José de Alencar


































José de Alencar Academia Brasileira de Letras


Nascimento

1 de maio de 1829
Messejana, Ceará, Império do Brasil
Morte

12 de dezembro de 1877 (48 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade
brasileiro

Alma mater

Faculdade de Direito de São Paulo
Ocupação
Crítico, romancista, dramaturgo
Escola/tradição

Romantismo
Assinatura

José de Alencar signature.svg







































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































José de Alencar

Ministro da Justiça do  Brasil
Período
16 de julho de 1868
a 10 de janeiro de 1870
Monarca

Pedro II
Antecessor

Manuel Francisco Ribeiro de Andrada
Sucessor

Joaquim Otávio Nébias
Partido

Partido Conservador

José Martiniano de Alencar (Messejana, 1 de maio de 1829 — Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1877) foi um escritor e político brasileiro. É notável como escritor por ter sido o fundador do romance de temática nacional, e por ser o patrono da cadeira fundada por Machado de Assis na Academia Brasileira de Letras. Na carreira política, foi notória a sua tenaz defesa da escravidão no Brasil quando ministro da Justiça do segundo reinado.[1][2][3][4][5][6]


Filho ilegítimo do padre e mais tarde senador José Martiniano Pereira de Alencar e de sua prima D. Ana Josefina de Alencar,[7] era irmão do barão de Alencar, sobrinho de Tristão Gonçalves, neto de Bárbara de Alencar e primo em segundo grau do barão de Exu.[8] Formou-se em Direito, iniciando-se na atividade literária no Correio Mercantil e no Diário do Rio de Janeiro. Casou-se com Georgiana Augusta Cochrane (1846-1913), sendo pai do embaixador Augusto Cochrane de Alencar.




Índice






  • 1 Biografia


  • 2 Homenagens


    • 2.1 Academia Brasileira de Letras




  • 3 Características da obra de Alencar


  • 4 Resumo biográfico (cronologia)


  • 5 Obras


    • 5.1 Romances


    • 5.2 Teatro


    • 5.3 Crônica


    • 5.4 Autobiografia


    • 5.5 Crítica e polêmica




  • 6 Referências


  • 7 Bibliografia


  • 8 Outras


  • 9 Ligações externas




Biografia





Casa de José de Alencar em Messejana, hoje um distrito de Fortaleza.


José de Alencar nasceu em 1829 em Messejana, que à época de seu nascimento gozava do estatuto de município (tendo perdido tal categoria em 1921, sendo integrado na cidade de Fortaleza). Nascido de uma relação ilegítima e considerada escandalosa à época, visto que seu pai era sacerdote da igreja Católica, teve sua paternidade reconhecida através de uma "Escritura de Reconhecimento e Perfilhação de Filhos Espúrios" em 1859, que registrava que "o padre José Martiniano de Alencar, já sendo clérigo de Ordens Sacras, contraiu amizade ilícita e particular com dona Ana Josefina de Alencar, sua prima no primeiro grau, e dela tem tido desde aquele tempo até doze filhos".[7] José de Alencar foi o primogênito do casal, e seu apelido em casa era Cazuza.[7]


Sete anos antes do seu nascimento, em 1822, D. Pedro I havia proclamado a Independência do Brasil e tornara-se imperador do Brasil. Dois anos após o seu nascimento, em 1831, o monarca, cedendo a pressões internas e externas, abdicaria em favor do filho e retornaria para Portugal. É nesse cenário político de disputas pelo poder que o jovem escritor crescerá, acompanhando o pai, que seria senador e, posteriormente, governador do estado do Ceará.


Transferiu-se para a capital do Império do Brasil, o Rio de Janeiro, e José de Alencar, então com onze anos, foi matriculado no Colégio de Instrução Elementar. Em 1844, matriculou-se nos cursos preparatórios à Faculdade de Direito de São Paulo, começando o curso de direito em 1846. Fundou, na época, a revista Ensaios Literários, onde publicou o artigo questões de estilo. Formou-se em direito, em 1850, e, em 1854 estreou como folhetinista no Correio Mercantil. Em 1856, publicou o primeiro romance, Cinco Minutos, seguido de A Viuvinha em 1857. Mas é com O Guarani em 1857 que alcançou notoriedade. Estes romances foram publicados todos em jornais e só depois em livros.










José de Alencar.jpg

Este artigo é parte da série
Trilogia indianista de José de Alencar



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O Guarani (1857)
Iracema (1865)
Ubirajara (1874)
Ver também: Indianismo


José de Alencar foi mais longe nos romances que completam a trilogia indigenista: O Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874). O primeiro fala sobre o amor do índio Peri com a mulher branca Ceci. O segundo, epopeia sobre a origem do Ceará, tem como personagem principal a índia Iracema, a "virgem dos lábios de mel" e "cabelos tão escuros como a asa da graúna". O terceiro tem por personagem Ubirajara, valente guerreiro indígena que durante a história cresce em direção à maturidade.


Em 1859, tornou-se chefe da Secretaria do Ministério da Justiça, sendo depois consultor do mesmo. Em 1860, ingressou na política, como deputado estadual no Ceará, sempre militando pelo Partido Conservador (Brasil Império). Em 1868, tornou-se ministro da Justiça, ocupando o cargo até janeiro de 1870. Em 1869, candidatou-se ao senado do Império, tendo o Imperador D. Pedro II do Brasil não o escolhido por ser muito jovem ainda.




O jovem José de Alencar.


Em 1872, se tornou pai de Mário de Alencar, o qual, segundo uma história nunca confirmada, poderia ser, na verdade, filho de Machado de Assis, o que, para alguns, daria respaldo para o enredo principal do romance Dom Casmurro. Produziu também romances urbanos (Senhora, 1875; Encarnação, escrito em 1877, ano de sua morte e divulgado em 1893), regionalistas (O Gaúcho, 1870; O Sertanejo, 1875) e históricos (Guerra dos Mascates, 1873), além de peças para o teatro.


Viajou para a Europa em 1877, para tentar um tratamento médico, porém não teve sucesso. Faleceu no Rio de Janeiro no mesmo ano, vitimado pela tuberculose. Machado de Assis, que esteve no velório de Alencar, impressionou-se com a pobreza que a família Alencar vivia. Seu corpo foi primeiramente sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro, depois foi exumado para o Cemitério de São João Batista, também no Rio de Janeiro. Sua esposa Georgiana faleceu treze anos depois e foi sepultada ao lado do marido em 1913.


Homenagens


Na cidade do Rio de Janeiro, no bairro do Flamengo, em sua homenagem, foi erguida, em 1897, uma estátua no largo do Catete, largo este que foi rebatizado como praça José de Alencar.


Em Fortaleza, em 1910, foi erguido o Theatro José de Alencar. A Praça José de Alencar e a estação José de Alencar da Linha Sul do metrô de Fortaleza são, também, homenagens da sua cidade natal.


José de Alencar também tornou-se o nome de um distrito do município de Iguatu, no Ceará.


Olivenkranz.png Academia Brasileira de Letras


Grande expoente da literatura brasileira do século XIX, não alcançou a fundação do Silogeu Brasileiro. Coube-lhe, entretanto, a homenagem de ser patrono da cadeira 23 da academia.


Nas discussões que antecederam a fundação da academia, seu nome foi defendido por Machado de Assis para ser o primeiro patrono, ou seja, nominar a cadeira 1. Mas não poderia haver hierarquia nessa escolha, e resultou que Adelino Fontoura, um autor quase desconhecido, veio a ser o patrono efetivo. Sobre esta escolha, registrou Afrânio Peixoto:


"Novidade de nossa Academia foi, em falta de antecedentes, criarem-nos, espiritualmente, nos patronos. Machado de Assis, o primeiro da companhia, por vários títulos, quis dar a José de Alencar a primazia que tem, e deve ter, na literatura nacional. A justiça não guiou a vários dos seus companheiros. Luís Murat, por sentimento exclusivamente, entendeu honrar um amigo morto, infeliz poeta, menos poeta que infeliz, Adelino Fontoura."


Características da obra de Alencar





O Guarani, 1ª Edição, 1857.


Uma característica marcante de sua obra é o nacionalismo, tanto nos temas quanto nas inovações no uso da língua portuguesa. Em um momento de consolidação da Independência, Alencar representou um dos mais sinceros esforços patrióticos em povoar o Brasil com conhecimento e cultura próprios, em construir novos caminhos para a literatura no país.


A obra de José de Alencar pode ser dividida em dois grupos distintos.


Quanto ao espaço geográficoː


  • O sertão do Nordeste - O Sertanejo

  • O litoral cearense - Iracema

  • O pampa gaúcho - O Gaúcho

  • A zona rural - Til (interior paulista), O Tronco do Ipê (zona da mata fluminense)

  • A cidade, a sociedade burguesa do Segundo Reinado - Diva, Lucíola, Senhora e os demais romances urbanos.


Quanto à evolução históricaː


  • O período pré-cabralino - Ubirajara.

  • A fase de formação da nacionalidade - Iracema e O Guarani.

  • A ocupação do território, a colonização e o sentimento nativista - As Minas de Prata (o bandeirantismo) e Guerra dos Mascates (rebelião colonial).

  • O presente, a vida urbana de seu tempo, a burguesia fluminense do século XIX - os romances urbanos Diva, Lucíola, Senhora e outros.




Monumento a José de Alencar na praça José de Alencar, no Rio de Janeiro.



Resumo biográfico (cronologia)




  • 1829
    • José Martiniano de Alencar nasce em Messejana, hoje bairro da cidade de Fortaleza, Ceará, a 1 de maio.



  • 1840
    • Transfere-se com a família para o Rio de Janeiro.



  • 1840
    • Está matriculado no Colégio de Instrução Elementar.



  • 1846
    • Ingressa na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo.



  • 1848
    • Transfere-se para a Faculdade de Direito de Olinda.



  • 1850
    • Em São Paulo novamente, forma-se em Direito.



  • 1854
    • Inicia, no Rio de Janeiro com sua colaboração no Correio Mercantil.



  • 1856
    • Trabalha como redator-chefe no Diário do Rio de Janeiro. Publica as Cartas sobre a confederação dos Tamoios, polêmica com Gonçalves de Magalhães. Estreia na ficção com o romance Cinco minutos.



  • 1857
    • Publica com grande repercussão O Guarani, primeiro em folhetins, depois em livro.



  • 1860
    • Falece o pai do escritor - José Martiniano de Alencar -, que fora revolucionário e político influente.



  • 1861
    • Elege-se deputado. Reeleito em várias legislaturas subsequentes.



  • 1865
    • Nasce o seu filho Augusto de Alencar



  • 1868

    • Ministro da Justiça durante dois anos no Gabinete Conservador.



  • 1870
    • Abandona a carreira política, magoado com o imperador dom Pedro II.



  • 1877
    • Vítima de tuberculose, viaja para a Europa, tentando curar-se. Faleceu no Rio de Janeiro em 12 de dezembro.



Obras


Romances




  • Cinco Minutos, 1856


  • A viuvinha, 1857


  • O guarani, 1857


  • Lucíola, 1862


  • Diva, 1864


  • Iracema, 1865


  • As minas de prata - 1º vol., 1865


  • As minas de prata - 2.º vol., 1866


  • O gaúcho, 1870


  • A pata da gazela, 1870

  • O tronco do ipê, 1871


  • Guerra dos mascates - 1º vol., 1871


  • Til, 1871


  • Sonhos d'ouro, 1872


  • Alfarrábios, 1873


  • Guerra dos mascates - 2º vol., 1873


  • Ubirajara, 1874


  • O sertanejo, 1875


  • Senhora, 1875


  • Encarnação, 1893


Teatro




  • Verso e reverso, 1857


  • O Crédito, 1857


  • O Demônio Familiar, 1857


  • As asas de um anjo, 1858


  • Mãe, 1860


  • A expiação, 1867


  • O jesuíta, 1875



Crônica




  • Ao correr da pena, 1874


  • Ao correr da pena (folhetins inéditos), 2017 (organizado por Wilton José Marques)


Autobiografia



  • Como e por que sou romancista, 1893 (eBook)


Crítica e polêmica




  • Cartas sobre a confederação dos tamoios, 1865


  • Ao imperador: cartas políticas de Erasmo e Novas cartas políticas de Erasmo, 1865


  • Ao povo: cartas políticas de Erasmo, 1866


  • O sistema representativo, 1866



Referências




  1. «Folha de S.Paulo - Alencar, o escravista - 08/10/2008». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 13 de fevereiro de 2016 


  2. «José de Alencar (1829 - 1877), escritos políticos | BIBLIOTECA BRASILIANA GUITA E JOSÉ MINDLIN». www.bbm.usp.br. Consultado em 13 de fevereiro de 2016 


  3. MENDES, Mírian Lúcia Brandão. A retórica escravista: as emoções no discurso das cartas de Alencar a favor da escravidão. EID&A - Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação, Ilhéus, n. 7, p. 183-194, dez.2014. Disponível em: <http://www.uesc.br/revistas/eidea/revistas/revista7/eid&a_n7_12_mirian.pdf>. Acesso: 2016.


  4. «José de Alencar, biografia do fundador do romance de temática nacional - Guia do Estudante». guiadoestudante.abril.com.br. Consultado em 13 de fevereiro de 2016 


  5. «.:: José de Alencar - Só Literatura ::.». www.soliteratura.com.br. Consultado em 13 de fevereiro de 2016 


  6. «José de Alencar - Biografia - UOL Educação». educacao.uol.com.br. Consultado em 13 de fevereiro de 2016 


  7. abc «Semira Adler Vainsencher: JOSÉ DE ALENCAR». semiraadlervainsencher.blogspot.fr. Consultado em 13 de fevereiro de 2016 


  8. «Genealogia Pernambucana». www.araujo.eti.br. Consultado em 29 de setembro de 2015 


Bibliografia



  • ALENCAR, José Martiniano de, Perfis Parlamentares 01, Câmara dos Deputados, 1977.

  • ALENCAR, José de, 1829-1877; Cinco minutos & A viuvinha / José de Alencar. - 29. ed. - São paulo: Ática, 2010.; 136 p.


Outras


  • O garatuja, 1873 (Ernst Mahle em 2006 escreveu ópera baseda na novela, O Garatuja)


Ligações externas
















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Precedido por
Martim Francisco Ribeiro de Andrada

Ministro da Justiça do Brasil
1868 — 1870
Sucedido por
Joaquim Otávio Nébias
Precedido por


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Sucedido por
Machado de Assis
(fundador)































































































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