Longitude









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Desenho da Terra mostrando as longitudes em graus (a longitude 0° está marcada no Meridiano de Greenwich).


Longitude, algumas vezes representada pela letra grega λ (lambda), descreve a localização de um lugar na Terra medido em graus, de zero a 180 para leste ou para oeste, a partir do Meridiano de Greenwich.[1]


Diferentemente da latitude, que tem a linha do Equador como um marco inicial natural, não há uma posição inicial natural para marcar a longitude. Portanto, um meridiano de referência tinha que ser escolhido. Enquanto os cartógrafos britânicos usavam o Meridiano de Greenwich há muito tempo, outras referências foram usadas como: El Hierro, Roma, Copenhage, Jerusalém, São Petersburgo, Pisa, Paris, Filadélfia e Washington.


Em 1884 na International Meridian Conference foi adotado o Meridiano de Greenwich como primeiro meridiano mundial.


Cada grau de longitude é subdividido em 60 minutos, e estes em 60 segundos. Uma longitude é especificada no formato graus (°) minutos (’) segundos ("). Caso a localidade esteja no oeste põe-se um sinal negativo (−) na frente da longitude. Ao invés de usar o sinal negativo, pode-se também usar as letras E e W para indicar "Leste" e "Oeste", respectivamente.


Uma longitude pode ser combinada com uma latitude para dar uma posição precisa de um lugar na Terra.


Diferentemente de um grau de latitude, que sempre corresponde a uma distância de 111,12 km, um grau de longitude varia de 0 a 111,12 km: se a distância for medida em um círculo de mesma latitude, a distância é de 111,12 km vezes o cosseno da latitude; se a distância for tirada num Círculo máximo, a distância é um pouco menor.


A longitude de um ponto pode ser determinada calculando a diferença de horário entre a localidade e o Tempo Universal Coordenado (UTC). Como um dia tem 24 horas e uma circunferência tem 360 graus, a terra se move em relação ao Sol a uma taxa de 15º por hora (360º dividido por 24 horas = 15º por hora). Para realizar esse cálculo, é necessário um relógio marcando o UTC, e determinar o horário local mediante observações astronômicas. Um exemplo é verificar a diferença entre a UTC (corrigido pela equação do tempo), e o meio dia local, determinado pelo momento em que a sombra de uma barra vertical está na direção norte - sul.



História do cálculo da longitude |




Posição do meridiano de referência no observatório de Greenwich


A medição da longitude é importante tanto para a cartografia como para uma navegação segura no oceano. Ao longo da história navegantes e exploradores lutaram para encontrar um método de determinar a longitude exata, o que levou séculos, envolvendo o esforço de grandes mentes científicas como Américo Vespúcio e Galileu.


Determinar a latitude é simples no hemisfério norte: basta medir o ângulo entre o horizonte e a Estrela Polar com ajuda de um quadrante, astrolábio ou sextante. Mas o cálculo da longitude sempre apresentou sérios problemas, principalmente no alto mar. O cálculo da longitude, em teoria, reduz-se a medir a diferença de tempo entre um ponto de referência e a posição atual do navio. A posição do Sol indica a hora local, mas a referência de tempo não poderia ser conhecida sem relógios suficientemente precisos, que só seriam construídas a partir dos séculos XVIII e XIX.


Inicialmente a longitude era deduzida de modo aproximado, estimando as distâncias percorridas por navios, para isso usavam-se instrumentos primitivos, como um sistema de nós numa corda que corria a intervalos regulares de cerca de uma hora calculados com pouco precisos relógios de areia, resultando na unidade náutica Nó (unidade), que permitia de forma muito grosseira inferir as distâncias percorridas de Leste para Oeste ou vice-versa. Uma tentativa de compensar estas imprecisões foi a marcação de linhas de navegação entre portos nos mapas portulanos.


A dificuldade de determinar a longitude, além de imprecisões cartográficas (por exemplo, para definir o meridiano de Tordesilhas) resultou em autênticas catástrofes marítimas: a frota britânica do almirante Clowdisley "chocou" com as Ilhas Scilly no ano de 1707 por um erro de cálculo na posição. O mesmo problema levou o navio inglês Centurion, em 1741, a cruzar o Estreito de Magalhães, sem saber a sua posição: quando chegou ao Pacífico e queria reabastecer no arquipélago Juan Fernández, sem saber se deveria seguir para leste ou oeste tomou a decisão errada e acabou no Chile. Os navios espanhóis e portugueses que navegavam para as Caraíbas tinham de seguir em esquadras e por rotas fixas para evitar perder-se, o que os tornava presa fácil de piratas e corsários. Todas estas circunstâncias fizeram do cálculo da longitude uma prioridade estratégica para os governos. Em 1598 Filipe III de Espanha criou um prêmio para quem "descobrisse a longitude". O mesmo faria o governo britânico em 1714.


Outra possibilidade era medir as diferenças horárias entre dois pontos por meio de observações astronômicas. Se souber a que horas ocorre um eclipse num ponto de terra firme e medirmos a hora local desse eclipse no mar, podemos calcular a longitude. Os eclipses solares ou lunares são raros, mas isso foi resolvido desde que Galileu observara os satélites de Júpiter em 1610. Aí ocorrem eclipses milhares de vezes por ano. Galileu propôs que uma observação no mar desses aparecimentos e desaparecimentos daria uma medida precisa da longitude. O método era correto e foi de fato utilizado para determinar a longitude em terra, mas com muita dificuldade na navegação, devido à instabilidade dos navios.




Um dos cronómetros marinhos construidos por John Harrison.


Esta aplicação prática da observação astronômica levou à criação de observatórios em toda a Europa: Cassini fundou o Observatório Astronômico de Paris em 1667, a pedido de Colbert (ministro de Luís XIV), onde a longitude de Paris foi determinada usando o método das luas de Júpiter de Galileu. O Observatório de Greenwich foi fundado em 1675 com a missão de estudar o mapa do céu, da lua e das estrelas "para aperfeiçoar a arte da navegação."


Finalmente a solução para o problema da longitude foi encontrada — não pela astronomia, mas pelos avanços tecnológicos na medição do tempo — por um relojoeiro autodidacta: John Harrison. Este inglês criou cronómetros marinhos, que progressivamente eram mais precisos. Após 5 versões, chegou a atingir um desvio de apenas um terço de segundo por dia. Estes cronômetros marinhos eram, contudo, extremamente caros.


O problema do posicionamento preciso dos navios foi resolvido por fim graças ao GPS. O Sistema de posicionamento global é baseado na localização por sinais recebidos por um conjunto de satélites artificiais que orbitam a Terra. O receptor recebe os sinais destes satélites e por triangulação pode saber sua posição precisa, com apenas alguns metros de erro.



Ver também |



  • Linhas geográficas imaginárias

  • Observatório de Greenwich



Referências




  1. «longitude», Porto: Porto Editora, Dicionário infopédia da Língua Portuguesa, 2003–2018, consultado em 6 de julho de 2018  !CS1 manut: Formato data (link)








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