Roma
Nota: Para outros significados, veja Roma (desambiguação).
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Comuna | ||||
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Roma Localização de Roma na Itália | ||||
Coordenadas | ||||
Região | Lácio | |||
Província | Roma | |||
Administração | ||||
- Prefeito | Virginia Raggi | |||
Área | ||||
- Total | 1 285 km² | |||
Altitude | 37 m | |||
População | ||||
- Total | 2 874 969 (2 017) | |||
• Densidade | 1 981 hab./km² | |||
Outros dados | ||||
Código ISTAT | 058091 | |||
Código cadastral | H501 | |||
Código postal | 00100 (genérico), da 00121 a 00199 | |||
Prefixo telefônico | 06 | |||
Padroeiro | São Pedro e São Paulo | |||
Feriado | 21 de Abril (aniversário da cidade), 29 de Junho (festa dos padroeiros) | |||
Sítio | www.comune.roma.it |
Roma (em italiano: Roma ˈroːma ( ouvir)) é uma cidade e uma comuna especial (chamada "Roma Capitale") da Itália. É a capital do país, da província homônima e também da região do Lácio. Com 2,8 milhões de habitantes em 1285,3 km² de área, também é a maior cidade italiana e a quarta cidade mais populosa da União Europeia. A área urbana de Roma se estende além dos limites administrativos da cidade com uma população de cerca de 3,8 milhões.[1] Entre 3,2 e 4,2 milhões de pessoas vivem na área metropolitana da capital italiana.[2][3][4][5][6] A cidade está localizada na porção centro-ocidental da península itálica, cortada pelo rio Tibre, dentro do Lácio. Roma é a única cidade no mundo que tem em seu interior um país inteiro, o enclave do Vaticano.
Roma é uma das cidades mais importantes da história da humanidade, exercendo uma influência sem igual no desenvolvimento da história e da cultura dos europeus durante milênios e na construção da Civilização Ocidental. Sua história abrange mais de 2500 anos, desde a sua fundação lendária em 753 a.C. Roma é uma das mais antigas cidades continuamente ocupadas na Europa e é conhecida como "A Cidade Eterna", uma ideia expressa por poetas escritores da Roma Antiga. No mundo antigo, foi sucessivamente a capital do Reino de Roma, da República Romana e do Império Romano e é considerada um dos berços da civilização ocidental. Desde o século I, a cidade é a sede do papado e no século VIII a cidade tornou-se a capital dos Estados Pontifícios, que duraram até 1870. Em 1871, Roma se tornou a capital do Reino da Itália e em 1946 da República Italiana.
Após a Idade Média, Roma foi governada pelos papas Alexandre VI e Leão X, que transformaram a cidade em um dos principais centros do Renascimento italiano, juntamente com Florença.[7] A versão atual da Basílica de São Pedro foi construída e a Capela Sistina foi pintada por Michelangelo. Artistas famosos e arquitetos, como Bramante, Bernini e Rafael, residiu por algum tempo em Roma, contribuindo para a sua arquitetura renascentista e barroca.
Roma é considerada uma cidade global.[8][9][10] Em 2007, Roma foi a 11ª cidade mais visitada do mundo, a terceira mais visitada da União Europeia e a atração turística mais popular na Itália.[11] A cidade tem uma das melhores "marcas" da Europa, tanto em reputação quanto em patrimônio.[12] O seu centro histórico é classificado pela UNESCO como Patrimônio Mundial.[13] Monumentos e museus tais como os Museus Vaticanos e o Coliseu estão entre os destinos turísticos mais visitados do mundo, sendo que ambos os locais recebem milhões de turistas por ano. Roma também sediou os Jogos Olímpicos de Verão de 1960.
Índice
1 Etimologia
2 História
2.1 Fundação
2.1.1 Lenda da fundação de Roma
2.2 Reino, república e império
2.3 Idade Média, período moderno e contemporâneo
3 Geografia
3.1 Clima
4 Demografia
4.1 Composição étnica
4.2 Religião
5 Governo e política
5.1 Relações internacionais
6 Subdivisões
7 Economia
7.1 Turismo
8 Infraestrutura
8.1 Transportes
9 Cultura
9.1 Arquitetura e planejamento urbano
9.2 Esportes
10 Notas
11 Referências
12 Ligações externas
Etimologia |
De acordo com o mito fundador da cidade dos próprios romanos antigos,[14] acredita-se que a longa tradição da origem do nome "Roma" venha do fundador e do primeiro rei da cidade, Rômulo.[15]
No entanto, é uma possibilidade que o nome Rômulo tenha sido derivado da própria Roma. Já no século IV, havia teorias alternativas propostas sobre a origem do nome da cidade. Várias hipóteses foram lançadas com foco em raízes linguísticas incertas:[16]
- De Rumon ou Rumen, nome arcaico do rio Tibre, que por sua vez tem a mesma raiz do verbo grego ῥέω (rhèo) e do verbo latino ruo, que significam "fluxo";[17]
- Da palavra etrusca ruma, cuja raiz é *rum-"tetina", com possível referência à loba que adotou e amamentou os gêmeos Rômulo e Remo, ou à forma dos montes Palatino e Aventino;
- Da palavra grega ῥώμη (rhōmē), que significa "força".[18]
A origem do nome da divindade protetora de Roma é desconhecida. Provavelmente com a finalidade dos romanos se protegerem contra a formula que utilizavam antes de atacar as cidades inimigas; invocando o nome dessa divindade em seu benefício. Segundo os textos antigos o nome místico de Roma, Amor[19] não podia ser reproduzido publicamente.
História |
Ver artigo principal: História de Roma
Reino de Roma c. 753 a.C.–509 a.C.
República Romana 509 a.C.–27 a.C.
Império Romano 27 a.C.–285
Império Romano do Ocidente 285–476
Reino de Odoacro 476–493
Reino Ostrogótico 493–553
Império Romano do Oriente 553–754
Estados Pontifícios 754–1870
Reino da Itália 1870–1946
República Italiana 1946–presente
Vaticano 1929-presente
Fundação |
Ver artigo principal: Fundação de Roma
Há evidências arqueológicas da ocupação humana da área de Roma há aproximadamente 14.000 anos, mas a camada densa de detritos muito mais jovens obscurece os sítios paleolíticos e neolíticos.[20] Evidências de ferramentas de pedra, cerâmica e armas de pedra atestam cerca de 10.000 anos de presença humana. Várias escavações apoiam a visão de que Roma cresceu a partir de assentamentos pastorais no monte Palatino, construído acima da área que viria a se tornar o Fórum Romano. Entre o final da era do bronze e o início da era do ferro, cada colina entre o mar e o Capitólio era coberta por uma vila (no Capitólio, uma aldeia é atestada desde o final do século XIV a.C.).[21] No entanto, nenhuma delas ainda tinha uma característica urbana.[21]
Atualmente, existe um amplo consenso de que a cidade nasceu gradualmente através da agregação ("sinecismo") de várias aldeias ao redor do maior, localizadas acima do Palatino.[21] Esta agregação, que sinaliza a passagem de uma situação proto-urbana para uma situação urbana, foi permitida pelo aumento da produtividade agrícola acima do nível de subsistência, o que permitiu o estabelecimento de atividades secundárias e terciárias: por sua vez, isso impulsionou o desenvolvimento do comércio com a colônias gregas do sul da Itália (principalmente Ísquia e Cumas).[21] Todos esses acontecimentos, que de acordo com as escavações arqueológicas ocorreram mais ou menos em meados do século VIII a.C., podem ser considerados como o "nascimento" da cidade.[21] Apesar das recentes escavações na colina do Palatino, a visão de que Roma foi fundada propositalmente em meados do século VIII a.C., como a lenda sugere (a data da tradição de Rômulo), continua a ser uma hipótese marginal.[22]
Lenda da fundação de Roma |
As histórias tradicionais transmitidas pelos próprios antigos romanos explicam a história mais antiga de sua cidade em termos de lendas e mitos. O mais familiar desses mitos, e talvez o mais famoso de todos os mitos romanos, é a história de Rômulo e Remo, os gêmeos que foram amamentados por uma loba.[14] Eles decidiram construir uma cidade, mas depois de uma discussão, Rômulo matou seu irmão e a cidade tomou seu nome. De acordo com os análogos romanos, isso aconteceu em 21 de abril de 753 a.C.[23] Esta lenda tinha que ser reconciliada com uma tradição dupla, estabelecida anteriormente, que o refugiado de Troia, Eneias, escapou para a Itália e criou a linhagem dos romanos através de seu filho Iulo, o homônimo da dinastia júlio-claudiana.[24]
Reino, república e império |
Ver artigos principais: Roma Antiga, Reino de Roma, República Romana, Império Romano e Queda do Império Romano do Ocidente
No começo foi governada por reis, mas, novamente de acordo com a tradição, tornou-se uma República em 509 a.C..[25] A cidade cresceu e, no final da República, Roma era a capital de um vasto império em volta do Mar Mediterrâneo. No seu auge, durante o século II, a cidade chegou a ter cerca de 45 000 prédios de apartamentos, e uma população de 1 600 000 habitantes. Seus aquedutos transportavam mais de um milhão de metros cúbicos de água, mais água do que chega à Roma moderna.
Com o fortalecimento do cristianismo do rei, no século III d.C., o Bispo de Roma (que mais tarde passaria a ser chamado de Papa) tornou-se a maior autoridade religiosa na Europa Ocidental.
A partir de meados do século III, com o começo das migrações dos povos bárbaros para o interior das fronteiras do império,[25] e que eventualmente invadiriam por várias vezes a cidade, registrou-se um fluxo de habitantes da cidade para o campo; quando o império entrou em colapso (476),[26] pouco mais de 50 mil habitantes ainda moravam na cidade.
Idade Média, período moderno e contemporâneo |
Ver artigos principais: Estados Pontifícios e Risorgimento
A cidade de Roma estaria em mãos bárbaras (e apoiada economicamente e politicamente pelo Império Bizantino) por pelo menos mais quatro séculos até que, em 756, Pepino III, o Breve, derrotou os Lombardos, devolvendo a Roma sua autonomia. Roma passaria a ser capital dos Estados Pontifícios até 1870, onde o Papa era a autoridade máxima do Estado.
Numa série de acontecimentos sem precedentes em toda a península itálica, Roma tornou-se a capital da nova Itália unificada de Giuseppe Garibaldi, em 1871. Em 11 de fevereiro de 1929, Benito Mussolini estabeleceu, numa série de acordos com o Papado, o Estado independente do Vaticano, cedendo um pedaço de 0,44 km² no seio da cidade a este novo país.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Roma sofreu pesados bombardeamentos e foi também o palco de várias batalhas, embora tenha sofrido menos danos que outras cidades controladas pelo Eixo (como Berlim ou Varsóvia); foi capturada pelos Aliados em 4 de junho de 1944, tornando-se a primeira capital de uma potência central do Eixo a cair.
Nos anos que se seguiram à guerra, a cidade foi palco de crescimento acelerado. Com cerca de 240 mil habitantes à época da unificação do país, a cidade cresceu para 692 mil em 1921 e 1,6 milhão em 1962.[carece de fontes]
Geografia |
O núcleo do sistema urbano desenvolve-se ao longo do rio Tibre, em pequenos relevos no meio dos quais se encontra a ilha Tiberina. Tanto à esquerda como à direita do rio encontram-se relevos de pouca expressão, restos do antigo aparelho vulcânico designado de Vulcão Lacial, como os montes Tiburtinos e os montes Prenestrinos. Em termos de altitude, a zona varia entre os 13 m ao nível médio do mar da Praça do Povo e os 120 m do Monte Mário.[27] Roma é atravessada ainda por outro rio, o Aniene, que conflui no Tibre ainda em território urbano. As margens do Aniene estão protegidas sob estatuto de parque natural.
A comuna de Roma tem limites com as comunas de Albano Laziale, Anguillara Sabazia, Ardea, Campagnano di Roma, Castel Gandolfo, Castel San Pietro Romano, Ciampino, Colonna, Fiumicino, Fonte Nuova, Formello, Frascati, Gallicano nel Lazio, Grottaferrata, Guidonia Montecelio, Marino, Mentana, Monte Porzio Catone, Monte Compatri, Monterotondo, Palestrina, Poli, Pomezia, Riano, Sacrofano, San Gregorio da Sassola, Tivoli, Trevignano Romano, Zagarolo.
Clima |
Roma é caracterizada por seu clima mediterrânico (Classificação climática de Köppen: Csa), com invernos suaves e úmidos e verões quentes e secos. Sua temperatura média anual está em cerca de 20 °C durante o dia e 10 °C durante a noite. Em janeiro, o mês mais frio, a temperatura média é de 12 °C durante o dia e de 3 °C à noite. Nos meses mais quentes, julho e agosto, a temperatura média é de 30 °C durante o dia e 18 °C à noite.[28] A temperatura média anual é de cerca de 15 °C.
Dezembro, janeiro e fevereiro são os meses mais frios, com temperaturas médias em torno de 12,5 °C durante o dia e de 3,6 °C à noite. As temperaturas variam geralmente entre 10 e 15 °C durante o dia e entre 3 e 5 °C à noite, mas com períodos mais frios ou mais quentes que ocorrem com frequência. A queda de neve é ocasional - ocorre em quase todos os invernos, geralmente sem acumulação. Grandes nevascas são raras, sendo a última registrada em 2012.[29]
A umidade relativa média é de 75%, variando de 72% em julho para 77% em novembro. As temperaturas do mar variam de um mínimo de 13 °C em fevereiro e março para uma alta de 24 °C, em agosto.[29]
Demografia |
Variação demográfica do município entre 1861 e 2011[30] |
Fonte: Istituto Nazionale di Statistica (ISTAT) - Elaboração gráfica da Wikipedia |
Na época do imperador Augusto, Roma era a maior cidade do mundo: com uma população de cerca de um milhão de pessoas (aproximadamente do tamanho de Londres no início do século XIX, quando Londres era a maior cidade do mundo).[31][32][33]
Após a queda do Império Romano do Ocidente, a população da cidade caiu drasticamente para menos de 50 mil pessoas e continuou a estagnar ou encolher até o Renascimento.[34] Quando o Reino da Itália, anexou Roma em 1870, a cidade tinha uma população de cerca de 200 mil habitantes, que aumentou rapidamente para 600 mil pessoas às vésperas da Primeira Guerra Mundial. O regime fascista de Mussolini tentou bloquear um aumento demográfico excessivo da cidade, mas não conseguiu evitar que ela atingisse um milhão de pessoas por 1930. Após a Segunda Guerra Mundial, o crescimento continuou, ajudado por um boom econômico do pós-guerra. O bom desempenho da construção civil também criou um grande número de bairros durante os anos 1950 e 1960.[35]
Em meados de 2010, havia 2 754 440 moradores na cidade propriamente dita, enquanto que cerca de 4,2 milhões de pessoas viviam na Grande Roma (que pode ser aproximadamente identificada com sua província administrativa, com uma densidade populacional de cerca de 800 hab/km², que se estende por mais de 5 000 km ²). Os menores (jovens com abaixo dos 18 anos de idade) totalizaram 17% da população em relação aos aposentados, que representam 20,76% dos habitantes da cidade. Isso se compara com a média italiana de 18,06% (menores de idade) e 19,94% (aposentados). A idade média de um residente romano é de 43 anos, em comparação com a média italiana de 42. Nos cinco anos entre 2002 e 2007, a população de Roma cresceu 6,54%, enquanto a da Itália como um todo cresceu 3,56%. A taxa de natalidade atual de Roma é de 9,10 nascimentos por 1.000 habitantes, em comparação com a média italiana de 9,45 nascimentos.[30][36]
Composição étnica |
De acordo com as últimas estatísticas realizadas pelo ISTAT, Cerca de 9,5% da população romana é composta por não-italianos. Cerca de metade da população imigrante é constituída por pessoas de várias outras origens europeias (principalmente romenos, poloneses, ucranianos e albaneses), totalizando 131 118 habitantes, ou 4,7% da população. Os 4,8% restantes são imigrantes não-europeus, principalmente filipinos (26 933), bangladechianos (12 154), peruanos (10 530) e chineses (10 283).[37]
O rione Esquilino, fora da Estação Ferroviária Termini, evoluiu para um bairro em grande parte ocupado por imigrantes e que agora é considerado o Chinatown de Roma, mas na verdade imigrantes de mais de cem países diferentes lotam suas ruas movimentadas e praças. A agitada área comercial de Esquilino possui dezenas de restaurantes com todos os tipos de cozinha internacional. Existem inúmeras lojas de roupas por atacado: dos 1 300 ou mais estabelecimentos comerciais que operam no distrito, 800 são de propriedade chinesa, cerca de 300 são geridos por imigrantes de outros países ao redor do mundo e cerca de 200 são de propriedade de italianos.[38]
Religião |
Assim como o resto da Itália, a população da cidade de Roma é predominantemente católica romana. A capital italiana tem sido um importante centro de peregrinação religiosa e, durante séculos, a base da religião romana com o pontífice máximo (pontifex maximus) e, mais tarde, como sede do Vaticano e do papa. Antes da chegada dos cristãos em Roma, a religião romana (religio romana) era a principal religião da cidade na antiguidade clássica. Os primeiros deuses consideradas sagrados pelos romanos foram Júpiter, o mais importante, e Marte, o deus da guerra e pai dos gêmeos fundadores de Roma, Rômulo e Remo, segundo a tradição. Outros deuses e deusas, como Vesta e Minerva eram homenageados. Roma também era a base de vários cultos misteriosos, como o mitraísmo. Mais tarde, depois de São Pedro e São Paulo serem martirizados na cidade e dos primeiros cristãos começarem a chegar, Roma se tornou cristã e a Antiga Basílica de São Pedro foi construída em 313 d.C. Apesar de algumas interrupções (como o Papado de Avinhão), Roma foi durante séculos a sede da Igreja Católica Romana e do Bispo de Roma, também conhecido como Papa.[39]
Apesar de Roma ser a casa do Vaticano e da Basílica de São Pedro, a catedral da cidade é a Basílica de São João de Latrão, localizada ao sudeste do centro. Há cerca de 900 igrejas em Roma no total, além da própria catedral e outras, como a Basílica de Santa Maria Maior, a Basílica de São Paulo Extramuros, a Basílica de São Clemente, a Basílica de San Carlo alle Quattro Fontane e a Igreja de Jesus. Há também as antigas catacumbas romanas, no subsolo da cidade. Várias instituições de educação religiosa muito importantes também estão em Roma, como a Pontifícia Universidade Lateranense, o Pontifício Instituto Bíblico, a Pontifícia Universidade Gregoriana e o Pontifício Instituto Oriental.
Nos últimos anos, houve um crescimento significativo na comunidade muçulmana de Roma, principalmente devido à imigração de pessoas vindas de países do Norte da África e do Oriente Médio para a cidade. Como consequência deste aumento dos praticantes locais da fé islâmica, o comune promoveu a construção da maior mesquita da Europa, que foi projetado pelo arquiteto Paolo Portoghesi e inaugurada em 21 de junho de 1995. Desde o fim da República Romana, Roma é também o centro de uma importante comunidade judaica, que já foi sediada em Trastevere e mais tarde no Gueto Romano. Lá também se encontra a maior sinagoga de Roma, o Tempio Maggiore.[40]
Governo e política |
Roma constitui uma speciale comune, com o nome "Roma Capitale" e é a maior em termos de área e de população entre as 8 101 comunas da Itália. É governada por um prefeito (sindaco), atualmente Francesco Paolo Tronca e um conselho municipal . A sede da comuna é o Palazzo Senatorio no Monte Capitolino, a sede histórica do governo da cidade. A administração local em Roma é comumente referido como "Campidoglio", o nome italiano da colina.[41]
Roma é a principal cidade da província de mesmo nome, que inclui a área metropolitana da cidade e se estende ao norte até Civitavecchia. A Província de Roma é o nona maior da Itália por área. Em seus 2 066 km², suas dimensões são comparáveis à região da Ligúria. Além disso, a cidade também é a capital da região do Lácio.
Roma é a capital nacional da Itália e é a sede do governo italiano. As residências oficiais do Presidente da República Italiana e do Primeiro-Ministro, as sedes de ambas as casas do Parlamento Italiano e do Tribunal Constitucional Italiano estão localizadas no centro histórico da cidade. Os ministérios estão espalhados por toda a cidade, como o Ministério das Relações Exteriores, que está localizado no Palazzo della Farnesina, perto do Estádio Olímpico.
Relações internacionais |
Roma possui uma única cidade-irmã, e 17 cidades parceiras.
- Cidade-irmã
Paris, França (em francês: Seule Paris est digne de Rome; seule Rome est digne de Paris; em italiano: Solo Parigi è degna di Roma; solo Roma è degna di Parigi; trad. "Somente Paris é digna de Roma; somente Roma é digna de Paris").[42]
- Cidades parceiras
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Subdivisões |
Ver artigo principal: Subdivisões de Roma
A subdivisão administrativa de Roma consiste na divisão do território da comuna de Roma em 19 sub-comunas, designados municípios (anteriormente designados como "circunscrições"), numerados de 1 a 20. O 14º município foi dissolvido, enquanto, mediante votação popular, Fiumicino adquiriu o estatuto de comuna autónoma.
- Município I - inclui as regiões do centro histórico de Roma (riones) tradicionais (vide abaixo).
- Município II - inclui os bairros ("quartieri"): Flamínio, Parioli, Pinciano e Salario o Trieste.
- Município III - inclui: parte do rione Castro Pretório, o bairro Nomentano e parte do Tiburtino.
- Município IV - inclui os bairros: Monte Sacro, Monte Sacro Alto, Val Melaina, Castel Giubileo, Marcigliana, Casal Boccone e Tor S. Giovanni.
- Município V - inclui os bairros: Pietralata, Ponte Mammolo, S. Basilio, Settecamini, Tor Cervara, Tor Sapienza e Acqua Vergine e parte do Tiburtino e Collatino.
- Município VI - inclui parte dos bairros: Tiburtino, Prenestino-Labicano, Tuscolano e Collatino.
- Município VII - inclui os bairros: Prenestino, Centocelle, Alessandrino e La Rustica e parte do Tuscolano, Collatino, Don Bosco, Tor Cervara, Tor Sapienza e Torre Spaccata.
- Município VIII - inclui os bairros: Lunghezza, S. Vittorino, Torre Angela e Borghesiana, e parte do Don Bosco, Acqua Vergine, Torre Spaccata, Torre Maura, Torre Nova, Torre Gaia e Ponte di Nona.
- Município IX - inclui parte dos bairros: Prenestino-Labicano, Tuscolano e Appio Latino.
- Município X - inclui os bairros: Ápio Cláudio e Capannelle e parte do Tuscolano, Don Bosco, Appio Pignatelli, Torre Maura, Torre Nova e Torre Gaia.
- Município XI - inclui parte dos bairros: Ápio Latino, Ostiense, Ardeatino, Appio Pignatelli, Torricola e Cecchignola.
- Município XII - inclui os bairros: Giuliano-Dalmata, EUR, Fonte Ostiense, Vallerano, Castel di Decima e Torrino e parte da Ostiense, Castel di Leva e Cecchignola.
- Município XIII - inclui os bairros: Ostia Ponente, Ostia Levante e Castel Fusano e parte de Tor de'Cenci e Mezzocamino.
- Município XV - inclui parte dos bairros: Portuense, Gianicolense, Magliana Vecchia, Ponte Galeria e Pisana.
- Município XVI - inclui parte dos bairros: Portuense, Gianicolense, Maccarese, Pisana e Castel di Guido.
- Município XVII - inclui os rioni: Prati e Borgo e parte dos bairros Trionfale e Della Vittoria.
- Município XVIII - inclui parte dos bairros: Aurelio, Trionfale, Primavalle, Castel di Guido e Casalotti.
- Município XIX - inclui parte dos bairros: Aurelio, Trionfale, Primavalle e Della Vittoria.
- Município XX - inclui os bairros: Tor di Quinto, La Giustiniana, La Storta e Cesano e parte de Della Vittoria e Tomba di Nerone.
O Centro Histórico de Roma (em italiano: Centro Storico), inteiramente contido no Município I, está subdividido em 22 riones tradicionais:
- Rione I - Monti
- Rione II - Trevi
- Rione III - Colonna
- Rione IV - Campo Marzio
- Rione V - Ponte
- Rione VI - Parione
- Rione VII - Regola
- Rione VIII - Sant'Eustachio
- Rione IX - Pigna
- Rione X - Campitelli
- Rione XI - Sant'Angelo
- Rione XII - Ripa
- Rione XIII - Trastevere
- Rione XIV - Borgo
- Rione XV - Esquilino
- Rione XVI - Ludovisi
- Rione XVII - Sallustiano
- Rione XVIII - Castro Pretório
- Rione XIX - Celio
- Rione XX - Testaccio
- Rione XXI - San Saba
- Rione XXII - Prati
Economia |
Por ser a capital italiana, Roma hospeda todas as principais instituições do país, como a Presidência da República, o governo (e seu único Ministeri), o Parlamento, os principais tribunais judiciais e os representantes diplomáticos de todos os países para os Estados da Itália e do Vaticano (curiosamente, Roma também abriga, na parte italiana do seu território, a Embaixada da Itália para a Cidade do Vaticano, um caso único de uma embaixada dentro dos limites de seu próprio país). Muitas instituições internacionais estão localizados em Roma, principalmente as culturais e científicas, como o Instituto Norte-Americano, a Escola Britânica, a Academia Francesa, os Institutos Escandinavos, o Instituto Arqueológico Alemão, além de agências especializadas da Organização das Nações Unidas (ONU), como a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Roma, também abriga as principais organizações políticas e culturais internacionais e mundiais, como o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Programa Alimentar Mundial (PAM) , o Colégio de Defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e o Centro Internacional para o Estudo da Preservação e Restauração dos Bens Culturais (ICCROM). Roma é atualmente uma cidade global beta + cidade (depois que perdeu a classificação alfa em 2008), junto com Berlim, Estocolmo, Atenas, Praga, Montreal e Vancouver.[8] Com uma pontuação de 2,56, Roma também foi classificada em 2010 no 28º lugar no Índice de Cidades Globais (dois lugares superiores em relação a sua posição de 2008), sendo a cidade mais com a mais alta classificação na Itália (Milão vem em segundo lugar, na 42ª posição).[10] Além disso, Roma foi classificada como a 15ª cidade do mundo por importância global, principalmente por sua experiência cultural.[43]
Com um PIB de 94,3 bilhões de euros (ou 121,5 bilhões de dólares) em 2005,[44] a cidade produziu 6,7% do PIB italiano (mais do que qualquer outra cidade no país) e sua taxa de desemprego baixou de 11,1% para 6,5% entre 2001 e 2005, tornando-se uma das taxas mais baixas de todas as capitais da União Europeia.[44] Roma cresce 4,4% ao ano e continua a crescer a uma taxa mais elevada em comparação com qualquer outra cidade no resto do país.[44] Isto significa que se Roma fosse um país, seria a 52ª nação mais rica do mundo pelo PIB, próximo ao tamanho da economia do Egito. Roma também tinha um PIB per capita em 2003 de 29.153 euros (ou 37 412 dólares, o segundo lugar na Itália, depois de Milão) e é mais do que 134,1% superior a média de PIB per capita da UE.[45] Roma, como um todo, tem os maiores arrecadações totais na Itália , atingindo 47 076 890 463 euros em 2008,[46] no entanto, em termos de rendimento médio dos trabalhadores, a cidade está em nono lugar na Itália, com 24.509 euros.[46] A área de Roma tinha um PIB no valor de 167,8 bilhões dólares e um PIB per capita de 38.765 euros.[47]
Embora a economia romana seja caracterizada pela ausência de indústria pesada e seja amplamente dominada pelo setor de serviços, empresas de alta tecnologia (como informática, aeroespacial, defesa, telecomunicações), centros de pesquisa e desenvolvimento, construção civil, atividades comerciais (especialmente o setor bancário) e o desenvolvimento de uma enorme indústria de turismo são áreas muito dinâmicas e extremamente importantes para a economia da cidade. O Aeroporto Internacional de Roma, Fiumicino, é o maior da Itália e a cidade abriga a sede da grande maioria das grandes empresas italianas, bem como a sede de três das 100 maiores empresas do mundo: Enel, Eni e Telecom Italia.[48]
Turismo |
Roma, atualmente, é um dos destinos turísticos mais importantes do mundo, devido à imensidão incalculável de seus tesouros arqueológicos e artísticos, bem como por suas tradições únicas, a beleza de suas vistas panorâmicas e a majestade de seus magníficos parques. Entre os recursos turísticos mais importantes da cidade estão os seus muitos museus, como os Museus Capitolinos, os Museus Vaticanos e a Galleria Borghese e outros dedicados à arte moderna e contemporânea, além de aquedutos, fontes, igrejas, palácios, edifícios históricos, monumentos e as ruínas do Fórum Romano e da catacumba romana. Roma é a terceira cidade mais visitada da União Europeia, depois de Londres e Paris e recebe uma média de 7 a 10 milhões de turistas por ano, número que, por vezes, dobra em anos sagrados. O Coliseu (com 4 milhões de turistas) e os Museus Vaticanos (com 4,2 milhões de turistas) são o 39º e 37º lugares mais visitados do mundo, respectivamente.[49]
A cidade é um grande centro arqueológico e um dos principais centros mundiais de pesquisa arqueológica. Existem inúmeros institutos culturais e de pesquisa localizadas na cidade, como a Academia Americana em Roma[50] e o Instituto Sueco em Roma.[51] A cidade possui vários sítios arqueológicos, como o Fórum Romano, o Mercado de Trajano, o Fórum de Trajano,[52] o Coliseu e o Panteão. O Coliseu, sem dúvida um dos sítios arqueológicos mais emblemáticos de Roma e é considerado como uma das maravilhas do mundo.[53][54]
A capital italiana contém uma coleção vasta e impressionante de arte, esculturas, fontes, mosaicos, afrescos e pinturas de vários períodos históricos diferentes. A cidade tornou-se pela primeira vez um grande centro artístico durante a Roma Antiga, com formas de arte romana importantes como arquitetura, pintura, escultura e trabalho em mosaico.[55] Roma tornou-se mais tarde um grande centro de arte do Renascimento, uma vez que os papas investiram grandes somas de dinheiro na construção de grandiosas basílicas, palácios, praças e edifícios públicos em geral. Roma tornou-se um dos principais centros europeus de arte renascentista, perdendo apenas para Florença e capaz de se comparar a outras grandes cidades e centros culturais, como Paris e Veneza. A cidade foi muito afetado pelo estilo barroco e Roma se tornou o lar de numerosos artistas e arquitetos, como Bernini, Caravaggio, Carracci, Borromini e Cortona, entre outros.[56] No final do século XVIII e início do século XIX, a cidade foi um dos centros do Grand Tour,[57] quando ingleses jovens e ricos, além de outros aristocratas europeus, visitaram a cidade para conhecer a antiga cultura, arte, filosofia e arquitetura romana. Roma foi a casa de um grande número de artistas neoclássicos e rococó, como Pannini e Bernardo Bellotto. Hoje, a cidade é um importante centro artístico, com vários institutos de arte e museus.[58]
Roma também é amplamente reconhecida como uma das capitais mundiais da moda. Apesar de não ser tão importante como Milão, Roma é o quarto centro de moda mais importante do mundo, de acordo com o Global Language Monitor de 2009, após Milão, Nova York e Paris, acima de Londres.[59] As principais casas de moda de luxo e redes de joalherias, como Bulgari, Fendi, Laura Biagiotti e Brioni, estão sediadas ou foram fundadas na cidade. Além disso, outras marcas grandes, como Chanel, Prada, Dolce & Gabbana, Armani e Versace tem boutiques de luxo na cidade, principalmente ao longo da famosa Via Condotti.[60]
Infraestrutura |
Transportes |
Roma é circundada por uma auto-estrada circular de cerca de 60 km de perímetro, designada de Grande Raccordo Anulare (grande cordão circular), que intersecta todas as estradas consulares que datam da Roma Antiga, como a Via Salária, a Nomentana, a Flamínia, Cássia, Aurélia, Portuense, Ápia, Tuscolana, etc. — todas elas partindo do Capitólio e ligando Roma a todo o antigo Império. O ponto de partida, o quilómetro 0 físico, designava-se o miliarium, a coluna outrora dourada e colocada no Fórum, agora de mármore e colocada acima da Cordonata, a escadaria do Capitólio.[carece de fontes]
No transporte aéreo, Roma é servida por três aeroportos: Leonardo da Vinci, civil, situado entre Roma e Fiumicino; Giovan Battista Pastine, ao longo da Via Ápia e da vila de Ciampino, civil low-cost e militar, e o aeroporto da Urbe, a 6 km do centro, ao longo da Via Salária, que atualmente se encontra fechado à aviação civil. Existiu um quarto aeroporto na parte oriental da cidade, entre a Via Prenestina e a Via Casilina, abandonado já há alguns anos, e atualmente em reconstrução para se tornar num dos maiores parques da cidade.[carece de fontes]
O coração da cidade é servido por uma rede de metropolitanos, a Metropolitana di Roma. A construção do primeiro ramo teve lugar na década de 1930 e estava planeada para ligar rapidamente a estação de comboios (Termini) com a então recente área nos subúrbios a sul, a E42, onde se planeava dar lugar à Exposição Universal de 1942, que nunca chegou a ser realizada por causa da Segunda Guerra Mundial. A área foi então parcialmente redesenhada e renomeada para EUR durante a década de 1950 para servir como um quarteirão moderno dedicado a escritórios. A linha seria finalmente inaugurada em 1955 e é atualmente parte da Linha B. A linha A foi inaugurada em 1980 entre as estações de Ottaviano e Anagnina, e mais tarde expandida em etapas (1999-2000) até Battistini. Durante a década de 1990 foi inaugurada uma extensão à Linha B de Termini a Rebibbia e encontra-se em construção uma ramificação da mesma.[carece de fontes]
Os achados arqueológicos da Cidade Eterna atrasam, naturalmente, os trabalhos e escavações. A rede subterrânea, relativamente reduzida, é geralmente bastante prática, embora se torne muito congestionada nas horas de ponta e durante eventos, especialmente a Linha A. Em 2005 a total extensão era de 38 km. As duas linhas existentes intersectam-se na Estação Termini, a principal estação de comboios em Roma, que é também a maior estação em toda a Europa, em baixo da qual (e em redor) existe um centro comercial conhecido como o Forum Termini com mais de 100 lojas de variados sectores. Outras estações: Tiburtina, a segunda maior, atualmente em remodelação e expansão para se tornar o principal entroncamente de comboios de alta velocidade na cidade, Ostiense, Trastevere, Tuscolana, San Pietro, Casilina e Torricola.[carece de fontes]
Note-se, no entanto, que o metrô de Roma é uma parte de uma extensa rede de transportes onde se incluem redes de eléctricos, várias linhas urbanas e suburbanas dentro e em redor da cidade, mais uma linha expressa para o Aeroporto de Fiumicino. Enquanto que as linhas regionais da Trenitalia disponibilizam um serviço suburbano em mais de 20 estações espalhadas pela cidade, linhas como a Roma-Lido (com início na estação Ostiense), a Roma-Pantano (estação Termini) e Roma-Nord (estação Flaminio) disponibilizam um serviço metropolitano.[carece de fontes]
Roma dispõe também de um flexível sistema de autocarros. O bilhete único, de duração de 75 minutos (em 2005), permite aos utentes viajar por toda a cidade utilizando qualquer companhia e qualquer meio de transporte. Entretanto, devido ao congestionamento crónico verificado durante as décadas de 1970 e 1980, o centro histórico de Roma condiciona o tráfego numa zona designada de ZTL, Zona de Tráfego Limitada: apenas se pode circular com a viatura dentro da ZTL em horários específicos; em 2005, o horário restritivo ia das 6 às 18 horas. O tráfego intenso verificado durante a vida nocturna em algumas zonas da cidade levou também à criação de novas ZTLs durante a noite nos distritos de Trastevere e San Lorenzo e a título experimental no centro da cidade. Encontra-se em fase de planeamento a possibilidade de levar esta medida ao distrito de Testácio. Durante os últimos anos procedeu-se à conversão dos parques de estacionamento ao longo das ruas em áreas espaçosa para parques pagos, enquanto proliferaram os parques subterrâneos; no entanto, encontrar estacionamento em Roma continua um problema, como vai sendo típico nas grandes cidades.[carece de fontes]
Cultura |
Roma perdeu o império, mas não a majestade.[nota 1] Com a sua imensa bagagem cultural, é um dos grandes polos de atração turística internacional. Mas não somente do passado vive a Cidade Eterna. É, ainda, um grande centro de referência que se estende da moda à culinária.
Assim, não somente pelo fato de ter constituído um grande império se orgulha o romano de sua cidade, assim como não somente para se embevecer com a Roma Antiga afluem para lá cidadãos de todo o mundo (como se, ainda hoje, todos os caminhos para lá convergissem), mas também pela dinâmica programação de eventos.[nota 2]
Em certos períodos do ano, são realizados grandes festivais que atraem milhares de pessoas, principalmente jovens. Destacam-se: Festival da Europa de Roma,[nota 3]Festival Romics,[nota 4]Festival de Jazz de Roma,[nota 5]Verões Romanos,[nota 6]Festival de Literatura,[nota 7]Noites Brancas,[nota 8]
Devido à sua história milenar, são associados vários símbolos a Roma: o Coliseu, a Lupa Capitolina, os símbolos do cristianismo, e o famoso acrónimo S.P.Q.R., utilizado durante a expansão imperial para designar as terras como sendo d' O Senado e (d)o Povo Romano. As cores da cidade são o dourado e vermelho, representando, respectivamente, o cristianismo e o Império Romano. Feriados municipais: 21 de Abril, a fundação (aniversário) da cidade, e 29 de Junho, festa dos padroeiros da cidade. Também devido à sua longa história, e dada a sua importância, Roma sempre teve uma população diversa, caracterizada pelos diversos fluxos migratórios. Assim, costuma-se dizer que um verdadeiro romano é aquele cuja família viveu em Roma pelo menos durante sete gerações.[carece de fontes]
Arquitetura e planejamento urbano |
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Património Mundial da UNESCO | ||||
País | Itália | |||
Critérios | i, ii, iii, iv, vi | |||
Referência | 91 en fr es | |||
Histórico de inscrição | ||||
Inscrição | 1980 (4.ª sessão) | |||
* Nome como inscrito na lista do Património Mundial. |
Roma está repleta de remanescências do seu passado milenar. No decurso da sua História de mais de dois mil anos, Roma acumulou inúmeros e notáveis tesouros de arte e um património arqueológico sem igual no resto do mundo. Esta característica desta cidade pode ser separada em duas componentes histórica e culturalmente distintas:
- A Roma Antiga ou também denominada Clássica.[25]
- A Roma Papal.[61]
Foi esta abundância de vestígios históricos que permitiu aos analistas reconstruir a história, costumes e algumas preocupações dos habitantes e governantes de Roma. Durante o período régio, nomeadamente no século VI a.C., período de grande prosperidade para a cidade sob influência etrusca, realizaram-se importantes obras públicas: o Templo de Júpiter no Capitólio,[62] o santuário arcaico da área de San Omobono, e a construção da Cloaca Massima (um dos primeiros sistemas de esgotos alguma vez construídos)[63] que iria permitir a bonificação da área do Fórum Romano e a sua primeira pavimentação.
Durante a Invasão Gálica (390 a.C.) é construída uma grande cinta muralhada, algumas partes da qual conservam-se ainda em alguns troços, conhecida erroneamente como Muralha Serviana.[64] A cidade seria rapidamente reconstruída, e foi à tamanha rapidez que os históricos romanos atribuíram o aspecto urbanístico desorganizado da cidade; com efeito, tal deveu-se possivelmente ao seu contínuo crescimento, não previsto nem planeado previamente, com edifícios e estradas simplesmente adaptados à geografia do terreno. Na idade Republicana, assiste-se à fundação de vários edifícios públicos e templos, sobretudo na área do Fórum Romano, cujas referências aparecem nas suas fases sucessivas. Criam-se as primeiras estradas consulares e as suas pontes sobre o rio Tibre, bem como os primeiros aquedutos.
Seria apenas a partir do século II a.C. que se assistiria às primeiras transformações monumentais, inseridas num plano urbanístico coerente (por exemplo, os templos republicanos da área sacra do Largo di Torre Argentina), construídos separadamente e unificados através de um grande pórtico. Nasceram tipos arquitectónicos como a basílica civil e o Arco do Triunfo. Pela primeira vez foi aplicada a técnica edificadora do cementizio, um material característico das construções da Roma Antiga, que dotou a arquitectura romana com um desenvolvimento particular e original, e que iniciou a importação de mármore e sua utilização como ornamento nos edifícios. O primeiro templo inteiramente em mármore foi o templo redondo do Fórum Boário. Os autores destas obras, que entretanto ganharam prestígio, iniciaram projetos urbanístico cada vez mais ambiciosos, a partir dos grandes pórticos da zona do Circo Flamínio ao Tabulário de Sula, que se estende do Fórum Romano ao Capitólio, bem como o restauro ao templo capitolino. Pompeu deixa-nos o seu legado na cidade com a construção de um grande Teatro. Júlio César cria também uma nova praça com o seu nome, o Fórum de César, ao mesmo tempo que se dá o restauro da Cúria, sede do senado romano.
No entanto, o maior desenvolvimento urbanístico deu-se na época Imperial. Com Augusto, a cidade é dividida em 14 regiões. Completam-se as intervenções de César e iniciam-se novos grandes projetos urbanísticos ao lado da praça do Fórum Romano, como a construção da Basílica Júlia e a remodelação da basílica Emília. Augusto, com a ajuda indispensável de Agripa, seu amigo e conselheiro, ocupar-se-ia da sistematização do Campo de Marte, que já vinha sido enriquecida de edifícios públicos e monumentos. Na zona periférica da cidade, é construído o seu mausoléu, e é erigido um grande relógio solar que usa um obelisco como gnômon e o Altar da Paz (Ara Pacis). Na área do Circo Flamínio surge o Teatro dedicado a Marcelo e, mais lentamente, o Templo de Apolo Sosiano.
O processo de monumentalização da cidade prosseguiu com os sucessores de Augusto. Em 64 d.C., durante o reinado de Nero, um grande incêndio quase destrói a cidade inteira. Para favorecer uma reconstrução ordenada e corrigir as condições que favoreceram o alastrar do incêndio foi criado um novo plano regulamentar, colocado em prática apenas parcialmente. Nero construirá, assim, a sua Casa Dourada e ocupará os espaços compreendidos entre os montes Célio, Esquilino e Palatino com uma enorme villa.
Após a morte de Nero, os imperadores Flavianos restituíram para uso público parte dos espaços ocupados para a sua residência, construindo as Termas de Tito na colina de Ópio e o Coliseu. Ainda durante esta dinastia, são erigidos o Arco de Tito, o Templo da Paz, o Fórum de Nerva e o Palácio imperial no Palatino ("Casa Flávia" e "Casa Augustana" e o Estádio Palatino), além do estádio de Domiciano, a atual Praça Navona, e o Odeão de Domiciano.
Com Trajano completa-se a série de fóruns imperiais com a grande praça do Fórum de Trajano e a célebre coluna e o complexo contíguo de mercados. Além disso, surgem as termas na colina Ópio. Deve-se a Adriano a construção do Panteão com o seu aspecto atual e a construção de um mausoléu, transformado entretanto no atual Castelo de Santo Ângelo, embora a actividade edificadora diminuísse. Assiste-se ainda à construção do Templo de Adriano, inserido num palácio papal posterior que hoje serve de sede da Borsa di Roma,[65] o Templo de Antonino e Faustina, no Fórum Romano e a coluna Antonina, dedicada a Marco Aurélio. Durante a dinastia dos Severos são alçados o Arco de Septímio Severo e as termas de Caracala.
No decurso do século III, em que os imperadores passavam pouco tempo na cidade, a actividade edificadora quase pára por completo. É, no entanto, neste período que é erigida a Muralha Aureliana, atribuída ao imperador Aureliano, a partir de 272: alguns séculos depois teme-se novamente pela segurança da cidade. As muralhas seriam sucessivamente reforçadas até adquirirem o aspecto monumental atual.
Com a Tetrarquia, retoma-se a actividade edificadora com a construção das termas de Diocleciano, da Basílica de Constantino e da grande vila de Magêncio, na Via Ápia, e do Arco de Constantino. A partir de Constantino I dá-se início à construção das primeiras grandes igrejas cristãs: as basílicas de São João de Latrão e de Santa Cruz de Jerusalém, e as basílicas cemiteriais nas tumbas dos mártires contíguas ao mausoléu da família imperial e, ainda durante os anos sucessivos, Santa Maria Maior e São Paulo Fora de Muros. Nos finais do século continuou-se, todavia, a restaurar os edifícios públicos e templos pagãos. O poder temporal do Papado iria interferir, posteriormente, no território citadino e nas igrejas. São também incontáveis os vestígios arquitectónicos na periferia da cidade.
Esportes |
No que diz respeito ao desporto e infrastruturas, Roma dispõe do Estádio Olímpico, do Estádio Flaminio e da Lottomatica, um complexo desportivo da década de 1950.
No futebol, Roma é a cidade do Associazione Sportiva Roma (AS Roma), a Società Sportiva Lazio (SS Lazio), ambos na Serie A, a primeira divisão do campeonato italiano, e ainda a Associazione Sportiva Cisco Roma e a equipa feminina S.S. Lazio Calcio.
No ciclismo, esta cidade já foi meta de prova no Giro d'Italia, em 1989 (27 de Maio), 7ª etapa, vencida pelo suíço Urs Freuler, e em 2000 (13 de Maio), na prova de contra-relógio, vencida pelo checo Jan Hruška. O Giro del Lazio é uma corrida de ciclismo de um dia, considerada clássica do ciclismo italiano, que é disputada nos arredores de Roma no início de agosto.[66]
Roma ainda se faz representar em provas de basquete (Virtus Pallacanestro Roma), andebol (S.S. Lazio), polo aquático (A.S. Roma e S.S. Lazio), voleibol (Virtus Roma, Linea Medica Siram Roma) e râguebi (Rugby Roma e S.S. Lazio).
A cidade já foi anfitriã dos Jogos Olímpicos de 1960 e foi candidata ao Jogos Olímpicos de 2016, porém retirou a candidatura.[67]
Notas
↑ Atenção: Este tópico refere-se à Roma contemporânea. Para outras informações tome por base o artigo principal: História de Roma
↑ Na agenda virtual. «ROMA CULTURA». , podem ser localizados os diversos eventos da cidade de Roma: teatro, música, dança, cinema, instituições, etc.
↑ Encontro anual de arte moderna e teatro, música e dança, com artistas de toda a Europa>
↑ Festival de banda desenhada com exibições, curtas-metragens de designers e editoras;
↑ Festival de música jazz realizado desde 1876, com artistas italianos e internacionais;
↑ Vários eventos desde música a teatro, encontros de literatura e cinema;
↑ Leituras de trabalhos de escritores contemporâneos famosos, acompanhados de música, no recinto da Basilica di Massenzio;
↑ Acontece em setembro com uma série de eventos, como concertos, actuações com entrada livre, exposições livres de igrejas, monumentos ao público, museus e lojas, alguns durante a noite. Programação Arquivado em 4 de agosto de 2004, no Wayback Machine..
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Ligações externas |
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