Organização não governamental







Protesto feito pela ONG Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais na Espanha contra as touradas



Disambig grey.svg Nota: se procura outras acepções, veja Ong (desambiguação).

As Organizações não Governamentais (ONGs) são organizações sem fins lucrativos, constituídas formalmente e autonomamente, caracterizadas por ações de solidariedade no campo das políticas públicas e pelo legítimo exercício de pressões políticas em proveito de populações excluídas das condições da cidadania.[1] Sua ascensão histórica está ligada à crise fiscal do Estado e ao desenvolvimento da sociedade civil no sentido de uma cidadania ativa. Porém, seu conceito não é pacífico na doutrina, existindo muitas divergências. Fazem parte do chamado setor terciário, o setor de serviços e comércio. No entanto, algumas teses o definem como parte do setor quinário, o setor sem fins lucrativos.[2]


Todavia, isso requer, ainda, um estudo político e sociológico mais profundo, principalmente no que diz respeito à regulamentação e representatividade de instituições políticas (partidos, agremiações) e sociais (clubes e agremiações sociais), e também às suas responsabilidades atuais perante a lei e as determinações constitucionais.[carece de fontes?] Essas organizações podem complementar o trabalho do Estado, podendo receber financiamentos e doações dele, assim como de entidades privadas, para tal fim. Atualmente, estudiosos têm defendido o uso da terminologia "organizações da sociedade civil" para designar tais instituições.


É importante ressaltar que, no Brasil, o termo "ONG" não tem valor jurídico, sendo que a qualificação de OSCIP (ou as antigas "entidades de utilidade pública") é o reconhecimento oficial e legal mais próximo do que se entende por ONG.[3][4]


No Brasil, três figuras jurídicas correspondentes no novo Código Civil Brasileiro compõem o terceiro setor: associações, fundações e organizações religiosas (que foram, recentemente, consideradas como uma terceira categoria). Elas também cumprem a função de combater as reminicências do totalitarismo.[5]




Índice






  • 1 No Brasil


    • 1.1 Áreas de atuação




  • 2 Ver também


  • 3 Fontes


  • 4 Referências


  • 5 Ligações externas





No Brasil |


Esses espaços organizacionais do Terceiro setor (ou do quinto setor) situados entre a esfera pública e a privada, identificados por alguns autores como públicos não estatais, cumprem papel relevante para a sociedade. Na verdade, é preciso constatar que o surgimento dessas organizações sem fins lucrativos, que têm como objetivo o desenvolvimento de atividades de interesse público, deu-se pelo motivo da não eficiência por parte do poder público em atender as necessidades da sociedade. Há de se ressaltar que esses espaços organizacionais constituem importantes alternativas de sistematizar a sociedade como um todo, promovendo ações sociais, culturais, assistenciais etc. Betinho define as organizações não governamentais da seguinte forma:







Recentemente, muitas fraudes envolvendo falsas licitações têm colocado diversas ONGs dentro de escândalos de corrupção[6][7] e desvio de verbas, além do recebimento (de forma legal) de verbas governamentais o que descaracteriza o aspecto "não-governamental" das organizações.Entidades como o Activistfacts[8] revelam as fontes de financiamento de ONG's ao público. Também é possível saber quanto cada ONG recebeu utilizando os portais de transparência dos governos. Por exemplo, para a cidade de São Paulo, o portal de transparência pode ser acessado em: De olhos nas contas.


Quando operam com recursos públicos, estão sujeitas ao controle externo da administração pública, exercido pelo Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas, e com fiscalização regular feita pelo Ministério Público. As Organizações Sociais e Organizações da sociedade civil de interesse público devem cumprir um contrato com exigências governamentais para continuarem recebendo financiamento público.[1]


Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2005 estavam registradas 338 mil fundações privadas e associações sem fins lucrativos, que empregavam 1,7 milhão de pessoas em todo o país, com salários médios mensais de 1 094,44 reais. O tempo médio de existência dessas instituições era de 12,3 anos e a Região sudeste do Brasil abrigava 42,4% delas. Essas instituições são, em geral, de pequeno porte, e 79,5% (268,9 mil) delas não possuem sequer um empregado formalizado. A grande maioria não possui espaço físico para realizar as obras que promete.[9]



Áreas de atuação |


Em sua grande maioria, as ONGs tentam suprir as demandas da população em áreas de competência legal do Estado mas em que este não consegue atuar de forma eficiente. Segundo a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG), em 1998, as áreas de atuação das ONGs entrevistadas eram:[1]





































































































































































ÁREA TEMÁTICA
N.º de ONGs
%
Ref
1. Educação e/ou Profissionalização
121
65,76
[1]
2. Saúde/DST-Aids
73
39,67
[1]
3. Criança e/ou Adolescente
89
48,37
[1]
4. Agrária/Agrícola
47
25,54
[1]
5. Ambiental/Ecológica
63
34,27
[1]
6. Desenvolvimento Regional/Local
38
20,65
[1]
7. Organização Popular/Participação Popular
12
60,87
[1]
8. Direitos Humanos
87
47,28
[1]
9. Povos Indígenas
13
7,07
[1]
10. Racismo/Negros
24
13,04
[1]
11. Relação de Gênero/Mulher
104
56,52
[1]
12. Arte e Cultura
45
24,46
[1]
13. Trabalho e Renda
71
38,59
[1]
14. Comunicação
44
23,91
[1]
15. Questões Urbanas
52
28,26
[1]
16. Justiça e Segurança Pública
28
15,22
[1]
17. Direitos do Consumidor
1
0,54
[1]
18. Políticas Públicas
13
7,07
[1]
19. Relações Internacionais
3
1,63
[1]
20. Desenvolvimento Institucional
2
1,09
[1]
21. Cidadania/Democracia
5
2,72
[1]
22. Tecnologia
3
1,63
[1]
23. Segurança Alimentar
3
1,63
[1]
24. Migrantes
3
1,63
[1]
25. População de Rua
3
1,63
[1]
26. Ecumenismo
4
2,17
[1]


Commons

O Commons possui imagens e outras mídias sobre Organização não governamental



Ver também |



  • Organização não governamental de ambiente

  • Think tank



Fontes |



  • As Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos no Brasil 2002 - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Estudos e Pesquisas Informação Econômica - número 4, 2.ª edição, Rio de Janeiro, 2004


Referências




  1. abcdefghijklmnopqrstuvwxyzaaabac http://www.senado.gov.br/senado/conleg/artigos/especiais/OrganizacoesNaoGovernamentais.pdf


  2. Hatt, Paul, and Foote, Nelson (1953). 'On the expansion of the tertiary, quaternary, and quinary sectors,' American Economic Review, May.


  3. SEBRAE. O que é Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP. 2017. link.


  4. Leite, M. A. S. (2003). O terceiro setor e as organizações da sociedade civil de interesse público: OSCIPs. Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais, 2003. link.


  5. EU slams NGOs bill: 'Reminiscent of totalitarian regimes'


  6. (em português) Alerta - Greenpeace: seguindo o rastro do dinheiro. Página acessada em 20 de Dezembro de 2010.


  7. (em português) Brasilianasorg - Dinheiro do petróleo e da grande mídia financia o Greenpeace. Acessado em 20 de Dezembro de 2010.


  8. (em inglês) Activistfacts Acessado em 29/08/2014.


  9. - IBGE



Ligações externas |



  • ONG.PT - Plataforma de registo e de doação às ONGs Portuguesas.

  • ABONG - Associação Brasileira de ONGs


  • SobreONG - ONGs do mundo agrupadas por causa (SobreONG para iPhone)

  • IPAD - Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento

  • Diretório de Organizações do Desenvolvimento

  • Como criar uma associação

  • O que é uma ONG?

  • Manual MAIS para o Terceiro Setor



  • Portal da política
  • Portal dos direitos humanos

































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