GNR (banda)


















































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































GNR
Informação geral
Origem

Porto
País

Portugal Portugal

Gênero(s)

New wave, música experimental, pop de vanguarda, pop rock
Período em atividade
1980–atualmente

Gravadora(s)

EMI–Valentim de Carvalho
Capitol Records
IndieFada

Integrantes

Rui Reininho
Jorge Romão
Tóli César Machado

Ex-integrantes
Mano Zé, Miguel Megre, Vitor Rua, Alexandre Soares, Manuel Ribeiro, Zezé Garcia, Alexandre Manaia, Telmo Marques
Página oficial

www.osgnr.com

GNR (sigla de Grupo Novo Rock) é uma banda portuguesa de pop rock, formada no Porto, em 1980, por Alexandre Soares (vocal e guitarra), Vitor Rua (guitarra) e Tóli César Machado (bateria). Inobstante de o grupo ter surgido com o "boom do rock português", os membros consideram que estiveram à margem do fenómeno, pois quebraram barreiras e criaram uma nova sonoridade em Portugal. Atualmente a banda é constituída por Tóli César Machado (guitarra, teclas e acordeão), Jorge Romão (baixo) e Rui Reininho (vocal).


O estilo musical foi classificado no início da carreira como new wave, patente nos singles "Portugal na CEE" e "Sê Um GNR", ambos de 1981, em que tiveram uma orientação amplamente provocadora e com um bom volume de vendas. Com a entrada de Rui Reininho, em 1981, a escrita das canções começou a conter um refinado humor e sarcasmo, complementadas por composições engenhosamente mirabolantes, que passaram a ser a imagem de marca da banda. Posteriormente exploraram vertentes de música experimental e pop de vanguarda no primeiro álbum, Independança (1982), que resultou num fracasso nas vendas mas com rasgados elogios da crítica musical. Após algumas mudanças no seio da formação, seguiram uma tendência maioritariamente pop rock, fruto da mirífica e distinta criação musical de Tóli César Machado, com destaque para os trabalhos Psicopátria e Valsa dos Detectives de 1986 e 1989, respetivamente, que conquistaram discos de prata, com vendas superiores a 15 mil unidades. No álbum In Vivo (1990) ultrapassaram as 60 mil cópias vendidas, obtendo a platina, mas foi com Rock in Rio Douro (1992) que atingiram o apogeu da carreira arrecadando quatro discos de platina e a proeza de serem a primeira banda portuguesa a realizar concertos que encheram dois estádios de futebol – Estádio José Alvalade (1992) e Estádio das Antas (1993) – entre outros memoráveis concertos nos Coliseus de Lisboa e Porto, Theatro Circo, Pavilhão Atlântico e Casa da Música. Os temas que consagraram a banda foram "Portugal na CEE", "Dunas", "Efectivamente", "Vídeo Maria", "Morte ao Sol", "Sangue Oculto", "Pronúncia do Norte" e "+ Vale Nunca", entre outros, incluídos no repertório habitual dos concertos.


São igualmente marcos importantes, as participações em eventos de relevância musical, tais como o Rock in Rio – Lisboa 2006, ou Super Bock Super Rock, em 2016, bem como a distinção, por diversas ocasiões, como a "melhor banda de pop rock nacional". Em 2005, obtiveram o devido reconhecimento pelo trabalho de décadas, ao serem condecorados com a "Medalha de Mérito Cultural", das mãos do Presidente da República Portuguesa Jorge Sampaio, em 2015 foram galardoados pela Câmara Municipal de Matosinhos com a "Medalha de Mérito Dourada" e, em 2016, receberam da Sociedade Portuguesa de Autores a "Medalha de Honra da SPA". O grupo realizou várias ações de sensibilização social e dedicou-se a causas filantrópicas. Em 2014 tornaram-se discograficamente independentes com a criação da editora própria e, em 2015, foi publicada a biografia oficial da banda.




Índice






  • 1 História


    • 1.1 Formação e primeiros tempos (1980–1981)


    • 1.2 Estilo inovador e mudanças na formação (1981–1985)


    • 1.3 Afirmação e consolidação do sucesso (1986–1989)


    • 1.4 Primeiro disco ao vivo e ascensão da carreira (1990–1995)


    • 1.5 Primeira coletânea e a Era pop (1996–2000)


    • 1.6 Década 2000


    • 1.7 Década de 2010




  • 2 Discografia


    • 2.1 Álbuns de originais


    • 2.2 Colaborações


    • 2.3 Bandas sonoras




  • 3 Membros


    • 3.1 Actuais


    • 3.2 Antigos




  • 4 Referências


  • 5 Bibliografia


  • 6 Ligações externas





História |



Formação e primeiros tempos (1980–1981) |





Carvalhido e a igreja onde decorreu o concerto de estreia, no Porto, cidade natal da banda.


Alexandre Soares começou na adolescência a tocar guitarra clássica e a partir dos 18 anos iniciou-se na guitarra elétrica. Posteriormente tocou com os Pesquisa que vieram mais tarde a tornar-se nos Táxi. Em 1980 esteve à procura de elementos para formar uma banda.[1] Vítor Rua, que atuava com a sua formação musical dessa época (King Fisher's Band), foi abordado pelo Alexandre Soares no final de um concerto e iniciaram uma conversa, na qual descobriram coisas em comum, nomeadamente uma vontade de criar um grupo e experimentar novas ideias musicais. Vítor confirmou que: "nessa mesma noite marcámos um encontro na minha garagem (que seria o local de ensaios dos GNR) para tocarmos juntos". Os encontros sucederam-se e aperceberam-se que necessitavam de um baterista, que viria a ser Tóli César Machado, após a sua estreia ao vivo no Colégio Alemão, no Porto,[2] por volta dos 18 anos de idade, a convite de amigos que tinham uma banda e frequentavam essa escola. A vaga que surgiu na bateria fora ocupada com dedicação e originalidade técnica deixando a plateia deslumbrada. Alexandre Soares, espetador atento, não hesitou em convidar Tóli para dar início à criação de um percurso notável no panorama musical, ao desenvolverem uma das bandas mais emblemáticas, e seguramente a mais criativa, do pop rock português. Nasciam assim os GNR em 1980, no Porto, nas mãos de Alexandre Soares, Vítor Rua e de Tóli César Machado, que é o único elemento fundador resistente.[3] Alexandre encarou o nascimento dos GNR como uma inevitabilidade, ao afirmar: "É aquela coisa das bandas de garagem, (vamos fazer, vamos fazer). Mas depois fizemos mesmo. Era para fazer". E prosseguiu: "O que na altura foi importante para nós é que um gajo sentia que era o momento. Não interessa se era urgente, era o momento". Alexandre refere a motivação que o levou a criar a banda: "Eu estava no curso de Direito, o Vítor queria ser músico profissional, disse-me isso de caras. Não era uma banda para entreter, era para mudar", concluiu.[2]


Com o grupo formado pelos três músicos, houve a fase de criação do nome oficial e uma das hipóteses começou por ser "Trompas de Falópio", que foi excluído, prevalecendo a sigla GNR, por consenso geral. Mas o nome não foi escolhido ao acaso, segundo a afirmação de Tóli: "Havia aquela associação com os Police. GNR era uma coisa muito new wave e fazia todo o sentido."[4] Outro nome que chegou a ser ponderado foi "Pastorinhos de Fátima", mas foi descartado por ter uma conotação demasiado religiosa.[5] Começaram a ensaiar numa pequena garagem na rua Airosa, situada em Francos (Porto), e convidaram a estreante Isabel Quina para ser a primeira vocalista do grupo. De seguida entrou o baixista Mano Zé, que já tinha tocado com Rui Veloso.[6] O primeiro concerto aconteceu em 1981 na Igreja do Carvalhido, no Porto, e marcou oficialmente o início dos GNR. Ao palco subiram os três fundadores juntamente com Mano Zé, que tinha um amigo que emprestou a bateria, e a Isabel, com um visual muito new wave, que abandonou a formação pouco depois desse concerto.[7] As músicas que foram interpretadas pela vocalista eram todas em inglês, inclusive o tema que tanto sucesso fez, o "Portugal na CEE", que na versão inglesa chamava-se "She Is Walking". Posteriormente adaptaram a canção para português, por sugestão da Valentim de Carvalho, com a qual assinaram o primeiro contrato discográfico e que propôs-lhes que começassem a cantar na língua materna.[8] Desde o início de carreira, a sonoridade da banda foi marcada por vários estilos próprios, com influências no pós-punk, pop de vanguarda, rock de massas e new wave.[9] A identidade estética que nasceu foi "uma coisa muito natural. (...) Houve uma conjugação de vários estilos", segundo a revelação de Tóli.[2]



Estilo inovador e mudanças na formação (1981–1985) |



Em março de 1981 lançaram o single "Portugal na CEE", com o tema "Espelho Meu" no lado B,[10] que alcançou grande sucesso, com vendas que superaram os 15 mil exemplares.[8] Mano Zé deixou a banda e foi substituído por Miguel Megre. Lançaram em outubro o segundo single "Sê Um GNR",[11] alcançando também um bom nível de vendas, com 20 mil cópias, mas a canção foi considerada uma provocação à guarda da GNR, pela descrição do trecho: "GNR, eu quero ser, GNR/ Vem ser um gordo da GNR". Miguel Megre foi coautor do tema "Instrumental Nº 1", no lado B.[12]





"A tentativa de engavetar os GNR no boom do rock português aconteceu por aproveitamento comercial, dizem uns, e apesar de não ouvirem rock português, não falarem sobre rock e de acharem pirosos muitos dos grupos da altura, dizem outros. Iam beber a outros territórios e eram órfãos em território virgem. Os blues não lhes interessavam e preferiam a new-wave e o punk, moviam-se a combustíveis diferentes. Pareciam bastante mais urgentes e insubmissos do que a maior parte das bandas que nasciam em Portugal. (...) Apesar de a história os ter registado como pares das bandas de então, os GNR fizeram sempre os possíveis para ficar à margem do fenómeno e os seus membros fazem questão de o sublinhar a intenção de quebra com tudo ficou desde logo registada no nome."




André Gomes, jornalista da Blitz.[2]


Em setembro de 1981, Rui Reininho entrevistou os elementos da banda para um jornal do Porto, com o qual trabalhava, e foi convidado para integrar a formação na qualidade de vocalista, ficando Alexandre Soares apenas como guitarrista, como era o seu desejo. O cantor, performer e letrista, trazia no currículo a experiência e um estilo artístico, adquiridos de certa forma na Anar Band – projeto de música experimental na variante eletrónica – que era do conhecimento geral. A entrada de Reininho nos GNR veio numa altura em que a banda estava a atravessar algumas disputas e serviu de elo estabilizador, tal como referiu Alexandre: "Tenho a impressão de que, se ele não entrasse, as divergências entre nós eram tão grandes que a gente estourava." O músico fundador recordou ainda o início da integração de Reininho na banda, afirmando: "Era um grande performer, que escrevia bem. Quando ele entrou, deu alguns problemas nos concertos. Havia gente que estava habituada ao grupo anterior e ainda levamos porrada durante algum tempo." E concluiu: "O Rui ainda levou alguma porradita. O Vítor também, quando mudou um bocado de visual. Na altura, os concertos, quando davam porrada, era a desviar de garrafas."[13]


O novo vocalista deu origem a uma mudança no conteúdo lírico, elevando a banda a um novo patamar. Reininho começou a trabalhar os temas do primeiro álbum de estúdio e gravou os ensaios em cassetes, para depois compor as letras a partir das músicas. As letras contêm humor, sarcasmo e extravagância, características que passaram a ser uma marca da banda. A imprensa confirmou que o disco se chamaria "Independança",[14] ou "In-de-pé-dança"[15], que foi editado em 1982 e recebido pelo público com algum desinteresse e sem sucesso nas vendas, contrastando com o aplauso generalizado da crítica. Desse trabalho proveio o single "Hardcore (1º Escalão)", tema em inglês, que teve direito a teledisco.[16] Alexandre Soares deixou a banda após a apresentação desse trabalho no Ritz Club e, com essa saída, verificaram-se mudanças relevantes nas composições. Os problemas internos persistiram, levando também à saída de Miguel Megre. Pouco tempo depois, em agosto de 1982, os GNR atuaram na segunda edição do Festival de Vilar de Mouros e Vítor Rua resolveu abandonar o grupo.[17]


Em 1983, estando apenas Tóli e Reininho na formação, ambos decidiram convidar Alexandre Soares para regressar à banda. Faltando ainda um baixista, foi no local de ensaios dos Bananas, futuros Ban, ocupado temporariamente também pelos GNR, que aconteceu o "rapto" de Jorge Romão que tinha iniciado a sua carreira musical há três meses, precisamente como baixista.[18] Tóli é o primeiro a reconhecer que o recrutamento do Rui Reininho mudou o paradigma da banda, ao afirmar: "A chegada dele (para substituir o provisório Alexandre So­ares que, por sua vez, já tinha substituído a relâmpago Isa­bel Quina) não foi uma revolução nem uma tomada de poder. Também foi uma escolha minha", esclarece. "Uma escolha fe­liz. Nunca me senti confortável com as letras nem com quem cantava antes do Rui. O que ele escreve pode nem sempre ser muito musical mas tem sempre muito substrato." Tóli manifesta a opinião sobre as letras das canções que Reininho compõe, e Jorge Romão acrescenta: "O Rui faz literatura, as letras são a segunda vida dos GNR". Contudo, é importante distinguir os diferentes papéis que cada membro do trio desempenha, dado que "O Rui não faz música, faz letras", retificou Tóli. O músico compositor lembra que: "Às ve­zes, acontece uma coisa muito desagradável, que é darmos um concerto e no fim vermos alguém a abraçá-lo e dizer: “Ó Reini­nho, gosto tanto da sua música.” Um gajo está ali ao lado e pen­sa: “What?! O quê?!”, confidenciando como é ingrato não ser devidamente reconhecido pela criação da componente musical dos GNR, que é maioritariamente da sua autoria.[19] Em junho de 1983, lançaram o máxi single "Twistarte" que, além do tema homónimo, inclui as faixas "Tv Mural" e "General Eléctrico".[20] A capa do disco é da autoria de Fernanda Gonçalves que trabalhou também a capa do disco seguinte. Entretanto entrou Manuel Ribeiro para as teclas.[21]


Em outubro de 1984, editaram o segundo álbum de estúdio Defeitos Especiais[22], que os levou a uma digressão por Espanha e França. A gravação durou vários meses e gerou a seguinte opinião entre os elementos: "Este álbum é aquele em que a relação entre os poemas e as músicas é mais forte". Foi extraído o tema "I Don´t Feel Funky (Anymore)", no formato máxi single, cantado em português, inglês e italiano, e o grupo qualificou-o como "um western spaguetti de produção nacional". As vendas ficaram aquém do esperado apesar de ter sido aclamado pela crítica. Contudo, a editora gostou do resultado e continuou a apostar no grupo. O disco foi trabalhado na cave da casa de Alexandre Soares, que tornou-se no novo local de ensaio da banda. Nesse ano os GNR foram considerados a melhor banda ao vivo, pelo programa de António Sérgio, "Som da Frente", na Rádio Comercial.[21]


O terceiro álbum Os Homens Não Se Querem Bonitos[23] foi editado em julho de 1985, obtendo sucesso nos temas "Dunas" e "Sete Naves". O novo disco levou a banda a novas incursões por Espanha, conquistando grande admiração, e foi produzido um teledisco em Madrid para promover "Dunas".[24] Anos depois, Tóli fez a seguinte avaliação: "Os Homens Não Se Querem Bonitos é o que eu chamo de manta de retalhos. Uma confusão. Tem muitas coisas impostas pelo Alexandre que não fazem sentido (...) Há ali muita coisa que não devia lá estar, que é exagerada. O complexo do experimentalismo."[25]



Afirmação e consolidação do sucesso (1986–1989) |





"No Psicopátria a maior parte das canções são minhas e há a oportunidade de tentar fazer um disco de canções à séria, que se conseguiu muito bem (...) Sentíamos-nos bem a tocar aquilo, funcionava e era bom. Já havia coisas que soavam mais a canção, com cabeça, tronco e membros: Tinha um refrão, uma bridge. Nem sempre o tínhamos conseguido fazer e ali conseguimos (...) Se calhar, foi esse disco que nos empurrou um bocadinho para cima."




– Tóli fala da mudança de sonoridade com a edição de Psicopátria.[25]


Em setembro de 1986, lançaram o quarto álbum de estúdio, Psicopátria,[26] que conquistou o galardão de prata, graças a temas como "Efectivamente", "Pós Modernos" ou "Bellevue".[27] A capa do disco é um desenho de Fátima Rolo Duarte, baseada numa fotografia antiga da Ribeira portuense, da autoria de Beatriz Ferreira, que apresenta uma rapariga a mergulhar para o rio Douro, tendo a ponte D. Luís como pano de fundo. Deu-se a consagração efetiva da banda, elevando-a um nível de popularidade considerável. O concerto de apresentação ocorreu a 4 de dezembro na discoteca Voxmania (posteriormente Cinema King),[28] seguindo-se as grandes salas de espetáculo do país, como o Coliseu dos Recreios. Jorge Romão recordou a estreia nessa sala emblemática: "Quando fizemos o Coliseu de Lisboa pela primeira vez, no Psicopátria, o Gilberto Gil também ia atuar no Campo Pequeno", o que foi bastante arriscado, provocando os seguintes comentários: "Vocês são loucos! Acabou a vossa carreira!".[29][30] Romão concluiu que esse álbum é: "Um disco muito tripeiro. Tem uma vivência do Porto em meados dos anos 1980 que, consciente ou inconscientemente, foi levada para o disco e está aí essa definição, começando pela capa, que é um bocado um postal do Porto."[31] Em plena crise de identidade do rock português, os GNR superaram as melhores expectativas dando novo alento à cena musical portuguesa.[32] Alexandre Soares deixou a banda em meados de março de 1987, entrando para o seu lugar Zézé Garcia, proveniente dos Mler Ife Dada. Foi com o afastamento de Alexandre que o papel de Tóli teve um marcante impulso, permitindo-lhe maior destaque, uma vez que passou a ter a possibilidade de deixar ainda mais acentuadamente seu o cunho, enquanto excelso criador e compositor, em todas as músicas que consolidaram o enorme sucesso da banda, que é das mais aclamadas e históricas de Portugal. A banda tinha encontrado a sonoridade compatível com o gosto dos restantes membros.[25]




Foi com a tournée do Psicopátria que batemos todos os nossos recordes. Foram mais de 100 espetáculos. Tocámos em todo o lado, em França, em Espanha. Acima de tudo tocámos muito. Foi a assunção da chamada profissionalização, o momento em que percebemos que a nossa vida ia ser aquilo. Nessa altura arriscámos tocar nos Coliseus, algo que à época estava destinado apenas aos artistas brasileiros como o Caetano Veloso ou Maria Bethânia. Foi um risco muito grande isto de levar a chamada pop rock a esses palcos.

Rui Reininho confirmou o ponto de viragem no grupo, com o trabalho Psicopátria.[33]



Em janeiro de 1988 lançaram o máxi single "Vídeo Maria", que causou alguma polémica social devido ao tema homónimo. A imprensa nacional advertiu o público, antes do lançamento, que: "tem uma letra que se admite que venha a causar polémica em meios religiosos católicos" e a prova disso foram os versos: "Ai, ui, atirem-me água benta/ Por parecer latina suponho que o nome dela/ É Maria/ É casta, eu sei, se é virgem ou não depende/ Da nossa fantasia".[34] A música foi censurada pela Rádio Renascença (RR) e Rádio e Televisão de Portugal (RTP) por alegadas heresias. Na altura da controvérsia os GNR encontravam-se nos EUA e, no regresso, Rui Reininho explicou: "Não é, de modo algum, anticatólico, como alguns chegaram mesmo a afirmar. É um tema normal, escrito de forma quase cinematográfica, e quando o escrevi não pensei que fosse gerar qualquer polémica. É lógico que se o tema for proibido de passar na Rádio Renascença ficamos chocados com o facto e lamentamos, apesar de reconhecermos que cada um é livre de se guiar pelo seu critério próprio".[35] As outras composições que fazem parte do disco são "Homens Temporariamente Sós" e "USA".[36]


No início de 1989 lançaram, sob a orientação do produtor francês Remy Walter, o quinto álbum de estúdio "Valsa dos Detectives", que confirmou a popularidade do grupo com os êxitos "Impressões Digitais", que serviu como tema de apresentação, e "Morte ao Sol".[37] O disco conquistou o galardão de prata. No fim de abril, os GNR foram ao Brasil para atuarem em São Paulo e no Rio de Janeiro, incluindo no emblemático Circo Voador. A capa do disco é da autoria do pintor açoriano Carlos Carreiro e na opinião de Rui Reininho, este novo trabalho foi: "(...) o álbum mais concetual, está todo feito à volta de uma ideia, talvez influenciado pelas viagens" e acrescentou: "Para mim, este trabalho é uma paixão, pois foi uma entrega bastante grande (...). Tenho orgulho neste disco."[38] Nesse ano, atuaram em várias Queimas das Fitas e nos Coliseus, com espetáculos estrondosos e com vários elogios da imprensa, entre os quais, o jornal O Primeiro de Janeiro, que noticiou: "Os GNR acabaram de bater com a cabeça no teto. Desistam de não o reconhecer, atingiram o estrelato - quatro mil e quinhentas pessoas assistiram a isso mesmo, e outras tantas gostariam de o ter feito."[39]


O livro "Afectivamente GNR" do jornalista Luís Maio, foi editado em setembro de 1989. Nesse trabalho, estão registadas as desavenças que houve no seio da banda desde o início da formação, com argumentos provocatórios, o que na ótica do grupo, trata-se de um livro intriguista, tal como foi expressado nas palavras de Tóli ao revelar o mau estar que provocou entre os membros, quando desabafou: "Não gostei do livro. Não o subscrevo nem gosto quando o vejo. Nem quando me vêm pedir autógrafos com ele. Não retrata nada. Uma coisa é ter um episódio ou outro (das quezílias internas), mas basicamente é só isso. (...) Toda a gente saiu prejudicada, uns mais do que outros." Romão afirmou ainda: "Serviu como máquina de lavar roupa". Reininho subscreveu as opiniões transmitidas e reforçou-as, dizendo: "Acho uma biografia muito falhada. Não contempla, por exemplo, a parte dos espetáculos. Basta isso".[40]



Primeiro disco ao vivo e ascensão da carreira (1990–1995) |


No início da década de 1990, os GNR atuaram em Macau, a convite do governo local, para a segunda edição do "Festival Rock Macau", que tinha como objetivo a diversidade musical naquele território que ainda se encontrava sob influência do domínio português. Os Xutos & Pontapés, os Rádio Macau e os Heróis do Mar já haviam atuado nesse festival anteriormente. Assim, os GNR abriram por duas vezes os concertos dessa edição, em conjunto com os Beyond (grupo de Hong Kong) e os britânicos T'Pau. Os lucros desse concerto reverteram a favor de instituições de reabilitação de toxicodependentes.[41]


Nesse mesmo ano, a banda deu alguns concertos memoráveis e a intenção de gravar um disco ao vivo foi desde muito cedo um desejo que procuraram concretizar, mas sem sucesso, muito em parte por questões de fraca qualidade na gravação do som. Para colmatar esse impedimento, resolveram agendar dois concertos no Coliseu dos Recreios, de propósito para o efeito – 30 de abril e 1 de maio – e contrataram os serviços de uma empresa norte americana que efetuou outros trabalhos para grupos como Pink Floyd e Tina Turner, para montarem um sistema de luzes de palco jamais visto em Portugal. O concerto foi transmitido em direto na primeira noite pela Rádio Comercial e a gravação de vídeo, pela RTP.[42] Reininho entrou em palco num automóvel, um "Nash" de 1932 (quatro cilindros) e uma sovaqueira para a sua "Smith & Weston 22", contribuindo para criar o imaginário de detetives e gangsters como cenário, e ainda mudou várias vezes de caracterização.[43] Após a realização dos concertos, o vocalista afirmou: "Apesar do mau tempo, oito mil pessoas assistiram aos concertos, cujas gravações estão, segundo os técnicos, bastante aceitáveis", tal como foi constatado com o álbum In Vivo (1990), duplo LP gravado nos fantásticos concertos.[44].


Contudo, o lado B do vinil continha a "Rapsódia" que é propriedade intelectual de Vítor Rua, a par de "Portugal na CEE" e "Sê um GNR".[45] O músico exigiu a retirada dos temas do alinhamento mas o álbum saiu na mesma com essas músicas a 12 de outubro, uma sexta-feira, o que impediu a sua recolha das lojas, provocando que esgotasse imediatamente a primeira edição só nesse fim-de-semana. A contenda entre o guitarrista e os membros permanentes da banda era antiga, começou em 1982, quando o músico abandonou o grupo, ou segundo a sua visão, "suspendeu indefinidamente a atividade da formação". Foi neste seguimento que Rui Reininho, António César Machado e Jorge Romão constituíram a sociedade por quotas "GNR – Grupo Novo Rock, Limitada", no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual.[46] Com uma atitude oposta à do guitarrista esteve também o fundador Alexandre Soares, que numa entrevista à revista Blitz, confirmou que continuava a dar-se bem com os membros da banda, declarando: "Eu saí para nos darmos bem. Se estivesse lá não estaria a dar, e assim está a dar. Havia muita contensão. E desse modo seria mau para mim e para eles."[47] O disco atingiu o galardão de prata e posteriormente atingiu a platina e em 1991 a dupla paltina, sendo que a segunda edição já não contém o tema polémico "Rapsódia", que foi substituído por "Homens Temporariamente Sós".[48] Essa disputa consolidou-se numa altura em que a banda comemorava dez anos de carreira e realizou um concerto no dia 12 de outubro, na Alameda Dom Afonso Henriques, onde estiveram presentes milhares de pessoas, que não paravam de chegar, transformando o relvado frente à fonte luminosa, num autêntico caos, equiparado a um campo de batalha, segundo afirmação da imprensa nacional. Pouco depois, a 6 e 7 de dezembro, os GNR tocaram no Coliseu do Porto, mais uma vez com a sala cheia.[49]


No dia 4 de junho de 1992 saiu o sexto álbum de estúdio Rock in Rio Douro,[50] que obteve enorme êxito e para a sua apresentação, no dia 29 de maio, a banda convidou a imprensa, amigos, colaboradores entre outras figuras do meio musical para um passeio de barco pelo rio Douro, seguido de um jantar nas Caves Sandeman, o mesmo local onde foi gravado o teledisco "Sangue Oculto",[51] tema que contou com a participação de Javier Andreu, vocalista dos La Frontera.[52] Semanas antes, grande parte das canções do novo álbum tinham sido tocadas na Queima das Fitas de Coimbra. A banda ficou meses sem tocar antes da edição desse trabalho, pois dedicou-se exclusivamente à gravação do disco, tendo escolhido fazer as gravações no Porto e para tal, a editora teve de garantir os meios necessários numa moradia na Avenida Marechal Gomes da Costa, instalando um estúdio móvel.[53] O disco passou nas rádios com frequência e os concertos sucederam-se, em que um tornou-se inesquecível pelo acidente de Rui Reininho, em Albufeira, quando parte do palco cedeu e o cantor caiu de uma altura de três metros, partindo algumas costelas.[54] A 10 de outubro deste ano, os GNR estrearam-se como a primeira banda portuguesa a tocar num estádio de futebol, o estádio José de Alvalade, em Lisboa. O então baterista da banda, Tóli César Machado afirmou à imprensa, momentos antes do concerto: "vão ver a melhor banda de rock português", prometendo um "grande espetáculo". O estádio esteve com a lotação esgotada, cerca de 40 mil pessoas. Contou com a presença da RTP que gravou o concerto para emitir mais tarde e também com a participação dos convidados Javier Andreu para cantar em dueto o tema "Sangue Oculto" e Isabel Silvestre, do Grupo de Cantares do Manhouce, que cantou também em dueto o tema "Pronúncia do Norte".[55] O disco vendeu 94 mil cópias e esteve trinta e oito semanas no top nacional, atingindo o galardão de quatro discos de platina.[56] Em 19 de junho de 1993 a banda tornou a dar outro mega concerto no Estádio da Antas, no Porto, onde estiveram mais de 20 mil pessoas e que segundo o grupo, serviu como forma de celebração do primeiro aniversário do disco Rock in Rio Douro.[57]


Em 1994 os GNR foram convidados a participar na compilação Filhos da Madrugada cantam José Afonso[58] de homenagem a José Afonso, com uma versão de "Coro dos Tribunais". A 30 de Junho decorreu o concerto de apresentação desse projeto, em que participaram vários artistas portugueses, contudo, a banda não esteve presente no concerto realizado no Estádio José Alvalade.[59] Ainda nesse ano, a 30 de maio, lançaram o sétimo álbum Sob Escuta (1994),[60] que não foi muito bem recebido pela crítica, vendendo 35 mil unidades mas com dois temas marcantes, os singles "+ Vale Nunca"[61] e "Las Vagas".[62] O guitarrista de flamenco Vicente Amigo foi convidado a participar em "Lovenita". O disco produzido pela própria banda foi gravado em fevereiro na Quinta das Camélias, em Leça do Balio, com recurso ao estúdio móvel da Valentim de Carvalho. O guitarrista Zézé Garcia saiu da formação e entrou Alexandre Manaia.[63]



Primeira coletânea e a Era pop (1996–2000) |


Em 1996 o grupo celebrou quinze anos de carreira e editou a primeira colectânea em duplo CD Tudo o que você queria ouvir - O Melhor dos GNR,[64] que atingiu a platina, com vendas superiores a 40 mil cópias. Inclui os inéditos "Julieta Su & Sida" e "Pena de Morte". A segunda edição alcançou os 80 mil exemplares vendidos e inclui o tema "Corpos",[65] originalmente gravado na compilação "A Cantar Con Xabarín", da Televisión de Galicia. Teve a colaboração do violinista espanhol Pancho Álvarez. Entretanto, prepararam um concerto no Coliseu de Lisboa, por indisponibilidade do Coliseu do Porto, e para esse concerto foram convidados dois músicos de peso, o Alexandre Soares e o Vítor Rua, que aceitaram o convite.[66] Tóli explicou o motivo desse convite da banda a esses dois músicos quando afirmou, após a realização do concerto: "Não os convidamos para chamar pessoas. Nós é que fazíamos questão de os ter connosco, porque tinha acabado de sair um best of para o qual eles tinham contribuído e era justo aparecerem."[67]


Os GNR regressaram aos discos originais em 31 de março de 1998 com o oitavo álbum de estúdio Mosquito,[68] obtendo novos êxitos como "Tirana",[69] a balada "Saliva"[70] e o tema reggae "Mosquito"[71]. De acordo com o ponto de vista do músico compositor: "O Mosquito é um disco mais experimental, no sentido em que é mais confuso, mais manta de retalhos... quisemos arriscar outras coisas."[72]


A 1 de Março de 1999 tocaram ao vivo através da Internet, numa iniciativa inédita. Foram nomeados na categoria de Banda do Ano, para a edição de 1999 dos Globos de Ouro da estação televisiva SIC.[73]
Ainda nesse ano foram convidados a participar no álbum XX Anos XX Bandas de tributo aos Xutos & Pontapés com a versão "Quando Eu Morrer". O álbum de 1985 "Os Homens Não Se Querem Bonitos" foi finalmente reeditado em CD.[74]
A 20 de março de 2000 editaram o nono álbum Popless,[75] do qual saíram quatro singles. "Asas (Eléctricas)",[76] versão da banda sonora criada por Tóli, para o tele-filme da SIC Amo-te Teresa, que estreou a 11 de janeiro de 2000 e no qual Reininho teve uma breve participação como ator, interpretando o papel de um agente da Guarda Nacional Republicana (GNR). "Popless",[77] cujo teledisco foi alvo de censura por alegada publicidade a marcas comerciais. Por fim, "Bem Vindo ao Passado"[78] e "Digital Gaia".[79][80] Segundo a opinião expressa por Tóli e Reininho, esse disco é: "um disco frágil e mais melancólico, um álbum de canções pop escrito por uma banda para quem a pop tem os dias contados". Reininho acrescenta ainda: "é o disco mais GNR que os GNR fizeram desde há uns bons anos para cá".[81]



Década 2000 |


Uma segunda colectânea, "Câmara Lenta - 16 Slows Do Melhor GNR - Vol.2", é lançada em Fevereiro de 2002,[82] reunindo as baladas mais emblemáticas da carreira da banda. Inclui dois inéditos: "Vocês" e "Nunca Mais Digas Adeus". Este álbum obtém grande sucesso chegando a nº 1 do top nacional de vendas. No final de 2002 chega às lojas o álbum "Do Lado Dos Cisnes", registando-se apenas um êxito relativo "Sexta-Feira (um seu Criado)".[83] O single extraído é "Morrer em Português".[84]


Em 2003 gravam em single uma versão acústica de "Canadádá", tema do álbum "Do Lado dos Cisnes", agora com a participação de Paulinho Moska.[85]


Em 2006 comemoram 25 de carreira e em Março é lançado o álbum de tributo "Revistados 25-06" com temas que já fazem parte da nossa memória colectiva interpretados por nomes do hip hop, reggae e R&B nacional: NBC, Virgul (Da Weasel), Expensive Soul, Melo D, Guardiões do Subsolo, entre outros.[86]
A banda lança também a colectânea "O Melhor dos GNR - ContinuAcção - Vol.3", em duplo CD, contendo o inédito "Continuação" e uma versão de "Quero Que Vá Tudo Pró Inferno" original de Roberto Carlos.[87] A banda portuense teve um ano em cheio actuando no Rock in Rio Lisboa e nos coliseus do Porto e de Lisboa.


Em 2007 é reeditado em duplo CD o álbum "Independança" de 1982, celebrando os 25 anos do lançamento, com sete temas extra (temas dos dois primeiros singles e do Maxi "Twistarte").[88]


Em 18 de Abril de 2008 sobem ao palco do Pavilhão Atlântico com a Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana realizando um concerto memorável sob a direcção do Tenente Coronel Jacinto Montezo.[89]


"Companhia Das Índias", lançado em Dezembro de 2008, é o nome do primeiro álbum a solo de Rui Reininho.



Década de 2010 |


O décimo primeiro álbum de originais "Retropolitana" é lançado em Junho de 2010.[90] O single extraído é "Reis do Roque".[91]


Em 2011 comemoram 30 anos de atividade.[92] É marcado por várias edições discográficas:


"Defeitos Especiais", LP de 1984, é reeditado pela primeira vez em CD.[93]


"BD Pop Rock Português - GNR" composto por Livro+CD é editado pela EMI e a Tugaland. Trata-se da história das melhores bandas do pop rock português desenhadas pelos mais prestigiados ilustradores portugueses, acompanhado por uma colectânea dos temas mais marcantes.[94]


"GNR ‎– Bandas Míticas" colectânea editada pela EMI e Levoir. Edição limitada do jornal Correio da Manhã que disponibiliza aos seus leitores uma colecção inédita, com direcção editorial de David Ferreira, sobre 20 bandas que marcaram os últimos 50 anos da história da música portuguesa.[95]


"Voos Domésticos" é um novo disco com músicas já conhecidas mas com novas roupagens. O disco celebra os 30 anos de atividade dos GNR.[96][97] O single extraído é "Cais".


"GNR - Colecção 1981-2011" mais uma colectânea da EMI.[98]


"30 Anos GNR - Manobras 1981-2011" trata-se do primeiro DVD editado pela banda que inclui imagens de concertos, entrevistas aos membros do grupo e telediscos dos temas mais conhecidos. Faziam parte da "Colecção GNR - 30 anos do melhor Rock" composta por 12 CDs e um DVD, com edição limitada do Diário de Notícias e Jornal de Notícias.[99][100]


Em 2012 lançam uma nova colectânea "Concentrado - O Melhor dos GNR" [101]


Em 2014, no dia 10 de Novembro, estrearam o seu novo single "Cadeira Eléctrica", na Rádio Comercial. A 6 de Março de 2015 divulgam o nome e as músicas do seu novo álbum, Caixa Negra, do qual faz parte o single anterior. O disco é lançado pela Indiefada a editora criada pelo grupo. O disco é também editado em vinil, pela Rastilho no dia 18 de Abril de 2015, sendo um lançamento oficial Record Store Day.[102]


Em Agosto de 2015 lançam através da revista Blitz o CD "Theatro, Circo & GNR Afectivamente Ao Vivo" gravado em Braga.


Em Outubro de 2015 convidaram Rita Redshoes para os concertos "Caixa Negra" nos coliseus de Lisboa e no Porto [103]. A experiência foi tão positiva, sobretudo no dueto do tema "Dançar Sós", que a convidaram para a regravação do mesmo. O lançamento do single foi já em 2016. Nesse ano é editado pela Porto Editora a Biografia oficial do grupo "Onde Nem A Beladona Cresce" com toda a história da banda e que inclui um pequeno CD com uma tema inédito ("O Arranca-Coração").


No início de 2017 é editado o CD+DVD "Os primeiros 35 anos - Ao vivo" com a gravação de um concerto ao vivo.



Discografia |



Ver artigo principal: Discografia de GNR


Álbuns de originais |




  • Independança (1982)


  • Defeitos Especiais (1984)


  • Os Homens Não Se Querem Bonitos (1985)


  • Psicopátria (1986)


  • Valsa dos Detectives (1989)


  • Rock In Rio Douro (1992)


  • Sob Escuta (1994)


  • Mosquito (1998)


  • Popless (2000)


  • Do Lado dos Cisnes (2002)


  • Retropolitana (2010)


  • Caixa Negra (2015)



Colaborações |




  • Filhos da Madrugada (1994) - "Coro dos Tribunais"


  • A Cantar Con Xabarín III/IV (1996) - "Corpos"


  • XX Anos XX Bandas (1999) - "Quando Eu Morrer"


  • Danceteria (2000) - "Digital Gaia (tomato mix)"



Bandas sonoras |




  • "Asas (Eléctricas)" - Filme de 2000 "Amo-te Teresa" [104]

  • "Dunas" - Filme de 2001 "Cavaleiros de água doce"


  • "Nunca Digas Adeus" e "Vocês" - Telenovela de 2002 "Nunca Digas Adeus" [105]


  • "Morte ao Sol" e "Sangue Oculto" - Telenovela de 2010 "Lua Vermelha" [106]



Membros |



Actuais |



  • Rui Reininho - Voz (1981-presente)

  • Jorge Romão - Baixo (1983-presente)

  • Toli César Machado - Acordeão, guitarra (1980-presente)

  • Samuel Palitos - Bateria (2015-presente)

  • Tiago Maia - Guitarra (2015-presente)

  • Paulo Borges - Teclas (2015-presente)



Antigos |



  • Alexandre Soares - Guitarra (1980-1987)

  • Vítor Rua - Guitarra e Baixo (1980-1983)

  • Zezé Garcia - Guitarra (1987-1994)

  • Alexandre Manaia - Guitarra (1994-1998)

  • António Mão de Ferro - Guitarra (1998-2007)

  • Andrew "Andy" Torrence - Guitarra (2007-2015)

  • Mano Zé - Baixo (1980-1981)

  • Miguel Megre - Teclas (1981-1982)

  • Manuel Ribeiro - Teclas (1985-1989)

  • Telmo Marques - Teclas (1989-1997)

  • Hugo Novo - Teclas (2006-2015)

  • Ruka (Rui Lacerda) - Bateria (2006-2015)



Referências




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Bibliografia




  • Torres, Hugo (2016). GNR–Onde nem a Beladona Cresce. Rua da Restauração 365, 4099-023 Porto: Porto Editora. 247 páginas. ISBN 978-972-0-04781-6 



Ligações externas |



  • Site oficial GNR

  • GNR no Discogs

  • GNR–Biografia

  • GNR no Facebook


































































































































  • Portal da música portuguesa
  • Portal do rock



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