Comunismo no Brasil
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O apoio ao comunismo no Brasil foi um dos eventos fundadores da História do Brasil do Século XX, e tendo destaque e repercussão na sociedade brasileira desde este período.[1]
Índice
1 Princípio
2 Golpe de 64 e abertura política
3 Ver também
4 Referências
5 Bibliografia
Princípio |
O movimento foi influenciado desde o fim do século XIX pela chegada de ideias anarquistas no Brasil chegando ao auge com a greve geral de 1917,[2] depois cresceu com a fundação do Partido Comunista - Seção Brasileira da Internacional Comunista (PCB) em 1922.[3] até a sua consolidação na luta contra o fascismo no período entreguerras, a repressão durante do governo de Getúlio Vargas[4] depois da Intentona Comunista de 1935, o seu apoio clandestino ao envolvimento brasileiro na Segunda Guerra Mundial[5] e a sua reconstrução progressiva e gradual[6][7] na Bahia em torno de intelectuais em sua maioria baianos e nordestinos em geral como Jorge Amado, Carlos Marighella, Aristeu Nogueira, Diógenes Arruda Câmara, Leôncio Basbaum, Alberto Passos Guimarães, Maurício Grabois, Graciliano Ramos, Osvaldo Peralva e Armênio Guedes[8] até uma nova proibição durante do governo Eurico Gaspar Dutra durante o auge da sua influência no sindicalismo seja ele rural[9] ou urbano e também no funcionalismo público havendo o racha do Partido em 1962 por conta de uma fração maoista.[10] discordando das diretrizes do partido de buscar a revolução urbana-burguesa[11][12] como prioridade em detrimento da oposição inegociável ao governo questionada a princípio por pessoas como Jacob Gorender e voltando a legalidade durante o governo de Jânio Quadros quando o Partido se recusa a se valer da violência para alcançar seus objetivos políticos.[13]
Golpe de 64 e abertura política |
Ver artigos principais: Golpe de Estado no Brasil em 1964, Luta armada de esquerda no Brasil e Abertura política
Durante o Regime Militar e o AI-5, o PCB da linha soviética de maneira tardia e despreparada[14] organizou um congresso e decidiu em 1967 que apoiaria a articulação das manifestações contra a lei marcial enquanto o PCdoB estava articulando a guerrilha, sendo que durante o governo militar de 1974 a 1976, prenderam quase 700 militantes infiltrados e mataram mais de 20 dirigentes comunistas de alto escalão, obrigando o Partido a solução da clandestinidade e do exílio, sendo que Luís Carlos Prestes se afasta da direção do partido,[15] passando o comando para o Giocondo Dias. Mesmo com a abertura política de João Figueiredo, houve detenções de comunistas que estavam viajando para a União Soviética quando voltavam.[16] A dramaturgia, o roteiro de novelas e o cinema brasileiros foram fortemente influenciados por autores comunistas militantes, apesar da falta de experiência de seus militantes,[17] a vigilância dos membros soltos pela polícia durante os tempos de perseguição e a desconexão dos exilados com relação a realidade do terreno.[18][19] Apesar da repressão durante a ditadura militar, havia uma forte penetração de comunistas no sindicalismo como no caso da VW que era a maior empresa do país na época.[20] Durante a campanha das diretas já,[21] o PCB apoiou firmemente o movimento social em pauta[22] e quando começaram as greves de 1978-1980 no ABC Paulista, o Partido dos Trabalhadores (PT) cresceu as custas de uma fraca reflexão histórica, política e metodológica do Brasil,[23] lideranças inexperientes sejam elas marxistas ou não e de um PCB fraco que não se adaptou as mudanças.[24] A medida que nos anos 90 o PT vai galgando cargos em governos estaduais e municipais, ele se cede as ferramentas da política tradicional e desilude seus antigos membros comunistas restantes que desligam-se dele[25] criando assim uma nova tradição social-democrata voltada para países dependentes do Primeiro Mundo.[26] Em 2009, o Partido Comunista Brasileiro e o movimento comunista brasileiro além de outros setores sociais como o Grupo Tortura Nunca Mais articularam protestos contra a deportação de Cesare Battisti.[27] Em 2017, o então deputado do Partido Social Cristão - Eduardo Bolsonaro - criou um projeto de lei que visa criminalizar o comunismo no Brasil.[28]
Ver também |
- História do comunismo
- Anticomunismo no Brasil
Referências
↑ «A importância do Partido Comunista Brasileiro para a nossa história». DM. Abril de 2017. Consultado em 26 de outubro de 2018
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↑ A influência de outros movimentos de esquerda anteriores e contemporâneos ao PCB era residual, vide: DULLES, J. W F. Anarquistas e Comunistas no Brasil – 1900-1930. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1977; KOVAL, B. História do Proletariado Brasileiro.São Paulo: Alfa Omega, 1982.
↑ Reivindicações trabalhistas eram requeridas por anarquistas antes de 1922, mas só foram alcançadas depois da luta organizada do PCB durante o governo Vargas que teve de responder a estas demandas, vide: FONSECA, P. C. D. Vargas, o Capitalismo em Construção. São Paulo: Nova Fronteira, 1987. Outras conquistas trabalhistas serão efetuadas no governo João Goulart por reivindicação também do PCB como o direito ao 13º salário, vide: TELLES, J. O Movimento Sindical no Brasil. São Paulo: Ciências Humanas, 1981 e LCP (entrevistas concedidas por Luiz Carlos Prestes a Anita Leocadia Prestes e Marly de Almeida Gomes Vianna, gravadas em fita magnética e transcritas; RJ, 1981-83). LCP, fita nº XV.
↑ (Prestes, 2010: 51-52)
↑ Tribuna Popular, RJ, 27/6/1946, p. 1.
↑ (Prestes, 2001: cap.IX)
↑ O Partido retomará a legalidade ao seguir a diretriz soviética de 1945 de não enfrentar governos progressistas, vide: (Carone, 1982: 3-4) (Prestes, 2001: cap.IX)
↑ CONTRIBUIÇÃO AO DEBATE SOBRE A PARTICIPAÇÃO DO PCB NAS LUTAS NO CAMPO: UM BREVE BALANÇO DA ATUAÇÃO DO PCB JUNTO AOS CAMPONESESRonilson Barboza de Sousa
↑ Mais tarde esta facção passará a defender a luta armada durante o regime militar, vide: (Marighella, 1979: 49, 58, 63, 104)
↑ Duas táticas e uma mesma estratégia – Do ‘Manifesto de Agosto de 1950’ à ‘Declaração de Março de 1958 Anita Leocádia Prestes.
↑ Ambos os partidos comunistas herdeiros desta época reconheceram que esta atitude foi um erro por conta da traição efetuada pelo capitalismo nacional monopolista, vide: Descaminhos da Revolução Brasileira: o PCB e a construção da estratégia nacional-libertadora (1958-1964), (Prestes, L.C., 1980: 12), (Prestes, 2010: 162), (Prestes, 2010: 55-59) e Caio Prado Jr. A Revolução Brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1966.
↑ Cabo Dias, o revolucionário de 1935
↑ (Moraes, 1989: 198)
↑ ALMEIDA, Antônio (pseudônimo de Prestes), documento original datilografado, sem título, 23 pgs, 08/04/1969, (Arquivo particular da autora); cópia em Coleção Luiz Carlos Prestes, Arquivo Edgard Leuenroth/UNICAMP, pasta 009.
↑ Cabo Dias, o revolucionário de 1935
↑ PRESTES, Luiz Carlos. “Carta à Aloyzio Neiva”, Rio, 16/01/1983, 3 pgs.;documento original, datilografado. (Arquivo particular da autora)
↑ Para a participação de comunistas na cultura brasileira, ver: CARONE, Edgar. O PCB – 1922-1943; O PCB-1943-1964; O PCB-1964-1982. São Paulo: Difel, 1982.
↑ Para saber mais sobre a fraqueza do movimento comunista durante o regime militar, ver: GASPARI, E. A Ditadura Derrotada. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
↑ COSTA, E. A Política Salarial no Brasil. São Paulo: Boitempo, 1998.
↑ Prestes sai do partido por conta do apoio moderado ao movimento, mas é rejeitado pelo PT, vide:Ecos à Carta de Prestes, n. 2, maio/1980 e Arquivos do Dops dizem que Lula barrou a entrada de Luís Carlos Prestes no PT
↑ MAZZEO, A. C. As tarefas históricas da esquerda brasileira e o Partido dos Trabalhadores. São Paulo: mimeo., 2004.
↑ PRESTES, Luiz Carlos, “Declarações” (transcrição não revista) em “Resoluções Políticas do 3º Encontro Estadual dos comunistas gaúchos que se orientam pela Carta aos comunistas do camarada Luiz Carlos Prestes” (janeiro/1984), documento datilografado (cópia xerox), 28 pgs. “Coleção Luiz Carlos Prestes” no Arquivo Edgard Leuenroth/UNICAMP, Manuscritos, PCB-CC, pasta 242; “Documento do PCML – Partido Comunista Marxista Leninista”, 28 folhas, janeiro/1984, “Informes dos Órgãos de Segurança sobre Luiz Carlos Prestes” (Confidencial).
↑ ANTUNES, R. A Rebelião no Trabalho. São Paulo: Editora Unicamp, 1992; BOITO JR. et alli. O Sindicalismo Brasileiro nos anos 80. São Paulo, Paz e Terra, 1991.
↑ Para entendermos a processo de transição do PT, consultar: Resoluções de Encontro e Congressos: 1979-1998. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2000. Ver também Carta aos Brasileiros, 2002.
↑ MARINI, R. M. Dialética de la Mercancia e Teoria del Valor. México: Editorial Universitária Centroamericana, 1982; DOS SANTOS, T. Imperialismo e Dependência. México: Edições Era, 1978; SANTOS, T. Teoria da Dependência, Balanço e Perspectiva. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. BANBIRRA, V. El Capitalismo Dependiente Latinoamericano. México: Siglo Veinte e Uno Editora1, 976. Para uma abordagem com outra vertente ideológica, ver: CARDOSO, F. H.; FALETTO, E. Dependência e Desenvolvimento na América Latina. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979.
↑ MANIFESTO EM DEFESA DO DIREITO AO REFÚGIO
↑ Em projeto de lei, filho de Bolsonaro propõe criminalização do comunismo
Bibliografia |
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- BOITO JR. A. et alli. O Sindicalismo Brasileiro nos Anos 80. São Paulo: Paz e Terra, 1991.
CARDOSO , F. H.; FALETTO , E. Dependência e Desenvolvimento na América Latina. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979.- CARONE , E. O PCB – 1922-1943; O PCB – 1943-1964; O PCB – 1964-982. São Paulo: Difel, 1982.
COSTA, E. A Política Salarial no Brasil. São Paulo: Boitempo, 1998.
DOS SANTOS, T. Imperialismo e Dependência. México: Edições Era, 1978.- ______________. Teoria da Dependência, Balanço e Perspectiva. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
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MARINI, R. M. Dialética de la Mercancia e Teoria Del Valor. México: Editorial Universitaria Centroamericana, 1982.- MAZZEO, A.. C. As Tarefas Históricas da Esquerda Brasileira e o Partido dos Trabalhadores. Mimeo, 2004.
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- Corações vermelhos – Os comunistas brasileiros no século XX. Antonio Carlos Mazzeo e Maria Izabel Lagoa
- Sinfonia inacabada – A política dos comunistas no Brasil. Antonio Carlos Mazzeo
- O PCB cai no samba: os comunistas e a cultura popular (1945-1950). Valéria Lima Guimarães
- Homens partidos – comunistas e sindicatos no Brasil. Marco Aurélio Santana
- O Partidão. Moisés Vinhas
- O PCB. Edgard Carone
- PCB – Memória Fotográfica
- Os comunistas brasileiros. Anita Leocádia Prestes
- Formação do PCB. Astrojildo Pereira
- PCB – Reforma e revolução. José Antônio Segatto
- PCB em São Paulo – Documentos (1974-1981)
- PCB 20 anos de política (1958-1979)
- Luta subterrânea – O PCB em 1937-1938. Dainis Karepovs
- A classe operária vai ao parlamento – O Bloco Operário e camponês no Brasil. Dainis Karepovs
- PCB 1922-1929. Michel Zaidan
- Da insurreição armada a união nacional. Anita Leocádia Prestes
Memórias do Cárcere. Graciliano Ramos
- O cavaleiro da esperança. Jorge Amado
- Luiz Carlos Prestes – O constituinte, o senador
- Prestes: Lutas e Autocríticas. Dênis de Moraes e Francisco Viana
Gregório Bezerra – Memórias- Os desconhecidos da história da imprensa comunista. Raimundo Alves de Souza
- A luta de classes no Brasil e o PCB. Dinarco Reis
- O PCB e a imprensa. Bethania Mariani
- Carlos, a face oculta de Marighella. Edson Teixeira da Silva Júnior
- Um brasileiro na guerra civil espanhola. José da Cunha
- Roberto Morena – O militante. Lincoln Penna
Vianinha, um dramaturgo no coração de seu tempo. Rosângela Patriota- Vianinha – Cúmplice da paixão. Dênis de Moraes
- Partido Comunista Brasileiro – Conflito e integração. Ronad Chilcote
- Olga. Fernando Morais
- O velho Graça. Dênis de Moraes
- O revolucionário cordial. Martin Cezar Feijó
- O partido comunista que conheci. João Falcão
- O imaginário vigiado. Dênis de Moraes
- O caso conto como o caso foi. Paulo Cavalcanti
- Giocondo Dias – uma vida na clandestinidade
- Ivan Alves; Octávio Brandão – Combates e batalhas
- Carlos Marighella, o homem por trás do mito. Cristiane Nova e Jorge Nóvoa
- Construindo o PCB. Astrojildo Pereira
- A derrota da dialética. Leandro Konder
- A classe operária na revolução burguesa. Marcos Del Roio
- A Luta Clandestina. Paulo Cavalcanti
- Comunistas em céu aberto. Michel Zaidan
- O Marxismo no Brasil. Edgard Carone
- Vianinha: Teatro, Televisão, Política. Fernando Peixoto (organizador)
- Memória e História (Revista do Arquivo Histórico do Movimento Operário Brasileiro) nº 1 – Astrojildo Pereira – Documentos Inéditos
- Memória e História (Revista do Arquivo Histórico do Movimento Operário Brasileiro) nº 2 – Cristiano Cordeiro – Documentos e Ensaios
- Memória e História nº 3 – edição dedicada a Roberto Morena
- Documentos do Partido Comunista Brasileiro – O PCB na luta pela democracia (1983-1985)
- O PCB na Assembleia Constituinte de 1946. Evaristo Giovanetti Netto
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- Plinio Ferreira Guimarães. Outras formas de enfrentar a ameaça comunista. Os programas assistenciais do Exército brasileiro no combate à guerra revolucionária 1964-74. 2014. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal de Minas Gerais, . Orientador: Rodrigo Patto Sá Motta.
- FERREIRA, Jorge. Prisioneiro do mito: cultura e imaginário político dos comunistas no Brasil (1930-1956). Niterói: Eduff/ Rio de Janeiro: Mauad, 2002
- Octávio Brandão and the intelectual matrices of Communism in Brazil
- http://www.historia.uff.br/stricto/teses/Tese-2005_Ricardo_da_Gama_Rosa_Costa-S.pdf Descaminhos da Revolução Brasileira: o PCB e a construção da estratégia nacional-libertadora (1958-1964)
- Estado, Democracia e Socialismo no Pensamento Comunista Brasileiro:o caso dos partidos comunistas: PCB e PC do B
- As transformações do PCB e a democracia Brasileira
- Astrojildo Pereira: o dilema da nacionalização do marxismo no Brasil
- O Ano Vermelho
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- O Manifesto Comunista e sua recepção no Brasil
- O Brasil dos gramscianos
- Buonicore: Astrojildo Pereira e a gênese do comunismo no Brasil *
- Um pouco da história da esquerda
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- UMA ESQUERDA PARA O CAPITAL
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- NOS PRIMÓRDIOS DO PCB
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- E. P. Thompson no Brasil: recepção e usos
- Anos 1960: Caio Prado Jr. e "A Revolução Brasileira"
- O MARXISMO BRASILEIRO (1922-1969): A VOCAÇÃO STALINISTA DA TEORIA DA TRANSIÇÃO
- [https://revistas.ufpr.br/rsp/article/viewFile/39319/24138 A AVENTURA BRASILEIRA DO
MARXISTA CAIO PRADO JR]
- CAIO PRADO JR. E A NACIONALIZAÇÃO DO MARXISMO NO BRASIL
- A produção social do marxismo universitário em São Paulo: mestres, discípulos e "um seminário" (1958-1978)
- OS VENTOS QUE SOPRARAM DO LESTE: O PCB ENTRE O FIM DA HISTÓRIA E O MARXISMO
- Anotações sobre a história do marxismo no Brasil
- Duas gerações de intelectuais pecebistas
- A RENOVAÇÃO PECEBISTA DOS ANOS 80
- O marxismo de Caio Prado Jr.
- A PRÉ-HISTÓRIA DE GRAMSCI NO BRASIL (1927-1974)
- O DEBATE AGRÁRIO NA REVISTA BRASILIENSE