Plutarco
Plutarco | |
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Vidas Paralelas, tradução de Jacques Amyot, 1565 | |
Nascimento | ca. 46 Queroneia, Beócia |
Morte | ca. 120 (74 anos) Delfos, Fócia |
Nacionalidade | Romano (etnia grega) |
Ocupação | Biógrafo, magistrado |
Plutarco (em grego clássico: Πλούταρχος; transl.: Ploútarkhos, IPA: [plŭːtarkʰos]) ou Lúcio Méstrio Plutarco (em latim: Lucius Mestrius Plutarchus[nota 1] (em grego, Λούκιος Μέστριος Πλούταρχος), ca. 46 d.C. – 120 d.C., foi um historiador, biógrafo, ensaísta e filósofo médio platônico grego, conhecido principalmente por suas obras Vidas Paralelas e Morália.[1]
Índice
1 Vida
2 Trabalho como magistrado e embaixador
3 Vidas Paralelas
4 Filosofia
5 Notas
6 Referências
7 Ligações externas
Vida |
Pertencente a uma família proeminente, nasceu em Queroneia, na Beócia, a cerca de 30 quilômetros a leste de Delfos [2] Viajou pela Ásia e pelo Egito, viveu algum tempo em Roma e foi sacerdote de Apolo em Delfos em 95 O seu enorme prestígio valeu-lhe a obtenção de direitos de cidadão em Delfos, Atenas e mesmo em Roma (Mestrius Plutarchus).
Estudou matemática e filosofia na Academia de Atenas sob Amônio de Atenas de 66 a 67.[3]
Após concluir sua educação, visitou o Egito. A "sabedoria dos egípcios" sempre fascinou os gregos e, neste período, Alexandria, com sua famosa biblioteca, era um importante centro da atividade intelectual grega.[4]
O evento mais importante de sua vida, é sem dúvida quando viajou para a Itália e para Roma, onde aprendeu um pouco de latim. Em Roma, pesquisou sobre antiguidades e lecionou filosofia e outros assuntos. Muitas dessas aulas foram depois refeitas por ele em vários pequenos tratados, sobre vários assuntos sob o título de Morália.[4]
Em algum momento, Plutarco assumiu cidadania romana. Como evidenciado por seu novo nome, Lúcio Méstrio Plutarco, o seu patrocinador para a cidadania era Lúcio Méstrio Floro, um cônsul romano de quem Plutarco também usou como uma fonte histórica para seu escrito A vida de Oto.[5]
Plutarco morreu entre os anos 119 e 120[6] em Delfos. Há uma reconstituição da biografia de Plutarco a partir de seus escritos na Introdução do volume: Plutarco. "Da Malícia de Heródoto" (edição bilíngue). Estudo, tradução e notas de Maria Aparecida de Oliveira Silva. São Paulo: Edusp/Fapesp, 2013.
Trabalho como magistrado e embaixador |
Além de suas funções como sacerdote do Templo de Delfos, Plutarco também foi um magistrado em Queroneia e representou sua pátria em várias missões em países estrangeiros. Plutarco ocupava o cargo de arconte em seu município natal, provavelmente, apenas um projecto anual que, provavelmente, serviu mais de uma vez. Ele ocupou-se com todos os pequenos assuntos da cidade e realizava até as mais humildes tarefas.[7]
Vidas Paralelas |
Ver artigo principal: Vidas Paralelas
Os primeiros trabalhos biográficos escritos por Plutarco eram as vidas dos imperadores romanos, de Augusto a Vitélio. Destas, restaram apenas as Vidas de Galba e Otão. Das obras A Vida de Tibério e A Vida de Nero existem apenas fragmentos, fornecidos por Damáscio (A Vida de Tibério, cf. em sua obra Vida de Isidoro)[8] e pelo próprio Plutarco (Vida de Nero, cf. Galba 2.1), respectivamente. Estes primeiras biografias dos imperadores foram provavelmente publicadas sob a Dinastia dos Flávios, ou durante o reinado de Nerva (r. 96–98).
Filosofia |
Plutarco era um platônico, mas também era aberto a influência dos Peripatéticos, tendendo em alguns detalhes até mesmo ao Estoicismo, apesar de sua polêmica contra os seus princípios. Ele rejeitou em absoluto somente o Epicurismo. Interessado em questões morais e religiosas, atribuiu pouca importância às questões teóricas e duvidou da possibilidade de algum dia estas questões serem resolvidas.[9]
Em oposição ao materialismo estoico e ao "ateísmo" epicurista, alimentou a ideia de Deus que estava mais de acordo com Platão e adotou um segundo princípio (díade), a fim de explicar o mundo fenomenal. No entanto ele buscou esse princípio não em uma matéria indeterminada, mas na maligna alma do mundo que desde o início está ligada à matéria, mas no momento da criação era cheia de razão e fora arranjada por ela, assim, a alma do mundo foi transformada em alma divina do mundo, mas continuou a funcionar como a fonte de todo o mal.[9]
Notas
↑ Conforme era costume em Roma, Plutarco adotou o nome do seu patrono no império, o cônsul Lúcio Méstrio Floro.
Referências
↑ Plutarch, por George Karamanolis. Stanford Encyclopedia of Philosophy
↑ Bernadotte Perrin, "Introdução" a Vidas Paralelas, de Plutarco (tradução de 1914) [em linha]
↑ «Plutarch Bio(46c.-125)». The Online Library of Liberty. Consultado em 6 de dezembro de 2006
↑ ab Plutarch (2010). Works of Plutarch. [S.l.]: MobileReference. p. 869. ISBN 978-1-60778-505-7
↑ Plutarch, Otho 14.1
↑ Plutarch (2010). Works of Plutarch. [S.l.]: MobileReference. p. 3022. ISBN 978-1-60778-505-7
↑ Clough, Arthur Hugh (1864). «Introduction». Plutarch's Lives. [S.l.]: Liberty Library of Constitutional Classics
↑ Ziegler, Konrad, Plutarchos von Chaironeia (Stuttgart 1964), 258. Citation translated by the author.
↑ ab Eduard Zeller, Outlines of the History of Greek Philosophy, 13th edition, page 306
Ligações externas |
- International Vegetarian Union (IVU): Plutarch
Plutarco, em LacusCurtius, site penelope.uchicago.edu (em inglês)
Quaestiones Romanae e Quaestiones Graecae, site www.sacred-texts.com (em inglês)