Heinrich Cornelius Agrippa von Nettesheim
Heinrich Cornelius Agrippa von Nettesheim | |
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Nome nativo | Heinrich Cornelius Agrippa von Nettesheim |
Nascimento | 14 de setembro de 1486 Colônia |
Morte | 18 de fevereiro de 1535 (48 anos) Grenoble |
Cidadania | Alemanha |
Alma mater | Universidade de Colônia |
Ocupação | astrólogo, jurista, astrônomo, escritor, feminista, filósofo, médico, teólogo, alquimista, advogado, mercenário |
Movimento estético | Renascimento alemão |
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Heinrich Cornelius Agrippa von Nettesheim (Colônia, 14 de Setembro de 1486 — Grenoble, 18 de Fevereiro de 1535) também conhecido em algumas obras portuguesas como Henrique Cornélio Agrippa, foi um intelectual polemista e influente escritor do esoterismo da Renascença. Interessou-se por magia, ocultismo, alquimia, astrologia e demais "artes curiosas" do esoterismo ocidental. Esteve a serviço do Sacro Imperador Romano Maximiliano I, sob cuja asa devotou-se ao estudo das ciências ocultas.
Citado por Mary Shelley em Frankenstein e aparecendo no conto O Mortal Imortal como um dos personagens, Agrippa é mais conhecido por ser o autor do tratado mais abrangente e famoso sobre magia e ocultismo da Renascença: De Occulta Philosophia libri tres (latim: "Três livros de Filosofia Oculta").
Ao fim da vida, revoltou-se contra as práticas esotéricas e demais "artes curiosas" do ocultismo, mas também contra ciências mais respeitáveis e estabelecidas: De incertitudine et scientiarum vanitate et Artium, atque Excellentia Verbi Dei, declamatio invectiva, é uma das obras desse período, em que passou a advogar o ceticismo e a simples devoção fideísta.
Em 1529, escreveu uma de suas últimas obras, De Nobilitate e Praecellentia Foeminei Sexus, em que argumenta que o sexo feminino é superior e não meramente igual ao masculino, a fim de cair nas graças da rainha austríaca a quem dedicou o opúsculo. [1]
Já no próprio século, não raro foi caluniado como um perigoso feiticeiro e herege (crimes à época). De occulta philosophia foi também muito lida por estudantes universitários, dos mais recônditos aos menos respeitáveis da filosofia natural e ciências ocultas: alguns buscando alternativas para a filosofia aristotélica natural ensinada nas universidades; outros visando objetivos menos virtuosos, como o sucesso em transmutações alquímicas ou o domínio dos "arcanos da magia" para controlar tanto o mundo natural quanto o espiritual.
Agrippa marcou tanto a História do mundo quanto a própria com posições bastante antagônicas ao longo da vida, consagrando-se inicialmente como bastante crédulo em relação à magia, alquimia e astrologia, e posteriormente na velhice como um grande cético, inclusive em relação a tudo que escrevera um dia sobre magia e ocultismo.
Como homem de seu tempo, Agrippa foi um dos muitos reflexos e exemplos nítidos da grande agitação intelectual que apoderara os humanistas da Renascença em suas buscas pessoais e pesquisas acadêmicas das obras dos antigos: uma busca que incluía não apenas os autores clássicos considerados "respeitáveis" pelos modernos, como também um vasto corpo de antigos (ou pseudo-antigos) textos que alegadamente ofereciam a sabedoria "das origens", de uma suposta era da civilização humana chamada prisca theologia: esses textos arcanos seriam os papiros herméticos do antigo Egito, dos oráculos dos caldeus, das escrituras de Zoroastro, dos ensinos atribuídos a Pitágoras e supostamente repassados dele para Platão e seus discípulos. Dos principais especialistas desse século sobre este tipo espiritual e teosófico da sabedoria antiga, Agrippa foi um dos maiores e mais proeminentes, influindo até hoje no ocultismo contemporâneo mesmo apesar de todas as críticas e reconsiderações que fez ao tema nos dias da velhice.
Obras autênticas e atribuídas |
Opera, 2 volumes, Lyons, por Fratres Beringos. A impressão desta edição é obviamente falso (a firma de Bering tinha deixado muito antes de publicar qualquer data provável da publicação. Havia várias reimpressões, com conteúdos que variavam, mas todos com a inscrição falsa.
De incertitudine et scientiarum vanitate declamatio invectiva. Colónia, 1531. Primeira edição: Antuérpia, l530.
De occulta philosophia libri três.
De occulta philosophia libri tres, ed. por Vittoria Perrone Compagni. Leiden: EJ Brill, 1992. Esta edição crítica incorpora o texto inicial apresentado ao Trithemius em 1510, bem como o texto maduro impresso em 1531 e 1533. Inclui Introdução valiosa Perrone Compagni e extensas anotações e índices.
De nobilitate et praecellentia foeminei sexus, a crítica édition d'après le texte d'Anvers 1529, editado por R. Antonioli e Bene C.; traduzido por O. Sauvage. Genebra: Librairie Droz, 1990. Declamação sobre a Nobreza e preeminência do sexo feminino , traduzido e editado com uma introdução ("Agrippa ea Tradição Feminista", 3-37) por Albert Rabil, Jr. Chicago: University of Chicago Press, 1996.
Dialogus de homine, ed. por Paola Zambelli. Rivista di storia della critica Filosofia 13 (1958): 47-71.
Referências
↑ Thomas Mautner. Dicionário de filosofia, Edições 70, 2010
Ligações externas |
Charles Nauert, 2011. Stanford Encyclopedia of Philosophy
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