Augusto I, Eleitor da Saxónia


















































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































Augusto I

Príncipe-eleitor da Saxónia

Lucas Cranach d. J. 004.jpg
Augusto
Consorte

Ana da Dinamarca
Inês Edviges de Anhalt
Nascimento

31 de julho de 1526
 

Freiberga, Saxónia
Morte

11 de fevereiro de 1586 (59 anos)
 

Dresden, Saxónia
Filho(s)
João Henrique da Saxónia
Leonor da Saxónia
Isabel da Saxônia
Alexandre da Saxónia
Magnus da Saxónia
Joaquim da Saxónia
Heitor da Saxónia
Cristiano I da Saxónia
Maria da Saxónia
Doroteia da Saxónia
Amália da Saxónia
Ana da Saxónia
Augusto da Saxónia
Adolfo da Saxónia
Frederico da Saxónia
Pai

Henrique IV, Duque da Saxônia
Mãe

Catarina de Mecklemburgo

Augusto I da Saxónia (31 de julho de 1526 - 11 de fevereiro de 1586) foi governante da Saxónia de 1553 a 1586.




Índice






  • 1 Família


  • 2 Primeiros anos


  • 3 Casamento e descendência


  • 4 Príncipe-eleitor da Saxónia


  • 5 Políticas religiosas


  • 6 Expansão territorial


  • 7 Segundo casamento e morte


  • 8 Referências


  • 9 Bibliografia





Família |


Augusto era a filho mais novo do duque Henrique IV da Saxónia e da sua esposa, a duquesa Catarina de Mecklemburgo. Entre os seus irmãos encontrava-se o príncipe-eleitor Maurício da Saxónia. Os seus avós paternos eram o duque Alberto III da Saxónia e a princesa Sidónia de Poděbrady. Os seus avós maternos eram o duque Magnus II de Mecklemburgo e a duquesa Sofia da Pomerania-Stettin.[1]



Primeiros anos |


Augusto pertencia ao ramo albertino da Casa de Wettin. Educado como luterano, recebeu uma boa educação e estudou na Universidade de Leipzig.


Quando o duque Henrique morreu em 1541, deixou expresso no seu testamento o desejo de que as suas terras fossem divididas de igual forma entre os seus dois filhos, contudo, o seu pedido ia contra as Leis Albertinas e o ducado foi herdado quase na sua totalidade pelo seu filho mais velho, Maurício. Apesar de tudo, Augusto manteve uma boa relação com o irmão e, para melhorar as relações externas do ducado, passou algum tempo na corte do imperador Fernando I em Viena.


Em 1544, Maurício conseguiu fazer com que o seu irmão fosse nomeado administrador do bispado de Merseburg, mas Augusto era muito extravagante e não demorou a regressar à corte da Saxónia em Dresden. Augusto apoiou o seu irmão durante a guerra da Liga de Esmalcalda e durante o período em que várias negociações políticas acabaram com a transferência do eleitorado da Saxónia do príncipe-eleitor João Frederico I, chefe do ramo ernestino da Casa de Wettin, para Maurício.



Casamento e descendência |


Augusto casou-se no dia 7 de outubro de 1548]com a princesa Ana da Dinamarca, filha do rei Cristiano III. O casal teve quinze filhos:



  1. João Henrique da Saxónia (5 de maio de 1550 - 12 de novembro de 1550), morreu aos cinco meses de idade.

  2. Leonor da Saxónia (2 de maio de 1551 - 24 de abril de 1553), morreu aos dois anos de idade.


  3. Isabel da Saxônia (18 de outubro de 1552 - 2 de abril de 1590), casada com o conde João Casimiro do Palatinado-Simmern; com descendência.

  4. Alexandre da Saxónia (21 de fevereiro de 1554 - 8 de outubro de 1565), morreu aos onze anos de idade.

  5. Magnus da Saxónia (24 de setembro de 1555 - 6 de novembro de 1558), morreu aos três anos de idade.

  6. Joaquim da Saxónia (3 de maio de 1557 - 21 de novembro de 1557), morreu aos seis meses de idade.

  7. Heitor da Saxónia (7 de outubro de 1558 - 4 de abril de 1560), morreu com um ano e meio de idade.


  8. Cristiano I, Eleitor da Saxônia (29 de outubro de 1560 - 25 de setembro de 1591), príncipe-eleitor da Saxónia de 1586 a 1591; casado com a marquesa Sofia de Brandemburgo; com descendência.

  9. Maria da Saxónia (8 de março de 1562 - 6 de janeiro de 1566), morreu aos três anos de idade.


  10. Doroteia da Saxónia (4 de outubro de 1563 - 13 de fevereiro de 1587), casada com o duque Henrique Júlio de Brunswick-Wolfenbüttel; com descendência.

  11. Amália da Saxónia (28 de janeiro de 1565 - 2 de julho de 1565), morreu aos seis meses de idade.


  12. Ana da Saxónia (16 de novembro de 1567 - 27 de janeiro de 1613), casada com o duque João Casimiro de Saxe-Coburgo; sem descendência.

  13. Augusto da Saxónia (23 de outubro de 1569 - 12 de fevereiro de 1570]]), morreu aos três meses de idade.

  14. Adolfo da Saxónia (8 de agosto de 1571 - 12 de março de 1572), morreu aos seis meses de idade.

  15. Frederico da Saxónia (18 de junho de 1575 - 24 de janeiro de 1577), morreu com pouco mais de um ano de idade.


Pouco depois deste casamento, Augusto desejou ter mais poder e influência. Em consequência disso, Maurício começou a tomar providências mais generosas para o seu irmão que chegou mesmo a ser regente da Saxónia em 1552, quando o príncipe-eleitor de ausentou do estado. Augusto estava de visita à Dinamarca quando Maurício morreu em julho de 1553 e tornou-se príncipe-eleitor da Saxónia.



Príncipe-eleitor da Saxónia |




Augusto I.


Uma das primeiras acções de Augusto como príncipe-eleitor da Saxónia foi a de pacificar a sua relação com João Frederico para assim fortalecer a sua posição no eleitorado. Este objectivo foi assegurado com um tratado assinado em Naumburg em Fevereiro de 1554 quando, em troca de Altenburg e outras terras, João Frederico reconheceu Augusto como príncipe-eleitor da Saxónia. Contudo, Augusto nunca deixou de temer que o ramo ernestino fosse tentar recuperar a sua antiga posição e a sua política tanto na Saxónia como com o restante Sacro-Império foi caracterizada por esse medo.


No que dizia respeito a política externa, Augusto agiu de duas formas: primeiro cultivar a amizade com os Habsburgo, segundo manter a paz entre as religiões. Devido a esta segunda política, pode-se notar a sua influência no tratado de paz de Augsburg de 1555, a sua conduta retorcida no diet de Augsburg onze anos depois e a sua hesitação em quebrar todos os laços com os calvinistas. A sua política de paz religiosa também foi promovida através do casamento que negociou em 1561 entre a sua sobrinha Ana e o então católico príncipe de Orange que era na altura um dos principais vassalos dos Habsburgo na Holanda.


Só houve uma ocasião em que a sua lealdade para com os Habsburgo vacilou. Em 1568, foi arranjado um casamento entre o conde João Casimiro, filho do príncipe-eleitor Frederico III do Palatinado, e Isabel, a filha de Augusto. Durante algum tempo pareceu provável que o príncipe-eleitor da Saxónia fosse apoiar as tentativas do seu genro para ajudar a causar uma revolução na Holanda espanhola. Augusto também entrou em contacto com os Huguenote. Contudo, o príncipe-eleitor continuava a demonstrar pouca vontade para se envolver em complicações estrangeiras e a curta amizade com o eleitor do Palatinado não demorou a transformar-se num ódio sério.


Apesar de ser um luterano resoluto, Augusto acreditou a certa altura que conseguiria unir todos os protestantes. Pedia continuamente para que os luteranos não dessem motivos para os seus opositores os ofenderem e foi a favor de um movimento que tinha como objectivo eliminar a cláusula no tratado de paz de Augsburg que dizia respeito à reserva eclesiástica e que ofendia muitos protestantes. Contudo, a sua moderação impediu-o de se juntar aqueles que se preparavam para usar a força a fim de obter essa exigência e recuzou-se a perder consessões que já tinham sido atribuídas.



Políticas religiosas |


A hostilidade entre os ramos albertino e ernestino deu grandes problemas a Augusto. Um pregador chamado Matthias Flacius tinha uma posição influente no ducado da Saxónia e ensinava uma forma de luteranismo diferente da que se aplicava no eleitorado da Saxónia. Esta divergência foi aumentada quando Flacius começou a fazer ataques pessoais a Augusto com o objectivo de causar a sua queda do poder e incentivou o duque João Frederico a recuperar o seu antigo poder. Ao lado da causa de Flacius estava um cavaleiro, Wilhelm von Grumbach, que, pouco satisfeito com uma guerra de palavras, viajou até ao eleitorado e procurou obter a ajuda de potências estrangeiras para o ajudarem no seu plano de derrubar Augusto. Depois algum atraso, Grumbach e o seu protector, João Frederico, receberam uma interdição imperial e Augusto foi o responsável por a executar. A sua campanha de 1567 foi curta e teve sucesso. João Frederico rendeu-se e passou o resto da vida na prisão. Grumbach foi executado e a posição de Augusto reforçou-se.


A forma de luteranismo ensinada na Saxónia eleitoral era a de Melanchthon e muitos dos seus professores e aderentes, tais como Caspar Peucer e Johann Stössel, que posteriormente viriam a ser chamados de crypto-calvinistas, eram seguidos pelo príncipe-eleitor. Os crypto-calvinistas estavam confiantes de que iriam conseguir converter Augusto ao calvinismo convencendo-o de que eram luteranos leais quando, de facto, estavam apenas a fazer os possíveis para introduzir perspectivas calvinistas sobre a Última Ceia e a doutrina da predestinação na Universidade de Wittenberg. A principio Augusto foi enganado. Incentivado pela sua esposa, o assunto atingiu o seu climax em 1574, quando foram descobertas cartas que, ao mesmo tempo que revelavam a esperança de converter Augusto ao calvinismo, também caluniavam o príncipe-eleitor e a sua esposa. Augusto ordenou que os líderes dos crypto-calvinistas fossem capturados e, quando tal aconteceu, foram torturados e presos. Restaurou-se o luteranismo genuíno na Saxónia e começou a procurar-se uma forma de unir os luteranos através de um processo que iria levar à publicação, em 1580, do Livro de Concórdia Luterana. Augusto financiou pessoalmente a publicação do livro, uma obra que englobava todas as confissões luteranas e que era assinado por mais de oito mil e cem pastores e professores de quase trinta territórios, estados e cidades da Alemanha. Esta forma restrita de luteranismo foi declarada como a única forma legal na Saxónia e muitas pessoas foram expulsas do estado.


Contudo, a mudança na Saxónia não mudou a atitude de Augusto no que dizia respeito a questões imperiais. Em 1576, o príncipe-eleitor opôs-se aos príncipes protestantes que queriam fazer um empréstimo para a guerra contra o Império Otomano a não ser que a clausula sobre a reserva eclesiástica fosse abolida e continuou a apoiar os Habsburgo.



Expansão territorial |


Muito do reinado de Augusto foi dedicado à expansão territorial. Em 1573, tornou-se guardião dos dois filhos do duque João Guilherme de Saxe-Weimar e, nessa capacidade, pôde acrescentar parte do condado de Hanneberg ao eleitorado da Saxónia. O facto de ter um território abastado permitiu-lhe tirar vantagem da pobreza dos seus vizinhos e foi dessa forma que adquiriu o território de Vogtland e o condado de Mansfeld. Em 1555 escolheu um homem da sua confiança para se tornar bispo de Meissen e, em 1561, conseguiu fazer com que o seu filho Alexandre fosse nomeado bispo de Merseburg e, três anos depois, bispo de Naumburg. Quando o seu filho morreu em 1565, esses bispados passaram a estar sob o governo directo de Augusto.


Como governante da Saxónia, Augusto foi económico e culto. Favoreceu trocas comerciais encorajando emigrantes flamengos a escolher o seu estado para viver e, para isso, melhorou as estradas e passou a regulá-las através da criação dos primeiros postos de controlo. Interessou-se principalmente pelo desenvolvimento da agricultura e construiu vários edifícios na cidade de Dresden. As suas leis foram numerosas e compreensíveis. A constituição de 1572 foi da sua autoria e, através dela, a igreja, as universidades e a polícia passaram a ser regulados, a administração da justiça foi melhorada e o aumento de impostos feito com mais justiça.



Segundo casamento e morte |


A 1 de outubro de 1585, a princesa Ana morreu. Três meses depois, a 3 de Janeiro de 1586, Augusto casou-se pela segunda vez, desta vez com a princesa Inês Edviges de Anhalt. A noiva tinha apenas treze anos de idade, o noivo tinha quase sessenta. Augusto acabaria por morrer um mês depois da cerimónia e foi enterrado na Catedral de Freiberg. O seu único filho varão que chegou à idade adulta, Cristiano, foi o seu sucessor.


Augusto era um homem ambicioso, cruel e supersticioso, mas essas características eram compensadas pela sua moderação política e os seus métodos de governo sensatos. Escreveu um pequeno trabalho sobre agricultura intitulado Künstlich Obstund Gartenbüchlein. Era também conhecido pelas suas várias colecções de museu, incluindo a melhor colecção de armas da Europa do norte, quadros e uma dispendiosa colecção de ferramentas. A biblioteca que tem o seu nome em Wolfenbüttel tem a maior colecção do mundo de documentos originais sobre a Reforma Luterana e História da Alemanha e da Europa Moderna.


Uma das suas muitas possessões, um relógio automático chamado Galeão Mecânico encontra-se actualmente em exposição no British Museum. Esta decoração de mesa tocava música, dizia que horas eram e mostrava Augusto e outros seis príncipes-eleitores a apresentar-se ao imperador.[2]



Referências




  1. The Peerage


  2. MacGregor, Neil. "Episode 76, Mechanical Galleon". A History of the World in 100 Objects. BBC. Consultado a 26 de Outubro de 2011.


  • Este artigo foi inicialmente traduzido do artigo da Wikipédia em inglês, cujo título é «Augustus, Elector of Saxony», especificamente desta versão.


Bibliografia |




  • C. W. Böttiger and T. Flathe, Geschichte Sachsens, Band ii. (Gotha, 1870)

  • M. Ritter, Deutsche Geschichte im Zeitalter der Gegenreformation, Band i. (Stuttgart, 1890)

  • R. Calinich, Kampf und Untergang des Melanchthonismus in Kursachsen (Leipzig, 1866)

  • J. Falke, Geschichte des Kurfürsten August in volkswirtschaftlicher Beziehung (Leipzig, 1868)

  • J. Janssen, Geschichte des Deutschen Volks seit dem Ausgang des Mittelalters (Freiburg, 1885–1894)

  • W. Wenck, Kurfürst Moritz und Herzog August (Leipzig, 1874)




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