Metanol
Metanol Alerta sobre risco à saúde | |
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Nome IUPAC | Metanol |
Outros nomes | Hidroximetano Álcool metílico Carbinol |
Identificadores | |
Número CAS | |
PubChem | |
ChemSpider | |
Número RTECS | PC1400000 |
SMILES |
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Propriedades | |
Fórmula química | CH4O |
Massa molar | 32.04 g mol-1 |
Aparência | Líquido incolor |
Densidade | 0,79 g·cm-3[1] |
Ponto de fusão | -98 °C[1] |
Ponto de ebulição | 65 °C[1] |
Solubilidade em água | miscível[1] |
Solubilidade | miscível com etanol e éter dietílico[2] |
Pressão de vapor | 129 hPa (20 °C)[1] |
Acidez (pKa) | ~ 15.5 [carece de fontes] |
Viscosidade | 0.59 mPa·s at 20 °C [carece de fontes] |
Momento dipolar | 1.69 D (gas) [carece de fontes] |
Riscos associados | |
Classificação UE | Flammable (F) Toxic (T) |
NFPA 704 | 3 3 0 |
Frases R | R11, R23/24/25, R39/23/24/25 |
Frases S | S1/2, S7, S16, S36/37, S45 |
Ponto de fulgor | 79 °C (151.8 °F) |
Compostos relacionados | |
Outros aniões/ânions | Metanotiol Metilamina Fluorometano Clorometano |
Outros catiões/cátions | Metóxido de sódio |
Álcoois relacionados | Etanol Propanol Butanol |
Compostos relacionados | Metoximetano Metanal Ácido fórmico |
Exceto onde denotado, os dados referem-se a materiais sob condições normais de temperatura e pressão Referências e avisos gerais sobre esta caixa. Alerta sobre risco à saúde. |
O metanol, também conhecido como álcool metílico, é um composto químico com fórmula química CH3OH. Líquido, inflamável, possui chama invisível, fundindo-se a cerca de -98 °C.
Índice
1 Nomenclatura
2 Usos
3 Metabolismo no corpo humano
4 Efeitos potenciais à saúde
4.1 Inalação
4.2 Ingestão
4.3 Contato com a pele
4.4 Contato com os olhos
4.5 Exposição crônica
4.6 Agravo das condições pré-existentes
4.7 Tratamento da intoxicação
5 Referências
Nomenclatura |
O metanol, ou ainda o álcool da madeira, pode ser preparado pela destilação seca de madeiras, seu processo mais antigo de obtenção, e de onde, durante muito tempo, foi obtido exclusivamente.
Atualmente é obtido pela reação do gás de síntese (produzido a partir de origens fósseis, como o gás natural e carvão mineral, uma mistura de H2 com CO passando sobre um catalisador metálico a altas temperaturas e pressões.
Esta reação é uma redução catalítica do monóxido de carbono, e processa-se a temperatura de cerca de 300 °C e pressões de 200 a 300 atm. É utilizado como catalisador uma mistura de óxidos metálicos como óxido de cromo (III) (Cr2O3) e óxido de zinco (ZnO).[3]
A equação da reação é:
- CO + 2 H2 → H3C-OH
Ele também pode ser produzido a partir da cana-de-açúcar.
Usos |
O metanol é principalmente um solvente industrial, pois ele dissolve alguns sais melhor do que o etanol; é utilizado na indústria de plásticos, na extração de produtos animais e vegetais, e como solvente em reações de importância farmacológica, como no preparo de colesterol, vitaminas e gasolina. É matéria prima na produção de formaldeído.
É usado no processo de transesterificação da gordura, para produzir biodiesel.
É usado como combustível em algumas categorias de monopostos dos EUA (ex: Champ Car, IRL, Dragster). As equipes e o piloto são instruídos sobre como agir diante de um incêndio provocado por um acidente. Como o fogo não é visível é preciso jogar água em todos os cantos onde supostamente está ocorrendo e no próprio piloto e membros da equipe se for o necessário.
Metabolismo no corpo humano |
O metanol em si, não é responsável pelos principais efeitos adversos da sua ingestão. A sua toxicidade deve-se essencialmente aos metabólitos tóxicos formados.
Numa primeira fase, pode ser metabolizado por 3 enzimas diferentes, todas elas com a função de o oxidar a formaldeído, a Álcool Desidrogenase (ADH), o CYP2E1 e a Catalase, que têm uma participação maior ou menor neste processo consoante a espécie animal exposta.
No caso do homem e dos primatas, é a ADH, enzima primariamente responsável por metabolizar o etanol, que assume o papel de destaque, assumindo cerca de 90% do processo de oxidação do metanol.
O formaldeído é oxidado a ácido fórmico pela Aldeído Desidrogenase (ALDH).
O ácido fórmico é, por sua vez, o responsável pela toxicidade do metanol. É metabolizado a CO2 e [[H2O|H2O]. A metabolização do ácido fórmico ocorre por meio de sua conjugação com tetrahidrofolato, substância que depende da nutrição de ácido fólico. O conjugado de ácido fórmico e tetrahidrofolato sofre a ação de duas enzimas, a 10-formil-tetrahidrofolato sintetase e a 10-formil-tetrahidrofolato desidrogenase. No final da via metabólica, os subprodutos são CO2 e H2O.[4]
Efeitos potenciais à saúde |
Inalação |
Causa leve irritação às membranas das mucosas. Tem efeito tóxico no sistema nervoso, particularmente no nervo óptico. Os sintomas da exposição incluem dor de cabeça, náusea, vômito, cegueira, coma e até a morte.
Ingestão |
Tóxico. Irrita as membranas da mucosa. Pode causar intoxicação e cegueira (que pode ser permanente), Dose fatal: 20 - 25 ml.
Contato com a pele |
Pode deixar a pele seca e quebradiça. Se ocorrer absorção; sintomas parecidos com a inalação.
Contato com os olhos |
Irritante. A exposição contínua pode causar lesões nos olhos, podendo evoluir para cegueira ao 'dissolver' a retina.
Exposição crônica |
Prejudica a visão e causa aumento do fígado (hepatomegalia). Repetidas ou prolongadas exposições podem causar irritação na pele.
Agravo das condições pré-existentes |
Pessoas com desordens de pele, problemas nos olhos, ou com função prejudicada dos rins e fígado podem ser mais suscetíveis aos efeitos da substância.
Tratamento da intoxicação |
- Antigamente, o tratamento da intoxicação por metanol era feito à base de bebidas alcoólicas, principalmente Uísque. Sabe-se que o etanol, forma do álcool nas bebidas, liga-se com muita facilidade ao ácido fórmico tóxico, o principal metabólito do metanol, facilitando sua excreção. Para se alcançar o efeito desejado, é necessário levar o paciente a um estado de embriaguez. Isto equivale a 4 doses de 45ml de Uísque. Atualmente, este método é pouco utilizado devido aos avanços farmacológicos. Nas unidades de saúde com recursos, usam-se o fomepizol um antagonista competitivo da álcool desidrogenase.[5]
Referências
↑ abcde Registo de Methanol na Base de Dados de Substâncias GESTIS do IFA, accessado em 9 de Dezembro de 2010.
↑ Thieme Chemistry, ed. (2009). RÖMPP Online - Version 3.5. Stuttgart: Georg Thieme Verlag KG
↑ SAFFIOTI, WALDEMAR; Fundamentos de Química; Companhia Editora Nacional; São Paulo, Brasil; 1968
↑ «metanoltoxiffup». metanoltoxiffup
↑ HOLTZ, Andrew; A ciência médica de House; Tradução de Adriana Rieche - 7ª edição - Ed. Best Seller, 2008; p.164.