História da criação no Gênesis
A história da criação é criacionista que vem do judaísmo e do cristianismo descrito nos primeiros capítulos do livro do Gênesis, na Bíblia. Consiste na ideia de que Deus criou o universo e os seres vivos de forma sobrenatural.[1][2] No entanto, o termo é mais comumente usado para se referir à rejeição, por motivos religiosos, de certos processos biológicos, particularmente a evolução.[3][4] Criacionistas, em geral, rejeitam a idade do universo e da Terra estipulada pela ciência moderna e defendem que o universo surgiu em apenas seis dias há menos de 10 mil anos e sua cosmologia é originária do literalismo bíblico.[5][6][7] Existem, no entanto, um espectro contínuo de tipos de criacionismo, variando desde o criacionismo da Terra plana até a aceitação dos teorias científicas modernas sem conflito com a leitura da Bíblia.[1][8] Uma vertente do criacionismo cristão é o criacionismo científico, que tem entrado em conflito com a teoria da evolução nas escolas e tribunais.[1]
Atualmente, para muitos cristãos e judeus, os sete dias da criação do mundo, de que fala a Bíblia, não devem ser entendidos literalmente e representam apenas uma forma metafórica e alegórica de explicar a criação do Universo.[9][10] Mas, mesmo assim, algumas correntes cristãs, denominadas fundamentalistas, originárias em certas regiões dos Estados Unidos, ainda acreditam numa leitura literal da Bíblia. Alguns judeus ortodoxos defendem pontos de vistas semelhantes a de cristãos fundamentalistas e rejeitam a teoria da evolução por considerem-na incompatível com os livros da Torá, porém os judeus são consensualmente contrários ao criacionismo cristão. A principal razão disto é que consideram o criacionismo cristão baseado na bíblia do Rei James e não em textos hebraicos originais, que incorporam comentários adicionais ao texto bíblico.[11]
Índice
1 Tipos de criacionismo bíblico
1.1 Terra Jovem
1.2 Terra Antiga
1.3 Criacionismo Científico
2 Catolicismo
3 Gênesis e a Ciência
4 Ver também
5 Referências
6 Ligações externas
Tipos de criacionismo bíblico |
Humanidade | Espécies biológicas | Terra | Idade do Universo | |
---|---|---|---|---|
Criacionismo da Terra Jovem | Criado diretamente por Deus. | Criado diretamente por Deus. Macroevolução não ocorre. | Menos de 10 mil anos. Reformulada por Dilúvio Global. | Menos de 10 mil anos. |
Criacionismo da Terra Antiga | Criado diretamente por Deus. | Criado diretamente por Deus. Macroevolução não ocorrem. | Idade científica aceita. Reformulada por Dilúvio Global. | Idade científica aceita. |
Criacionismo Progressivo | Criado diretamente por Deus. Baseado na anatomia dos primatas. | Criado diretamente por Deus + Evolução.Sem ancestral comum. | Idade científica aceita. Sem dilúvio global. | Idade científica aceita. |
Design Inteligente | Divergente: Evolução dos primatas e criação direta. | Intervenção divina em algum momento no passado. | Divergente: Alguns acreditam que a existência da Terra é intervenção divina. | Idade científica aceita. |
Evolução Teísta | Evoluiu dos primatas. | Evoluiu de um ancestral comum. | Idade científica aceita. Sem dilúvio global. | Idade científica aceita. |
Terra Jovem |
Dentro do grupo de criacionistas cristãos, há os que apoiam a tese da criação da Terra considerando como literais os seis dias do Gênesis bíblico. Tais cristãos denominam-se criacionistas da Terra Jovem ou literalistas bíblicos.[12]
Terra Antiga |
Outros aceitam a idade da Terra, ou até mesmo do Universo, defendida pelos evolucionistas, mas mantendo ainda posições conflitantes com a biologia destes. São apelidados criacionistas da Terra Antiga ou, muitas vezes, da Terra Velha. Já o evolucionismo criacionista, já citado, defende a tese de que a Bíblia ou outros livros considerados sagrados dão margem a uma mistura da evolução, origem da vida e criação, dizendo que Deus deu origem à vida, mas permitiu que esta evoluísse.
A Bíblia faz menção de seis dias criativos e um sétimo dia não terminado. Os criacionistas que apoiam a tese da Terra Antiga, tentam realizar uma interpretação abstrata da palavra "dias", dizendo que dias podem significar milhares ou até mesmo bilhões de anos, tentando tornar compatível a tese da criação com a datação apresentada pelos que crêem na evolução, embora a Geologia apresente várias provas de que a datação dos criacionistas está incorreta.
Os criacionistas trabalham basicamente com a Bíblia para refutar os argumentos dos evolucionistas. A maior dificuldade dos não criacionistas é serem levados a sério, devido à tentativa de separarem demais ciência e religião, razão e fé. Enquanto a ciência consiste em realizar experimentos, testes, observações e outros métodos que permitam a comprovação de fatos, até determinar um resultado concreto, a religião é baseada na fé, nas tradições, nos registros bíblicos e, no caso dos católicos, do magistério.
Criacionismo Científico |
Quanto à difusão do criacionismo clássico, segundo uma pesquisa do Instituto Gallup veiculada pela Folha de S.Paulo,[13] noventa por cento dos norte-americanos acreditam em um Deus criador, sendo que quarenta e cinco por cento acham que a criação ocorreu exatamente como o livro do Gênesis descreve. A pesquisa mostra que, entre os membros da Academia Nacional de Ciências estadunidense, dez por cento expressam crença num deus, o que não significa necessariamente que sejam criacionistas. A maioria deles são evolucionistas teístas, como Francis Collins, que deixa claro seu repúdio tanto ao criacionismo quanto ao design inteligente em seu livro The Language of God: A Scientist Presents Evidence for Belief (publicado em julho de 2006). Várias religiosos possuem diferentes visões do criacionismo, como o cristão, muçulmano, hindu etc.
Catolicismo |
Ver artigo principal: Igreja Católica e Ciência
Os católicos, que herdaram a crença criacionista oriunda da tradição judáica, acreditam que a explicação da "feitura do universo" dada pela Bíblia pode ser compatível com uma verdadeira explicação científica, pois Deus não pode contradizer-se criando uma verdade natural em contraposição com outra sobrenatural.
Atualmente, muitos deles, defendendo a posição oficial da Igreja Católica, não são estritamente criacionistas, porque, apesar de acreditarem na criação divina, eles aceitam ao mesmo tempo as teorias da evolução e do Big-Bang. Neste caso, que pode ser chamado de criacionismo evolucionista ou evolucionismo criacionista, os católicos defendem que estas teorias científicas não negam a origem divina do mundo, tendo somente a função de descrever o método com que Deus tenha criado todas as coisas.[9] Aliás, a própria Igreja Católica, através do seu Magistério, não considera o criacionismo e o design inteligente como teorias científicas ou teológicas.[14]
Há ainda segundo outras doutrinas católicas, onde essa parte do Gênesis teria a função de somente ensinar à humanidade que temos que descansar.
Gênesis e a Ciência |
Algumas denominações cristãs, após muitas discussões e vendo que definir uma doutrina sobre a criação, estaria trazendo mais discórdia do que esclarecimento.
Mesmo depois de adotarem outrora doutrinas especificas sobre o tal fato, resolveram deixar em aberto para que os fiéis tirem suas próprias conclusões se baseando sempre na Bíblia. Haja vista que com o avanço da ciência, novas teorias são debatidas e como a Bíblia não dá detalhes precisos sobre o ato da criação, não parece prudente ser dogmático nesta questão.[9][10]
Desta forma, se acredita que ciência e religião podem caminhar mais próximas. Levando em conta que ambas, já cometeram erros no passado sendo extremamente radicais nos seus pensamentos.[9]
Ver também |
- Teoria da Evolução
- Gênesis
- Teologia cristã
- Controvérsia da criação versus evolução
- Igreja Católica vs Ciência
- Relação entre religião e ciência
- Design inteligente
- Criação (teologia)
Referências
↑ abc Steven Engler (junho de 2007). «Tipos de Criacionismos Cristãos». http://www.pucsp.br/rever/rv2_2007/t_engler.pdf. Revista de Estudos da Religião: 83-107. ISSN 1677-1222
↑ Evolution Vs. Creationism, Eugenie Scott, Niles Eldredge, p. 114
↑ «NCSE : National Center for Science Education - Defending the Teaching of Evolution in Public Schools.». Creationism. 2008. Consultado em 22 de junho de 2009
↑ Maryanne Cline Horowitz (2005). New Dictionary of the History of Ideas. 2. [S.l.: s.n.]O criacionismo, em um sentido geral, refere-se à teoria de que Deus fez o mundo sozinho, por meios miraculosos, do nada. Mais especificamente, na América atual, o criacionismo é a teoria de que a Bíblia, em particular os primeiros capítulos do Gênese, é um guia literalmente verdadeiro da história do universo e da história da vida aqui na Terra, inclusive de nós seres humanos.
↑ Christian Stöcker. «Site criacionista se contrapõe à Wikipédia». crmariocovas.sp.gov.br. Consultado em 28 de novembro de 2010
↑ Ronald L. Numbers. «Creationism History: Topic Index». Counterbalance Meta-Library. Consultado em 22 de junho de 2009
↑ Campbell D (2006, 21 February). "Academics fight rise of creationism at universities". The Guardian. Visitado em 7 de abril de 2010.
↑ «HowStuffWorks - Tipos de Criacionismo: terra plana e geocêntrico». pessoas.hsw.uol.com.br. Consultado em 28 de novembro de 2010
↑ abcd http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2007/july/documents/hf_ben-xvi_spe_20070724_clero-cadore_en.html (em inglês), (26/11/2010).
↑ ab http://ag.org/top/beliefs/Position_Papers/pp_downloads/PP_The_Doctrine_of_Creation.pdf (em inglês), (26/11/2010).
↑ G. N. Cantor,Marc Swetlitz. Jewish tradition and the challenge of Darwinism. [S.l.: s.n.]
↑ http://www.answersingenesis.org/pt/articles/nab/what-happened-to-the-dinosaurs (26/11/2010).
↑ «Design Ontológico»
↑ «Vatican official calls atheist theories 'absurd' / Cardinal Levada: No conflict between evolution science and faith in God» (em inglês). 3 de Março de 2009. Consultado em 28 de Abril de 2010
Ligações externas |
Estudos bíblicos do livro do Gênesis e vídeos sobre os mesmos temas (em português)
Explicação do livro do Gênesis e outros textos da Torá (em português)
Livro do Gênesis (em latim)