Cruzeiro (1942–1967)
Cruzeiro | |
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Dados | |
Usado | Brasil |
Inflação | 25,02% (1967) |
Sub-Unidade 1/100 | Centavo |
Símbolo | Cr$ ou ₢$ |
Plural | Cruzeiros |
Moedas | 10, 20, 50 centavos, 1, 2, 5, 10, 20 e 50 Cruzeiros |
Notas | 1, 2, 5, 10, 20, 50, 100, 200, 500, 1.000, 5.000 e 10.000 cruzeiros. |
Banco central | Tesouro Nacional Banco Central do Brasil www.bc.gov.br |
Fabricante | American Bank Note Company Thomas de la Rue & Company Limited Casa da Moeda do Brasil [1] |
O Cruzeiro, também conhecido como cruzeiro "antigo", foi a primeira moeda a utilizar os centavos no Brasil, sendo que esta moeda foi emitida em substituição ao padrão Mil-Réis, em vigor durante o período colonial, a monarquia e também durante as primeiras décadas do período republicano.
Esta moeda vigorou durante o período compreendido entre 1 de novembro de 1942 a 12 de fevereiro de 1967, quando por conta da alta da inflação ocorrida em especial nos anos 50 e 60, houve a necessidade de readequar a moeda para haver uma contabilidade mais adequada das somas, que estavam cada vez mais vultosas por conta do descontrole monetário. [carece de fontes]
Por conta deste fato, foi criada a moeda transitória Cruzeiro Novo, que tinha o valor de 1.000 Cruzeiros "antigos" e se destinava a circulação até que as novas cédulas, lançadas em 1970 e emitidas pela Casa da Moeda do Brasil, entrassem em circulação.
Índice
1 Origem do nome
2 Projetos
3 Cédulas
4 Moedas
5 Ver também
6 Referências
Origem do nome |
Uma das primeiras sugestões de Cruzeiro para nome de moeda no Brasil foi feita pelo economista Carlos Inglês de Sousa em novembro de 1926 no seu livro Restauração da Moeda no Brasil, onde retomava sua preconização para a melioração da moeda (já exposta em 1924 no seu outro livro A Anarquia Monetária e suas Conseqüências[1]) e onde propunha se substituir a unidade mil-réis pela de Cruzeiro, se este for o nome escolhido (...)[2]
Contudo, o nome Cruzeiro já havia sido proposto por Américo Lobo, conforme consta nos Anais do Senado Federal do Brasil, no dia 21 de Setembro de 1891, em substituição ao Real, nomenclatura considerada por alguns, à época, uma herança portuguesa indesejada.[3][4]
Projetos |
Antes da adoção efetiva da moeda, havia o projeto de tornar conversível o Mil-Réis.
No entanto, estes projetos esbarravam no fato de circularem várias emissões diferentes no mercado, emitidas pela Caixa de Conversão, pelo Banco do Brasil e pelo Tesouro Nacional, tornando difícil que se organizasse tudo em um único padrão, em especial pela ocorrência de ágio entre as cédulas conversíveis e as não conversíveis em ouro.
Com o interesse de se organizar melhor as emissões de papel-moeda, houve o projeto de se criar o Cruzeiro de Ouro, que teria a sua cotação estabelecida no valor fixado de 10 mil réis "inconversíveis".
No entanto, por conta do Crash de 1929 e da Revolução de 1930 esse projeto foi abandonado e somente em 1942 foi lançado o Cruzeiro como substituto do mil-réis, com a diferença de que o Cruzeiro, emitido em situação de guerra, não era conversível e era equiparado a moeda antiga na razão de um cruzeiro por mil-réis.
Cédulas |
Inicialmente, o projeto de emissão se limitava aos valores de 10, 20, 50, 100, 200, 500 e 1000 cruzeiros, sendo que as notas de 1, 2 e 5 cruzeiros só foram introduzidas por conta da situação de guerra, uma vez que havia falta de condições para a emissão de moedas metálicas.
Além disso, foram emitidas cédulas do tesouro nacional nos valores de 5, 10, 20, 50, 100, 200 e 500 mil-réis com o carimbo de uma rosácea no qual se constava os valores respectivos de 5, 10, 20, 50, 100, 200 e 500 cruzeiros.
Também devido ao esforço de guerra, antigas notas de 1 mil-réis emitidas pelo Banco do Brasil, em 1923, que estavam em depósito foram reaproveitadas e colocadas em circulação em 1944 com o valor de 1 cruzeiro. Ao contrário das cédulas de mil-reis emitidas pelo Tesouro Nacional, estas não tiveram nenhum tipo de carimbo ou marcação na nova unidade.[5]
A primeira estampa das cédulas foi encomendada a American Bank Note Company, enquanto que a segunda, com pequenas modificações e sem o valor de 1 cruzeiro, foi encomendada a Thomas de La Rue & Company Limited e emitida a partir de 1949.
Em 1961, sob este padrão, houve a primeira experiência de emissão de cédulas por parte da Casa da Moeda do Brasil, que emitiu a terceira estampa da nota de 5 cruzeiros, que passou a ser conhecida como a Nota do Índio.
Por conta da inflação, a nota de 5.000 cruzeiros foi lançada em 1963 e a de 10.000 cruzeiros em 1966, sendo mantido o esquema das cédulas anteriores, ficando a primeira estampa a cargo da American Bank Note Company e a segunda estampa a cargo da Thomas de La Rue.
As últimas cédulas deste padrão serviram de objeto ao padrão transitório chamado Cruzeiro Novo, que era equivalente a 1000 cruzeiros ou a 1:000$000 (um conto de réis), sendo emitidas cédulas carimbadas com os valores de 1, 5 e 10 centavos (10, 50 e 100 cruzeiros - 2ª estampa), 50 centavos (500 cruzeiros - 1ª estampa), 1, 5 e 10 cruzeiros novos (1.000, 5.000 e 10.000 cruzeiros - 1ª estampa).
Ainda em 1967, foram lançadas as notas da 2ª estampa de 10.000 cruzeiros, TODAS com o carimbo aposto do novo padrão.
Todas as cédulas pertencentes a este padrão perderam o seu valor legal entre 1972 e 1975.
Moedas |
As moedas foram emitidas inicialmente nos valores de 10, 20 e 50 centavos, bem como nos valores de 1, 2 e 5 cruzeiros, tendo suas emissões durado entre o período de 1942 e 1961.
As moedas de centavo perderam o valor no ano de 1964 e no ano seguinte foram lançadas as moedas de 10, 20 e 50 cruzeiros, que foram as primeiras a serem emitidas pelo Banco Central do Brasil e que acabaram por perder o seu valor 1 ano após a adoção do padrão Cruzeiro Novo.
Ver também |
- Cruzeiro (moeda)
Valor | Cara | Coroa | Cara | Coroa |
---|---|---|---|---|
0,10 | ||||
1945 | ||||
0,20 | ||||
1953 | ||||
0,50 | ||||
1955 | 1956 | |||
1 | ||||
1944 | 1956 | |||
2 | ||||
1945 | 1961 | |||
50 | ||||
1965 |
Referências
↑ INGLÊS DE SOUSA, Carlos A Anarquia Monetária e suas Conseqüências. São Paulo: Editora Monteiro Lobato, 1924
↑ INGLÊS DE SOUSA, Carlos Restauração da Moeda no Brasil, São Paulo, Casa Garraux, 1926, página 97.
↑ http://www.senado.gov.br/anais/pesquisa/edita.asp?Periodo=1&Ano=1891&Livro=4&Tipo=9&Pagina=87
↑ http://www.senado.gov.br/anais/pesquisa/edita.asp?Periodo=1&Ano=1891&Livro=4&Tipo=9&Pagina=88
↑ Catálogo de Cédulas do Brasil, Amato e Outros, 2007