4-5
↑ ab «Remo X Paysandu: quem mais venceu o Superclássico da Amazônia». Torcedores.com. Consultado em 14 de março de 2018
↑ «Clássico é o mais disputado do mundo»
↑ Jornal O Liberal, edição de 8 de junho de 2014, página 7, que traz as estatísticas do clássico, levantadas pelo jornalista e historiador do futebol paraense, Ferreira da Costa
↑ Alcino sentou na bola - Site do jornal O Liberal, página editada em 30 de agosto de 2015 e disponível em 31 de agosto de 2015
↑ Revista PLACAR GRANDES CLÁSSICOS, Maio de 2005
↑ SITE TRAVINHA - Polêmica sobre os 7×0, página editada em 11 de março de 2009 e disponível em 22 de fevereiro de 2016
↑ Site Ficha do Jogo - Remo vs Paysandu, página disponível em 3 de setembro de 2014
↑ A estatística atualizada do Re-Pa em 8 de maio de 2010
↑ Site ORMNewes - Hélio é maior artilheiro, página editada em 16 de junho de 2014 e disponível em 13 de maio de 2015
↑ Livro Remo x Paysandu - O Clássico mais disputado do futebol mundial - 700 jogos, 2009
↑ PAIVA, Vinicius, Blog Teoria dos jogos, site Globoesporte, página editada em 11 de outubro de 2013 e disponível em 10 de outubro de 2014
↑ RSSSF Brasil Maiores públicos de futebol da Região Norte do Brasil, página editada em 31 de janeiro de 2013 e disponível em 5 de janeiro de 2015
↑ «Futpédia: Remo x Paysandu». Futpédia. Consultado em 1 de maio de 2016