Real (moeda portuguesa)






500 reais de ouro de D. Sebastião, (1557-1578)


O real (no plural: reais, mais tarde popularizado como réis [1]) foi a unidade de moeda de Portugal desde cerca de 1430 até 1911. Substituiu o dinheiro à taxa de 1 real = 840 dinheiros e foi substituído pelo escudo (como resultado da implantação da República em 1910) a uma taxa de 1000 réis = 1 escudo[2].


Esta moeda foi utilizada em todas as colónias portuguesas nos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX.




Índice






  • 1 História


    • 1.1 Antes do real


    • 1.2 O real


    • 1.3 A adoção do sistema decimal


    • 1.4 O real nas colónias portuguesas


    • 1.5 A introdução do escudo




  • 2 Bibliografia


  • 3 Referências


  • 4 Ligações externas


  • 5 Ver também





História |


O uso da palavra real como unidade monetária deriva da palavra real no sentido de realeza. Sendo pela primeira vez registrada por escrito, no sentido monetário, em 1339[3], durante o reinado de D. Afonso IV de Portugal (1325-57).



Antes do real |


No tempo de D. Afonso Henriques (1143-1185), primeiro rei de Portugal, continuavam a circular moedas romanas (denários e áureos), assim como moedas leonesas e muçulmanas, estas últimas principalmente de prata e ouro, os dirrãs e os dinares. Em resposta às moedas de ouro muçulmanas, a monarquia portuguesa cunhou os morabitinos de ouro[4].



O real |


Somente no tempo de D. Afonso IV, o dinheiro passou a ser conhecido por alfonsim ou real. Alfonsim porque era cunhada pelo rei Afonso, e real porque era a moeda do rei, da realeza portuguesa. Como foi um rei forte ao seu tempo, reinando por mais de 32 anos, o nome se perpetuou. Antes de D. Afonso IV as moedas cunhadas pelos reis portugueses eram chamadas de dinheiro, porque é o aportuguesamento da palavra denário, moeda romana que ainda circulava na Europa[4].


Esse dinheiro português era cunhado em uma liga de cobre e prata chamada bilhão. Também cunhava-se uma mealha, na mesma liga, que valia exatamente metade de um dinheiro. A partir de D. Afonso II (1211-1223) não se cunhava mais a mealha, mas manteve-se na prática. Como a mealha valia metade de um dinheiro, quando se precisava de troco, cortavam este em duas metades. Essas moedas de bolhão tinham numa das faces a Cruz da Ordem do Templo[4]. Apesar do real alfonsim, ainda levaria muito tempo para a uniformização do sistema monetário português.


O primeiro real foi introduzido por D. Fernando I cerca de 1380. Era uma moeda de prata e tinha um valor de 120 dinheiros. No reinado de D. João I (1385-1433), foram emitidos o real branco, de 3 ½ libras, e o real preto, de 7 soldos (um décimo de um real branco). No início do reinado de D. Duarte, em 1433, o real branco (equivalente a 840 dinheiros) tornara-se a unidade base em Portugal. Desde o reinado de D. Manuel I (1495-1521), o nome foi simplificado para "real", coincidindo com o início da cunhagem de moedas de real em cobre. Começou a ser usada a forma "réis" em vez de "reais" no reinado de D. João IV de Portugal (1640-1656), após o período da monarquia espanhola em Portugal, de 1580 a 1640.



A adoção do sistema decimal |


Em 1837 foi adotado o sistema decimal para as denominações de moedas, com as primeiras notas emitidas pelo Banco de Portugal em 1847. Em 1854, Portugal passou a um padrão-ouro de 1000 réis = 1,62585 gramas de ouro fino. Este padrão manteve-se até 1891. As grandes somas eram geralmente expressas em 1.000 réis ou "mil-réis", um termo frequentemente utilizado na literatura portuguesa no século XIX. Em números, mil-réis escrevia-se 1$000, ou seja 60.000 réis, surgia como 60$000 ou 60 mil-réis). Um milhão de réis era conhecido como um "conto de réis".




200 réis, D. Manuel II, 1909



O real nas colónias portuguesas |


Moedas e notas denominadas em reais foram emitidas também em diferentes partes do Império Português. Veja-se: real Angolano, real insulano dos Açores e da Madeira, real de Cabo Verde, real de Moçambique, real da Guiné Portuguesa e real de São Tomé e Príncipe. O Brasil adotou o real como a denominação da sua moeda atual.



A introdução do escudo |


Em 1911 o escudo substituiu o real. No entanto, o termo "conto" sobreviveu à introdução do escudo, como sinónimo de 1000 escudos, uma vez que a conversão foi feita com base na equivalência 1 centavo = 10 réis.



Bibliografia |



  • KRAUSE, Chester L.; Clifford Mishler (1991). Standard Catalog of World Coins: 1801-1991 (18.ª ed.). Krause Publications. ISBN 0873411501.

  • PICK, Albert (1994). Standard Catalog of World Paper Money: General Issues. Colin R. Bruce II; Neil Shafer (eds.) (7.ª ed.). Krause Publications. ISBN 0-87341-207-9.

  • PICK, Albert (1990). Standard Catalog of World Paper Money: Specialized Issues. Colin R. Bruce II; Neil Shafer (eds.) (6.ª ed.). Krause Publications. ISBN 0-87341-149-8.



Referências




  1. http://www.infopedia.pt/pesquisa-global/reis


  2. Do pau-brasil ao real Caderno História do Jornal Gazeta do Povo de 21 de julho de 2013


  3. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa 3.0.


  4. abc Imperius (pseudônimo) (24 de setembro de 2008). «História da Moeda Portuguesa». Hispanismo.Org. Consultado em 20 de março de 2012 



Ligações externas |


  • The Coins of Portugal


Ver também |



  • História de Portugal


  • Réis, para a antiga moeda brasileira homónima.





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