Confissão (sacramento)
A confissão, reconciliação, sacramento da penitência ou sacramento do perdão é um sacramento que envolve o perdão de pecados perante um padre (presbítero) ou bispo que neste momento atua em nome de Cristo, e o recebimento do perdão divino das faltas confessadas e de uma penitência (reparação de danos causados pelo pecado). É praticado na Igreja Católica, na Igreja Ortodoxa e em algumas comunidades religiosas da Igreja Anglicana. A Igreja Católica pune automaticamente com excomunhão qualquer sacerdote que revelar o que lhe foi dito em confissão, visto que é de foro íntimo e totalmente secreto.
Índice
1 Fundamentação bíblica
2 Arrependimento
3 Penas temporais
4 Cuidados pastorais
5 Exame de consciência
6 Ver também
7 Referências
8 Ligações externas
Fundamentação bíblica |
Na Bíblia, Jesus Cristo deu aos doze apóstolos o poder de perdoar os pecados ((Jo 20,21-23)). As Igrejas cristãs que praticam a confissão ensinam que este poder foi transmitido ao clero, os sucessores dos Apóstolos, que continuariam a transmiti-los. O poder de perdoar os pecados, porém, não deve ser conferido a qualquer um (1Tm 5,22), ainda que o valor deste sacramento não dependa da santidade pessoal do sacerdote (Rom 5,11), pois o objetivo é evitar escândalos causados por pessoas despreparadas, que não compreendam este sacramento em sua totalidade (1Tm 4,14).
Arrependimento |
Segundo o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, além do perdão dos pecados conferido pelo Batismo, é necessário o sacramento da penitência "porque a nova vida da graça, recebida no Batismo, não suprimiu a fragilidade da natureza humana nem a inclinação para o pecado (isto é, a concupiscência), Cristo instituiu este sacramento para a conversão dos batizados que pelo pecado d’Ele se afastaram.".[1]
Os atos do penitente são "um diligente exame de consciência; a contrição (ou arrependimento), que é perfeita, quando é motivada pelo amor a Deus, e imperfeita, se fundada sobre outros motivos, e que inclui o propósito de não mais pecar. A confissão, que consiste na acusação dos pecados feita diante do sacerdote; a satisfação, ou seja, o cumprimento de certos atos de penitência, que o confessor impõe ao penitente para reparar o dano causado pelo pecado.".[2]
"Devem-se confessar todos os pecados graves ainda não confessados, dos quais nos recordamos depois dum diligente exame de consciência. A confissão dos pecados graves é o único modo ordinário para obter o perdão." [3]
Resumidamente, a penitência desempenha a função de perdoar os pecados do indivíduo, e assim alcançando a absolvição ou o perdão de Deus.
Penas temporais |
Ver artigo principal: Indulgência
Mas, o perdão obtido pela Reconciliação não significa a eliminação total das penas temporais, ou seja, do mal causado como consequência do pecado já perdoado, necessitando por isso de obter indulgências e de praticar as boas obras, a fim de reparar o mal cometido pelo pecado. Se as penas temporais ainda não forem eliminadas durante a vida terrena, as pessoas que as têm necessitam de uma purificação no Purgatório, antes de entrar no Paraíso.
Cuidados pastorais |
Sobre este sacramento, Bento XVI disse: "O Sínodo lembrou que é dever pastoral do bispo promover na sua diocese uma decisiva recuperação da pedagogia da conversão que nasce da Eucaristia e favorecer entre os fiéis a confissão frequente. Todos os sacerdotes se dediquem com generosidade, empenho e competência à administração do sacramento da Reconciliação, limitando a prática da absolvição geral exclusivamente aos casos previstos, permanecendo como forma ordinária de absolvição apenas a pessoal." [4]
Exame de consciência |
O exame de consciência, que serve para o pecador rever e deliberar sobre os pecados cometidos e também as boas obras praticadas, é baseado nos Dez Mandamentos, que é a base mínima da conduta moral correta de qualquer católico:
- 1º - Amar a Deus sobre todas as coisas.
- 2º - Não falar seu Santo Nome em vão
- 3º - Guardar domingos e festas de guarda.
- 4º - Honrar pai e mãe.
- 5º - Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo).
- 6º - Guardar castidade nas palavras e nas obras.
- 7º - Não furtar (nem injustamente reter ou danificar os bens do próximo).
- 8º - Não levantar falsos testemunhos.
- 9º - Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos.
- 10º- Não cobiçar as coisas alheias.
Existem exames de consciência aprofundados.
Ver também |
- Ato de Contrição
- Batismo
- Crisma
- Eucaristia
- Unção dos enfermos
- Ordem sacerdotal
- Indulgência
- Sacramentos católicos
- Doutrina católica sobre os Dez Mandamentos
Referências
↑ Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, n. 297
↑ Ibidem, n. 303
↑ Ibidem, n. 304
↑ Exortação apostólica Sacramentum Caritatis, n. 21
Ligações externas |
Confissão, mão estendida em direção à conversão Sítio oficial do Opus Dei. Vis. 16.9.2011.