Lista de califas
O califa era o líder do mundo muçulmano. O título vem da frase árabe que quer dizer "sucessor do Enviado de Alá". Foi adotado por sucessores do profeta Maomé depois de sua morte em 632 O primeiro califa, Abu Baquir, era sogro de Maomé e ordenou as conquistas árabes da Pérsia, Iraque e Oriente Médio, que só seriam alcançadas nos dois seguintes califados. Abu Baquir e seus três sucessores são conhecidos como os califas "perfeitos" ou "corretamente guiados" (Al-Rashidun).
Índice
1 Califado Ortodoxo (632–661)
2 Califado Omíada (661–750/1031)
2.1 Califado Omíada de Damasco (661–750)
2.2 Emires de Córdoba (756–929)
2.3 Califas de Córdoba (929–1031)
3 Califado Abássida (750–1258/1517)
3.1 Califas de Bagdá (750–1258)
3.2 Califas do Cairo (1261–1517)
4 Outros califados (910–1269)
4.1 Fatímidas (910–1171)
4.2 Califado Almóada (1145–1269)
4.3 Califas sob o Império Otomano (1517–1922)
4.4 Califas sob a República da Turquia (1922–1924)
5 Referências
6 Bibliografia
Califado Ortodoxo (632–661) |
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Califado Ortodoxo (verde escuro) no seu auge em 654, incluindo os seus estados vassalos (em verde claro)
Também conhecido como "bem guiados", estes primeiros califas foram "aceitos pelos muçulmanos sunitas como os quatro governantes piedosos e justos"[1][2].
Abu Baquir - 632–634
Omar - 634–644
Otomão - 644–656
Ali - 656–661
Haçane ibne Ali - 661-661 (somente para os xiitas)
Controvérsia islâmica: para os xiitas, só os descendentes de Ali deveriam exercer autoridade entre os muçulmanos; outros muçulmanos aceitam a dinastia dos omíadas de Damasco.
Califado Omíada (661–750/1031) |
Califado Omíada de Damasco (661–750) |
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Califado Omíada (verde) no seu auge, c. 750
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Os califas de Damasco foram[1][3]:
Moáuia I - 661–680 (fundador da dinastia omíada).
Iázide I - 680–683
Moáuia II - 683–684
Maruane I - 684–685
Abdal Malique - 685–705
Ualide I - 705–715
Solimão - 715–717
Omar II - 717–720 (por vezes considerado, honorificamente, como o quinto "Rashidun").
Iázide II - 720–724
Hixam - 724–743
Ualide II - 743–744
Iázide III - 744
Ibraim - 744
Maruane II - 744–750
Emires de Córdoba (756–929) |
Abderramão I - 756–788
Hixam I - 788–796
Aláqueme I - 796–822
Abderramão II - 822–852
Maomé I - 852–886
Almondir I - 886–888
Abdalá I - 888–912
Abderramão III - 912–929 (se declarou "califa")
Califas de Córdoba (929–1031) |
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Califado de Córdoba (verde), ca. 1000
Este califado não é universalmente aceito e a sua autoridade de fato se resumia à Espanha e partes de Marrocos[4][5]. A partir da da guerra civil no califado de Hixeme II, diversos usurpadores hamúdidas se intercalaram como califas de Córdoba entre os omíadas.
Abderramão III - 929–961
Aláqueme II - 961–976
Hixeme II - 976–1009
Maomé II - 1009
Solimão - 1009–1010
Maomé II, restaurado - 1010
Hixeme II, restaurado - 1010–1013
Solimão, restaurado - 1013–1016
Ali ibne Hamude Nácer (Hamúdida) - 1016-1018
Alcacim ibne Hamude Almamune (Hamúdida) - 1018-1021
Abderramão IV - 1021–1022
Iáia ibne Ali ibne Hamude Almotali (Hamúdida) - 1021-1023
Alcacim ibne Hamude Almamune (Hamúdida) - 1023
Abderramão V - 1022–1023
Maomé III - 1023–1024
Iáia ibne Ali ibne Hamude Almotali (Hamúdida) - 1025-1026
Hixeme III - 1027–1031
Califado Abássida (750–1258/1517) |
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Califas de Bagdá (750–1258) |
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Califado Abássida (verde) no seu auge, ca. 850
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Árvore genealógica da família Abássida. Em verde, os califas Abássidas de Bagdá. Em amarelo, os califas Abássidas do Cairo. O Profeta Maomé está incluído (em maiúsculo) para mostrar a relação dos Abássidas com ele
Esta lista não se refere aos domínios muçulmanos da Península Ibérica e de partes da África do Norte[6][7].
Alçafá - 750–754 (fundador da dinastia abássida).
Almançor - 754–775
Almadi - 775–785
Alhadi - 785–786
Harune Arraxide - 786–809
Alamim - 809–813
Almamune - 813–833
Almotácime - 833–842
Aluatique - 842–847
Mutavaquil - 847–861
Almontacir - 861–862
Almostaim - 862–866
Almutaz - 866–869
Almutadi - 869–870
Almutâmide - 870–892
Almutadide - 892–902
Almoctafi - 902–908
Almoctadir - 908–929
Alcair - 929
Almoctadir - 929–932
Alcair - 932–934
Arradi - 934–940
Almutaqui - 940–944
Almostacfi - 944–946
Al-Muti - 946–974
Altai - 974–991
Alcadir - 991–1031
Alcaim - 1031–1075
Almoctadi - 1075–1094
Almostazir - 1094–1118
Almostarxide - 1118–1135
Arraxide - 1135–1136
Almoctafi - 1136–1160
Almostanjide I - 1160–1170
Almostadi - 1170–1180
Nácer - 1180–1225
Azair - 1225–1226
Almostancir I - 1226–1242
Almostacim - 1242–1258 (último califa em Bagdá)
No período final dos abássidas, os governantes passaram a utilizar outros títulos, como sultão.
Califas do Cairo (1261–1517) |
Os abássidas do Cairo eram principalmente califas "cerimoniais" patrocinados pelo Sultanato Mameluco do Cairo[8][9].
Almostancir II - 1261–1262
Aláqueme I - 1262–1302
Almostacfi I - 1302–1340
Aluatique I - 1340-1341
Aláqueme II - 1341–1352
Almutadide I - 1352–1362
Mutavaquil I - 1362–1377 (deposto)
Almostacim - 1377 (deposto)
- Mutavaquil I (restaurado) - 1362–1383 (deposto)
Aluatique II - 1383–1386
- Almostacim (restaurado) - 1386–1389
- Mutavaquil I (restaurado) - 1389–1406
Almostaim - 1406–1414
Almutadide II - 1414–1441
Almostacfi II - 1441–1451
Alcaim - 1451–1455 (deposto)
Almostanjide - 1455–1479
Mutavaquil II - 1479–1497
Almostancique - 1497–1508 (renunciou em nome do filho, Mutavaquil III)
Mutavaquil III - 1508–1516 (capturado por Selim I)
- Almostancique (restaurado) - 1516–1517 (proclamado no Cairo após a captura de Mutavaquil III)
- Mutavaquil III (restaurado) - 1517 (último califa)
Outros califados (910–1269) |
Fatímidas (910–1171) |
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Califado Fatímida
Os Fatímidas professavam a fé ismaelita, do ramo xiita do islã, e, portanto, não são reconhecidos pela maioria dos sunitas, mesmo que súditos em seus domínios ou em estados vizinhos[10][11].
Ubaidalá Almadi - 910–934 (fundador da Dinastia Fatímida).
Alcaim Biamir Alá - 934–946
Ismail Almançor - 946–953
Almuiz Aldim Alá - 953–975 (Egito foi conquistado no seu reinado).
Alaziz - 975–996
Aláqueme Biamir Alá - 996–1021
Ali Azair - 1021–1036
Almostancir do Cairo - 1036–1094
Almostali - 1094–1101 (disputas sobre a sua sucessão deram origem à cisão dos ismaelitas nizaris).
Alamir - 1101–1130 (os governantes fatímidas do Egito após Amir não são reconhecidos como imames pelos ismaelitas mustalidas, apenas pelos hafizidas).
Hafiz - 1130–1149
Zafir - 1149–1154
Alfaiz - 1154–1160
Aladide - 1160–1171 (deposto e sucedido por Saladino, dos aiúbidas).
Califado Almóada (1145–1269) |
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Califado Almóada (verde) em seu auge, ca. 1200
Não aceitos de forma ampla, os reais domínios da dinastia consistiam em partes da África do Norte e da Península Ibérica[12][13]. Por vezes era chamados de Miramolins de Marrocos (Pais dos Crentes).[14]
Abde Almumine - 1145–1163
Abu Iacube Iúçufe (Iúçufe I) - 1163–1184
Abu Iúçufe Iacube Almançor (Iacube I) - 1184–1199
Maomé Nácer (Maomé I) - 1199–1213
Iúçufe Almostancir (Iúçufe II) - 1214–1224
Abde Aluaide Almaclu (Abdal Raxide I) - 1224
Abu Maomé Adil (Abdalá) 1224–1227
Iáia Almotácime (primeiro pretendente à sucessão, filho de Maomé Nácer e apoiado pelos xeques de Marraquexe) - 1227–1235
Abul Alá Idris Almamune (Idris I) (segundo pretendente à sucessão, apoiado pelo soberano cristão Fernando III de Castela) - 1227–1232
Abdalá Aluaide II (Abdal Raxide II) - 1232–1242
Abul Haçane Saíde Almutadide (Ali) - 1242–1248
Abu Hafes Omar Almortada (Omar) - 1248–1266
Abul Ula Aluatique Idris (Idris II) - 1266–1269
Califas sob o Império Otomano (1517–1922) |
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Império Otomano no seu auge, 1683
Originalmente secular, a dinastia conquistadora dos otomanos foi inicialmente apenas chamada de "sultão". Porém, rapidamente ela começou a acumular títulos dados pelos povos conquistados[15][16].
Califas sob a República da Turquia (1922–1924) |
Abdulmecide II - 1922–1924 (califa cerimonial patrocinado pela República da Turquia e seu presidente, Gazi Mustafá Kemal Paxá (Atatürk)).
O cargo de "califa" foi transferido para a Grande Assembleia Nacional da Turquia, que eliminou a função em 3 de março de 1924 em consonância com as políticas seculares que estavam sendo adotadas à época. O atual pretendente da casa real de Osman é Bayezid Osman.
Após a dissolução do cargo de "califa", a Grande Assembleia criou a "Presidência de Assuntos Religiosos" como a nova autoridade suprema para assuntos religiosos no país.
Referências
↑ ab Lane-Poole 2004, p. 9
↑ Bosworth 2004, p. 1
↑ Bosworth 2004, p. 4
↑ Lane-Poole 2004, p. 21
↑ Bosworth 2004, p. 11
↑ Lane-Poole 2004, pp. 12–13
↑ Bosworth 2004, pp. 6–7
↑ Bosworth 2004, p. 7
↑ Houtsma & Wensinck 1993, p. 3
↑ Lane-Poole 2004, p. 71
↑ Bosworth 2004, p. 63
↑ Lane-Poole 2004, p. 47
↑ Bosworth 2004, p. 39
↑ Pacheco 2013, p. 91.
↑ Lane-Poole 2004, p. 195
↑ Bosworth 2004, pp. 239–240
Bibliografia |
Pacheco, Milton Pedro Dias (2013). «Os proto-mártires de Marrocos da Ordem de São Francisco». Revista Lusófona de Ciência das Religiões (15)