Lúcio Costa
Desenho ilustração de Lúcio Costa | |
Nome completo | Lucio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa |
Nascimento | 27 de fevereiro de 1902 Toulon, PA França |
Morte | 13 de junho de 1998 (96 anos) Rio de Janeiro, RJ Brasil |
Nacionalidade | francês brasileiro |
Movimento | Arquitetura moderna |
Obras notáveis | Plano Piloto de Brasília, Plano Piloto da Barra da Tijuca |
Assinatura | |
Lucio Marçal Ferreira Ribeiro de Lima e Costa (Toulon, 27 de fevereiro de 1902 – Rio de Janeiro, 13 de junho de 1998) foi um arquiteto, urbanista e professor brasileiro nascido na França.
Índice
1 História de vida
2 Controvérsias
3 Principais obras
4 Produção bibliográfica
5 Galeria
6 Ver também
7 Bibliografia
8 Ligações externas
História de vida |
Pioneiro da arquitetura modernista no Brasil, ficou conhecido mundialmente pelo projeto do Plano Piloto de Brasília. Devido às atividades oficiais de seu pai, o almirante Joaquim Ribeiro da Costa, morou em diversos países, o que lhe rendeu uma formação pluralista. Estudou na Royal Grammar School em Newcastle, no Reino Unido, e no Collège National em Montreux, na Suíça.
Retornou ao Brasil em 1917 e, mais tarde, passou a frequentar o curso de arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes, que ainda aplicava um programa neoclássico de ensino. Ele formou-se Arquiteto pela Escola em 1924. Apesar de praticar uma arquitetura neoclássica durante seus primeiros anos (defendendo em certos momentos uma arquitetura neocolonial), rompeu com essa formação historicista e passou a receber influências da obra do arquiteto franco-suíço Le Corbusier.
Iniciou parceria com o arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik, que construiu a primeira residência considerada moderna no Brasil.
Em 1930, foi nomeado ministro da Educação e Saúde o jurista Francisco Campos, que chamou para chefiar o gabinete Rodrigo Melo Franco de Andrade. Este exercia grande influência entre os modernistas de São Paulo e Rio de Janeiro, e, por meio de sua indicação, o jovem arquiteto Lúcio Costa foi nomeado para dirigir a Escola Nacional de Belas Artes, com a missão de renovar o ensino das artes plásticas e implantar um curso de arquitetura moderna.
Alterações introduzidas por Lúcio Costa mudaram a estrutura e o espírito do salão anual. Apareceram pela primeira vez na velha escola, ao lado dos antigos frequentadores, artistas ligados à corrente moderna, na sua maioria vindos da capital paulista. A trigésima oitava Exposição Geral (1931) foi por isso chamada de Salão revolucionário.
Entre os alunos da renovada escola de arquitetura estava o jovem Oscar Niemeyer.
Sabendo da importância de sua geração na mudança dos rumos culturais do país, Costa convenceu Le Corbusier a vir ao Brasil em 1936 para uma série de conferências (enquanto colaborava no projeto da sede do recém-criado Ministério da Educação e da Saúde Pública). A arquitetura moderna do projeto ia ao encontro dos objetivos da ditadura Vargas, ao passar ares de modernidade e progresso ao país. Costa, embora convidado a projetar o edifício sozinho, preferiu dividir o projeto com uma equipe que incluía o seu antigo aluno Oscar Niemeyer e os seus sócios Carlos Leão, Ernani Vasconcellos, Jorge Moreira e Affonso Eduardo Reidy.
Em 1939 foi co-autor do pavilhão brasileiro para a Feira Universal de Nova Iorque juntamente com Oscar Niemeyer e Paul Lester Wiener.
Em 1957, ao ser lançado o concurso para a nova capital do país, Costa enviou ideia para um anteprojeto, contrariando algumas normas do concurso. De fato, apesar de apresentar uma concepção urbanística semelhante à maioria dos concorrentes, o projeto de Lúcio Costa foi o único que conseguiu compreender o significado político de uma nova capital para o governo Kubitschek e para o contexto brasileiro da época:
Lucio Costa conseguiu, assim, representar, transmitir, persuadir e, o mais importante, mobilizar todo o campo de experiência do presente (modernismo, desenvolvimentismo, nacionalismo e centralismo político), convencendo jurados e o próprio presidente da república, de que a sua proposta era a única possível de representar o momento histórico pelo qual passava o País. Levando-o, portanto, à vitória[1].
O projeto de Lucio Costa venceu por quase unanimidade (apenas um jurado não votou nele), sofrendo diversas acusações dos concorrentes. Desenvolveu o Plano Piloto de Brasília e, como Niemeyer, passou a ser conhecido em todo o mundo como autor de grande parte dos prédios públicos.
O projeto de Lúcio Costa punha em prática os conceitos modernistas de cidade: o automóvel no topo da hierarquia viária, facilitando o deslocamento na cidade (apesar disso em seus projetos ele também criou a Estação Rodoferroviária de Brasília), os blocos de edifícios afastados, em pilotis sobre grandes áreas verdes. Brasília possui diretrizes que remetem aos projetos de Le Corbusier na década de 1920 e ainda ao seu projeto para a cidade de Chandigarh, pela escala monumental dos edifícios governamentais. A cidade de Lúcio Costa também possui conceitos semelhantes aos dos estudos de Hilberseimer.
Veja o relatório encaminhado por Lúcio Costa à Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap)..
Após Brasília, recebeu convites para coordenar vários planos urbanísticos, no Brasil e no exterior.
Foi colaborador e diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Faleceu na capital fluminense, onde residiu a maior parte da vida. Deixou duas filhas, Maria Elisa Costa, arquiteta, e Helena.
Controvérsias |
Em 1975 ele se recusou a assinar o ato de tombamento do Palácio Monroe, a sede anterior do Senado brasileiro construída em 1906. A construção foi marcada para demolição para a construção da linha de metrô, porém devido às reclamações da sociedade, a companhia responsável pela obra modificou o trajeto. Mesmo assim isso de nada adiantou, devido à negação de tombamento, sendo o prédio demolido logo em seguida.
Outra questão polêmica foi o favorecimento que Lúcio Costa deu à herança da colonização portuguesa acima de outras influências culturais brasileiras, com exceção apenas dos seus projetos modernistas. Devido a essa visão, arraigado também em preservacionistas mais jovens devido à influência de Lúcio Costa nas escolas de arquitetura do Brasil, muito da arquitetura dos séculos 19 e começo do 20, incluindo a alemã, japonesa, italiana, francesa, holandesa e grega, se perdeu para a renovação urbana dos anos 1960 e 1970 de Lúcio Costa.
Já em 1936, quando houve a competição para a construção do Ministério de Educação e Saúde, o vencedor foi um design eclético do arquiteto Arquimedes Memória. Lúcio Costa então fez uso de suas conexões políticas com o governo para modificar o resultado da competição e formar um novo projeto a partir de um grupo formado por ele mesmo e Le Corbusier, além de outros membros como os irmãos Roberto e Oscar Niemeyer. Ao longo dos anos houve muita discussão a respeito de quem teria sido o verdadeiro mentor do projeto, Lúcio Costa ou Le Corbusier.
Principais obras |
- 1920 - Castelo de Itaipava, projetado pelo arquiteto Lúcio Costa e seu amigo Fernando Valentim; foi construído em 1920 pelo Barão J. Smith de Vasconcellos, é famoso por ser uma reprodução de castelo renascentista,que fazem dele o único castelo em estilo medieval com um toque normando clássico das Américas (Fonte: www.castelodeitaipava.com.br);
- 1934 - Vila Operária de João Monlevade, Minas Gerais;
- 1936 - Projeto do edifício-sede do Ministério da Educação e Saúde Pública, atual Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, com equipe de arquitetos cariocas;
- 1937 - Projeto para o museu em São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul;
- Projeto para rampas do outeiro da Glória, no Rio de Janeiro;
- 1939 - Pavilhão do Brasil na Feira Internacional de Nova York;
- Residência Hungria Machado (atual consulado da Rússia), no Rio de Janeiro
- Casa de veraneio do barão de Saavedra, em Petrópolis;
- 1944 - Park Hotel São Clemente, em Nova Friburgo;
Parque Guinle, em Laranjeiras, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro;- 1952 - Projeto da Casa do Brasil, na Cité Internationale Universitaire de Paris de Paris;
- 1956 - Sede social do Jockey Club do Brasil, no centro da cidade do Rio de Janeiro;
- 1957 - Brasília, a capital brasileira e um dos marcos do urbanismo do século XX;
- 1967 - Barra da Tijuca, plano piloto da expansão da região metropolitana do estado do Rio de Janeiro.
Produção bibliográfica |
- 1939 - Razões da Nova Arquitetura
- 1945 - Considerações sobre o Ensino da Arquitetura
- 1952 - O Arquiteto e a Sociedade Contemporânea
- 1962 - Lúcio Costa: Sobre Arquitetura
- 1995 - Registro de uma Vivência. São Paulo: Empresa das Artes
Galeria |
Plano Piloto de Brasília.
Ver também |
O Risco: Lúcio Costa e a Utopia Moderna, documentário brasileiro de 2003 sobre Lúcio Costa.
Bibliografia |
- COSTA, Lúcio. Lúcio Costa: Registro de uma Vivência. São Paulo: Empresa das Artes, 1995. ISBN 978-8585628178
- COSTA, Maria Elisa (Organização). Com a palavra, Lúcio Costa. Rio de Janeiro: Aeroplano Editora, 2000. ISBN 978-8586579165.
Ligações externas |
- Casa de Lucio Costa
↑ «arquitextos 098.07: Retórica e persuasão no concurso para o Plano Piloto de Brasília | vitruvius». www.vitruvius.com.br. Consultado em 5 de dezembro de 2018